setembro 19, 2006

Apresentação da pesquisa ‘Convivência com o BioChip’ no I Congesso Vegetariano Brasileiro e Latino Americano (Parte II)

Palestras sobre Alimentação “VIVA” no I Congresso Vegetariano Brasileiro e Latino Americano realizado em agosto de 2006 na cidade de São Paulo.

A alimentação “VIVA” constitui-se na ingestão de alimentos do Reino Vegetal crus, sendo que as sementes são utilizadas em processo de germinação. As irmãs Branco, a Dra. Maria Luiza e a Prof. Ana Branco tem demonstrado, de maneira prática e construtiva e através de um processo de convivência interdisciplinar muito sensível e peculiar, que a alimentação “VIVA” é capaz de transmutar a doença em saúde, a tristeza em alegria e o desamparo em esperança.

Cerca de 10 anos de práticas direcionadas à promoção desta maneira de se alimentar trouxeram inúmeras experiências comoventes aos participantes-alunos dos trabalhos liderados pelas irmãs:

“Não é somente uma forma de se alimentar sem o uso do fogo, a alimentação “VIVA” acaba por tornar-se mais que isso, ao plantarmos nossas sementes, ao vê-las brotando e crescendo, participamos de um processo que antes não participávamos e isso muda todo o contexto. A nossa visão acaba por tornar-se mais ampla e entramos em contato com a Natureza de uma nova maneira, mais contemplativa”, disse uma das voluntárias do ‘Biochip’ que após as palestras, servia um taça de conteúdo verde aos participantes.

“Não contém água, são verduras e ervas batidas com maçã e sementes germinadas, gostou? É doce e purifica até nossa alma”, completou outra voluntária.

Abaixo um resumo das palestras:

Leia a palestra da Dra. Maria Luiza Branco aqui.

Prof. Ana Branco: Apresentação da pesquisa ‘Convivência com o BioChip


Docente do Departamento de Artes e Design da PUC-Rio, a Prof. Ana Branco coordena o ‘Grupo Aberto de Estudo, Pesquisa e Desenho com Modelos Vivos’, oferecendo assim, à comunidade, uma experiência de investigação através dos sentidos, das informações contidas nos alimentos oferecidos pelo Reino Vegetal. O trabalho da Prof. Branco, feito de maneira criativa e com o objetivo de sensibilizar, é pioneiro no país em relação à alimentação vegetariana crua elaborada em conjunto a sementes germinadas. Junto ao estudo, a Professora disponibiliza no Campus da Universidade, uma exposição das técnicas e resultados dos estudos, chamada Feira do Desenho Vivo.

“Vou distribuir uma semente para que a gente possa fazer uma ponte orgânica” inicia assim, a palestra da Prof. Branco oferecendo a cada um dos participantes um pequeno punhado de sementes de trigo.

“O que nós vamos fazer com isso? Vamos fazer uma comunicação não verbal, vamos ter uma possibilidade de conversar com o maior sensor do nosso corpo que são as mãos. É um órgão com o maior número de terminais nervosos e com isso nós vamos liberar um pouco a conversa que nós temos com a razão e com a lógica, daí essas sementes vão fazer parte da nossa conversa, ou seja, daquilo que a gente estiver pensando, por que vamos estar falando da coisa mais antiga do mundo, que são sementes”, conclui a Prof. Branco.

“...venho desenvolvendo essa pesquisa há 12 anos no meu corpo e atualmente o grupo está bem ampliado e muita gente está vivenciando no próprio corpo que é a regeneração a partir da convivência com o Biochip, e o que é o Biochip? Ele é tudo que está vivo na Terra, que é capaz de conter informação e com isso a gente tendo acesso a essas informações, principalmente na hora em que a gente se alimenta, esse chip vivo de informação vai fazendo transformações radicais, transformações no nosso modo de viver, pensar, de organizar pensamento, as relações sociais e conseqüentemente a cura. A cura que é a reconexão com o céu e a Terra”, diz.

