março 24, 2006

Programa avalia posição do Governo diante da devastação

23/03/2006
A principal novidade do estudo é a inclusão do chamado fator "governança" em um dos cenários do modelo. Os cientistas debatem o sentido da palavra. Mas segundo o ecólogo Daniel Nepstad, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipan) e do Woode Hole Research Center, dos EUA, ela consiste basicamente da implementação de políticas públicas na Amazônia. A reserva legal é respeitada pelos produtores, a pavimentação de novas rodovias é feita segundo critérios de proteção ambiental e o programa de criação de unidades de conservação na floresta segue a toda.

"Simplesmente implementando a lei ambiental atual seria possível evitar 1 milhão de quilômetros quadrados de desmatamento" em 2050, afirma Nepstad, que juntamente com Britaldo Silveira Soares-Filho, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) é o autor principal do estudo. Isso considerando um limite de reserva legal (o quanto se pode desmatar dentro de uma propriedade) de 50%, mais baixo do que os 80% previstos pela lei. Mas para a lei ser cumprida, diz o pesquisador, seriam necessárias pressões de mercado -- que Nepstad afirma existirem -- por carne e soja ambientalmente corretas.

A economia de carbono no cenário de governança é de 17 bilhões de toneladas. "Todo o Protocolo de Kyoto (acordo mundial contra as emissões de gases-estufa) prevê a redução de 2 bilhões de toneladas", compara Nepstad. "Cumprir a lei na Amazônia evita 17 bilhões. É uma oportunidade gigantesca para o Brasil", diz. Tanto Nepstad quanto Soares-Filho defendem que a comunidade internacional banque essas emissões evitadas, já que o Brasil estaria deixando de lucrar domesticamente (ao reduzir a conversão de floresta em pasto e lavoura) para prestar um serviço ao planeta (a estabilização do clima).

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