“O computador tem uma coisa chamada ‘Chip’, que é a menor embalagem de informações, e essa menor embalagem para que ela armazene informação, contém silício dentro de molécula de água. Se eu pego esse chip do computador, coloco dentro de uma panela, ascendo o fogo embaixo e ele ferve, a primeira coisa que se rompe é a molécula de água que armazena o silício. Depois então, eu pego o chip, volto com ele para o computador, e mesmo que eu seque ele todinho, volto com ele para o computador e o que acontece? Não tem mais informação alguma. À exemplo da vida, o chip dos computadores é feito imitando a vida, como sempre. As informações são armazenadas dentro de silício. E dentro de tudo que é semente, de tudo que é fruta, hortaliça, de tudo que é areia, pedra e de tudo que está vivo na Terra, contém silício”, segue a Prof.

“Portanto a possibilidade da trama, de uma teia de comunicação em toda a volta de uma mesa, em toda a Terra, entre os seres, é possível e ela acontece de forma física. É possível existir a comunicação, ela não é só no nível subjetivo, apesar da gente não enxergar, ela existe. Fenômenos como ressonância mórfica, estudos como o de Lyall Watson, dizem o seguinte: macacos começam a lavar batatas numa determinada parte do planeta e imediatamente outros macacos em outra parte do planeta também começam a lavar raízes antes de comer. Então, a gente começa a ver que a comunicação existe, é possível, e está acontecendo e vem acontecendo e sempre aconteceu... agora estamos experimentando a Biodiversidade da Terra, usando esse chip “VIVO” de informação que são as sementes potencializando o valor nutritivo delas pela germinação”, diz.

A prof. Branco continua sua apresentação agora com imagens comparando o modelo de alimentação atual com a alimentação “VIVA”: “... plantando-se a semente de trigo, ela vai virar uma plantinha, vai dar um pendão, e enquanto ela está enraizada na terra ela é de Ph alcalino. Um equilíbrio eletroquímico do corpo como nós quando nascemos. A gente nasce com Ph alcalino, assim como todos os vegetais ligados à terra. O estado ótimo de multiplicação celular ocorre em ambiente alcalino. Essa semente então é embalada em embalagens de supermercado, depois a gente pulveriza ela e então ela é embalada como farinha, até aqui ela contém silício dentro de molécula de água. Depois eu faço um pãosinho maravilhoso, mesmo que seja com trigo integral que eu mesma, plantei, colhi, moí, e ascendo um fogo aqui e rompo com a molécula de água e o silício não pode mais ser acessado. A gente come então o amor, o amor de quem fez, mas a informação a gente não tem ainda pois comprometemos a informação pelo cozimento”.

“Com isso essa comida que usamos permite que a gente sobreviva num limite sem usar todas as nossas potencialidades. Principalmente acidificando nosso sangue. A acidificação do sangue é gerada por uma comida ácida que viemos comendo, daí, a quantidade de possibilidade de acentuar a acidez. Amido com proteína, a grande dose de acidez que a gente precisa tanto. Pão com queijo, batata com os derivados do leite... essa acidez no sangue não teria problema nenhum se ela não gerasse estruturas viciantes. O que é isso? Você cada vez quer doses mais fortes dessa acidez. E essas estruturas viciantes são as que viciam nosso organismo e o corpo fica dependente dessa estrutura, daí, estamos todos dependentes. Nós nos viciamos na comida ácida e por isso a abstinência de uma comida ácida é a mesma do álcool, das drogas pesadas é a mesma. São crises de abstinência. O seu organismo precisa, principalmente da acrilamida gerada pelo cozimento do amido. Já se sabe, a OMS vem anunciando devagarsinho, a questão da acrilamida, que é cancerígena.”

“Como professora de desenho, digo que os alunos comprometidos com essa acidez continuam desenhando objetos de guerra, mesmo que sejam geladeiras, congeladores enormes, para congelar um monte de pães, e assim a gente vai desnaturando cada vez mais o alimento. O microondas, em que a gente desnatura a essência das sementes... essa continua sendo uma técnica de guerra... 500 anos antes de Cristo os tratados Hipocráticos já vem mostrando os processos de germinação, 3500 anos antes de Cristo os povos nômades da Ásia já viviam fazendo o trabalho de germinação, então esse trabalho de revitalização pela alcalinização é o mesmo trabalho que a agricultra orgânica faz no solo. Como se regenera um solo ácido? Revitalizando ele com folhas e sementes, que é o trabalho que viemos fazendo no nosso corpo”.

“Nosso intestino é alcalino, e para se defender da acidez, ele reveste cerca de um cm de fezes secas a toda volta para poder não ficar mudando o Ph toda hora. E com isso a gente carrega de 5 a 7 kg de fezes secas todos os dias. O intestino se defende dessa forma e a gente já sabe que o intestino pensa, tem neurônios”, complementa.

A Prof. continua a apresentação posicionando que, o cozimento dos alimentos veio em função das guerras, onde os escravos na frente de batalham não recebiam os alimentos frescos e tinham que cozinha-los para melhor o gosto e odor. Numa visão cartesiana, quantificamos os nutrientes, em doses, vitaminas e etc. “Em nenhuma dessas doses, em nada desses argumentos, sustentam a poesia que o ser humano é capaz de viver”, diz.

Lembrando a hipótese Gaia, a prof. Ana conta que a grande quantidade de oxigênio sendo liberada pelas plantas, deixando o planeta extremamente sensível à combustão, fez com que Gaia (o planeta Terra) se reorganizasse, fazendo surgir a cor complementar. “O vermelho é a cor complementar ao verde, e corresponde ao sangue de vários animais, inclusive o nosso”. A professora mostra uma foto de uma aluna sorrindo ao colher suas beterrabas, mostra o encantamento pelo outro Reino complementar ao nosso, e do qual fomos originários e dependentes por completo.

Assim, a professora encerra: “o alimento cozido perde a energia vital, sendo o que nos alimenta é: Beleza, encantamento e energia vital... quanto mais bôbo, este estágio de encantamento que nos faz sorrir, mais perto das crianças a gente fica. Enquanto se desenha recuperamos o encantamento, a alegria de viver. A busca pelas cores é a busca pelas informações na Biodiversidade, transmutações biológicas a baixa energia. Acabamos identificando que você é capaz de produzir tudo que você precisa a partir do encantamento de oferecer à divindade que primeiro mora dentro de você”.

Por Clarissa Taguchi
Setembro de 2006.

setembro 15, 2006

Palestras sobre Alimentação "VIVA" no I Congresso Vegetariano Brasileiro e Latino Americano

Palestras sobre Alimentação "VIVA" no I Congresso Vegetariano Brasileiro e Latino Americano realizado em agosto de 2006 na cidade de São Paulo.
Por Clarissa Taguchi

A alimentação "VIVA" constitui-se na ingestão de alimentos do Reino Vegetal crus, sendo que as sementes são utilizadas em processo de germinação. As irmãs Branco, a Dra. Maria Luiza e a Prof. Ana Branco tem demonstrado, de maneira prática e construtiva e através de um processo de convivência interdisciplinar muito sensível e peculiar, que a alimentação "VIVA" é capaz de transmutar a doença em saúde, a tristeza em alegria e o desamparo em esperança.

Cerca de 10 anos de práticas direcionadas à promoção desta maneira de se alimentar trouxeram inúmeras experiências comoventes aos participantes-alunos dos trabalhos liderados pelas irmãs:

"Não é somente uma forma de se alimentar sem o uso do fogo, a alimentação "VIVA" acaba por tornar-se mais que isso, ao plantarmos nossas sementes, ao vê-las brotando e crescendo, participamos de um processo que antes não participávamos e isso muda todo o contexto. A nossa visão acaba por tornar-se mais ampla e entramos em contato com a Natureza de uma nova maneira, mais contemplativa", disse uma das voluntárias do 'Biochip' que após as palestras, servia um taça de conteúdo verde aos participantes.

"Não contém água, são verduras e ervas batidas com maçã e sementes germinadas, gostou? É doce e purifica até nossa alma", completou outra voluntária.


Abaixo um resumo das palestras:


Dra. Maria Luiza Branco Nogueira: Alimentação "VIVA" na promoção da saúde

Como pesquisadora da FioCruz, a Dra. Maria Luiza Nogueira trabalha a Promoção da Saúde com o Projeto Terrapia, onde divulga a alimentação "VIVA" e a conscientização ecológica junto à comunidade. Na ENSP (Escola Nacional de Saúde Pública), a Dra. Maria Luiza realiza em um movimento solidário e participativo, com palestras e oficinas, um conjunto de ações como a horta de cultivo orgânico em área urbana e o desenvolvimento de uma culinária entitulada "VIVA".

"A ENSP é orientada pelos estudos da epidemiologia e esses estudos vêm apontando e direcionando as políticas públicas de saúde e o que vem acontecendo? Embora com todo o avanço da medicina epidemiológica, na saúde pública não houve tanto avanço em termos da qualidade de vida embora tenha havido muito trabalho na área de prevenção, isso também não resultou em grandes modificações do quadro de saúde da população. Então nos últimos 40 anos aparece um novo movimento dentro da saúde pública que é o da Promoção da Saúde", diz a Dra. Maria Luiza.

"A Promoção da Saúde é uma construção de um outro olhar e, o que é muito interessante é que se contempla a busca pela Paz. Então é um dos preceitos básicos da Promoção da Saúde a busca pela Paz. Tem-se uma série de investigações voltadas para a busca da Saúde envolvendo um outro olhar. A questão ambiental, a questão da alimentação que também entra de uma outra forma que não é só um olhar da nutrição".

Assim a Dra. Maria Luiza iniciou há nove anos o projeto Terrapia, onde numa área urbana em torno de cinco mil metros quadrados, tem-se uma horta em que as pessoas que participam do projeto plantam, aprendem, trocam experiências e receitas. "As pessoas vêm chegando... trazem de casa as cascas de legumes para fazer a nossa compostagem e esse espaço traz pessoas para que possamos conversar sobre o ato de se alimentar. O ato de se alimentar é muito mais abrangente do que botar a comida na boca. O alimento "VIVO" entra aqui, nesse ponto, ele tem essa concepção de uma alimentação muito mais abrangente", conclui Maria Luiza.

A percepção da Natureza pelo alimento

"Na medida em que a gente tem um entendimento que nós somos seres da Natureza, que fazemos parte dela e não que ela esteja aqui para que se aproveite dela, você começa a perceber que o principal alimento que a gente tem é a água sendo que somos feitos de 70% a 80% dela, às vezes até 90% quando bebês. Então a qualidade da água, a busca da água a forma que a água vem, ela vai ser fundamental como busca de alimento e é um alimento "VIVO" da Natureza que está aí", diz.

"Quando a gente sabe que não pode ficar sem respirar por muito tempo, a gente vai vendo que sem oxigênio não vai dar certo. A qualidade do ar, a forma da gente respirar também fazem parte do alimento "VIVO". Assim, você começa a se dar conta que se alimentar é estar ABSOLUTAMENENTE integrado e envolvido com a questão ambiental... essa forma de nos relacionar com a Natureza e o que é que vamos retirar dela para mantermos a vida dentro da gente".

"Faça do seu alimento seu próprio remédio", como já dizia Hipócrates, usar o alimento para encontrar o equilíbrio, a alimentoterapia, a mais antiga terapia da medicina ocidental, as diversas linhas da alimentação, foram questões levantadas pela palestrante. Ela também levantou a necessidade de diálogo entre os diversos profissionais da saúde, para um despertar direcionado às medicinas vitalistas - aquelas que percebem a energia vital.

Segundo a Dra. Maria Luiza, o alimento "VIVO" é baseado na compreensão da energia vital, sendo este o alimento do corpo e da vida. É durante o processo de germinação, onde a semente 'explode' para a vida ao nascer que há mais energia vital. É através de um estudo clínico com pessoas que tem se beneficiado dessas sementes que estamos baseando as pesquisas, mesmo sendo uma dieta tão antiga, é hoje que ela tem atraído o interesse dos campos científicos.

A Dra. Maria Luiza conclui que junto ao alimento "VIVO" e à Promoção da Saúde chega-se ao entendimento que cada um é seu médico, onde cada um pode saber o que é melhor para si, combinando assim com a mudança necessária aos serviços de saúde. Lembrando o tema do Congresso de Vegetarianismo, a Dra. Maria Luiza também pede que da mesma maneira que discutimos a violência contra animais também precisamos informar e debater sobre a violência causada ao Reino Vegetal, como o caso da perda da Biodiversidade das nossas sementes pela simples valorização de mercado.


Na próxima edição a palestra da Prof. Ana Branco: Apresentação da pesquisa 'Convivência com o Biochip'



Por Clarissa Taguchi

Setembro de 2006

¿Quién paga el cambio climático?

Por Peter Singer

En los Estados Unidos, los seis primeros meses de 2006 fueron los más calurosos en más de un siglo. Europa está experimentando también un verano inhabitualmente caluroso. El tórrido verano septentrional cuadra perfectamente con el estreno de "Una verdad incómoda", documental que cuenta con la participación del ex vicepresidente de los Estados Unidos Al Gore. *

Escribo esto en Nueva York a comienzos de agosto, cuando el alcalde ha declarado una emergencia por el calor para prevenir interrupciones generalizadas del servicio eléctrico a consecuencia del intenso uso de los aparatos de aire acondicionado que se espera. Los empleados municipales podrían exponerse a acusaciones penales, si fijan sus termostatos por debajo de 78 grados Fahrenheit (25,5 Celsius). No obstante, el uso de la electricidad ha alcanzado niveles casi sin precedentes.

En los Estados Unidos, los seis primeros meses de 2006 fueron los más calurosos en más de un siglo. Europa está experimentando también un verano inhabitualmente caluroso.

El tórrido verano septentrional cuadra perfectamente con el estreno de "Una verdad incómoda", documental que cuenta con la participación del ex vicepresidente de los Estados Unidos Al Gore. Mediante gráficos, imágenes y otras informaciones notables, en él se argumenta de forma convincente que nuestras emisiones de dióxido de carbono están causando el calentamiento del planeta o, como mínimo, contribuyendo a él y que debemos abordar urgentemente esa cuestión.

Los estadounidenses suelen hablar mucho de moralidad y justicia, pero la mayoría de ellos siguen sin darse cuenta de que la negativa de su país a firmar el Protocolo de Kyoto y su consiguiente actitud —la de que todo sigue igual— para con las emisiones de gases que producen el efecto invernadero es una falta moral de lo más grave.

Ya está teniendo consecuencias perjudiciales para otros y la mayor injusticia es que son los ricos los que están utilizando la mayor parte de la energía que provoca las emisiones causantes del cambio climático, mientras que los pobres serán quienes carguen con la mayor parte de los costos.

Para ver la injusticia, me basta con echar un vistazo al aparato de aire condicionado que mantiene mi despacho soportable. Si bien he hecho más de lo que pidió el alcalde, al fijarlo en 82F (27C), sigo siendo parte de un circuito de retroalimentación. Lucho contra el calor utilizando más energía, lo que contribuye a la quema de más combustible fósil y a la emisión de más gases de efecto invernadero en la atmósfera y a un mayor calentamiento del planeta.

Ocurrió incluso cuando estaba viendo "Una verdad incómoda": en una noche calurosa, la sala de cine estaba tan fresca, que lamenté no haber llevado conmigo una chaqueta.

El calor mata. Una ola de calor en Francia causó unas 35.000 muertes en 2003 y otra similar a la que hubo en Gran Bretaña el mes pasado causó más de 2.000 muertes, según cálculos oficiales. Aunque no se puede atribuir ninguna ola de calor determinada al calentamiento del planeta, éste hará que semejantes fenómenos sean más frecuentes. Además, si se permite que el calentamiento del planeta siga avanzando, el número de muertes que ocurren cuando las precipitaciones resultan más erráticas y causan tanto sequías prolongadas como inundaciones muy graves superarán con mucho el provocado
por el calor en Europa. Huracanes intensos y más frecuentes matarán a muchas más personas. La fusión del hielo polar causará el aumento del nivel del mar, que inundará las fértiles regiones bajas de los deltas, en las que centenares de millones de personas cultivan los productos con los que se alimentan. Se extenderán las enfermedades tropicales, que matarán a aún más personas.

Según cifras de las Naciones Unidas, en 2002 las emisiones por habitante de los gases que provocan el efecto invernadero en los Estados Unidos fueron 16 veces superiores a las de la India, 60 veces superiores a las de Bangladesh y más de 200 veces superiores a las de Etiopía, Malí o Chad. Otras naciones desarrolladas con emisiones casi equivalentes a las de los EE.UU. son Australia, Canadá y Luxemburgo. Por otra parte, Rusia, Alemania, Gran Bretaña, Italia, Francia y España tienen niveles entre la mitad y una cuarta parte de las estadounidenses. El nivel de estos países sigue siendo superior a la media mundial y más de 50 veces el de las naciones más pobres en las que habrá muertes causadas por el calentamiento del planeta.

Si un contaminador perjudica a otros, los perjudicados suelen tener un remedio jurídico. Por ejemplo, si una fábrica vierte productos químicos tóxicos en un río que yo uso para regar mi explotación agraria y mata mis cultivos, puedo demandar al propietario de la fábrica. Si las naciones ricas contaminan la atmósfera con dióxido de carbono y destruyen mis cultivos con el cambio de tónica en las precipitaciones o mis campos resultan inundados por un aumento del nivel del mar, ¿no debería poder también demandar?

Camilla Toulmin, que dirige el Instituto Internacional de Medio Ambiente y esarrollo, ONG radicada en Londres, asistió a una conferencia sobre el cambio climático que Al Gore pronunció en junio. Le preguntó qué pensaba sobre la compensación a quienes se ven más afectados por el cambio climático, pero han contribuido menos a causarlo. La pregunta pareció tomarlo desprevenido y no apoyó esa idea. Como Toulmin, yo me pregunto si es ésa una verdad que resulta demasiado incómoda, incluso para él.

www.ecoportal.net

** Peter Singer es PROFESOR DE BIOETICA, UNIVERSIDAD DE PRINCETON - Clarín y
Project Syndicate, 2006.*

setembro 14, 2006

Novas possibilidades na concepção da Saúde

Como uma semente recém plantada, o I Encontro de Educação para a Vida permitiu à comunidade junto a seus participantes, uma imersão em novas possibilidades no entendimento e concepção da Saúde, sendo ela humana com também ambiental. Promovido pelo NUPCTIS, da Vice-Diretoria de Pesquisa do Instituto Fernandes Figueira (IFF/FioCruz), teve como uma das principais responsáveis a Dra. Sueli Rezende Cunha*, coordenadora do NUPCTIS. Com os olhos marejados pela emoção representada por lágrimas, a Dra. Sueli Cunha concedeu entrevista exclusiva à Revista Consciência.Net.

CN: Como foi a construção do I Encontro de Educação para a Vida?
SC:
Na verdade o encontro é uma resposta inovadora aos antigos enfrentamentos da saúde pública brasileira. Os últimos 11 anos com o adoecimento de crianças e famílias, assim como dos profissionais ligados à área hospitalar, apontaram a necessidade de redirecionar-se as ações e redimensionar-se os modelos assistenciais.

A inversão de modelos, do modelo hospitalocêntico para a promoção da saúde, vem sendo discutida nas políticas públicas de saúde. O adoecimento do entorno social e o comprometimento do meio ambiente, se mostraram ao longo dos anos de pesquisa, como fatores pertinentes, se não determinantes do agravamento da situação da saúde. As crianças e mulheres são as mais atingidas.

Esta consciência fez com que o NUPCTIS-IFF-FIOCRUZ se envolvesse nas políticas de inovação e na tentativa de buscar saídas socialmente justas para esta realidade. Esta compreensão trouxe a coragem e a ousadia de buscar novos rumos, novos filosofias e teorias que fortalecessem iniciativas futuras.

Desta forma, hoje, o NUPCTIS trabalha articulando três grandes áreas de ação: pesquisar-ensinar-cuidar. Assim, com o amadurecimento, nasce o I Encontro de Educação para Vida.

CN: Quais as expectativas relacionadas ao I Encontro?
SC:
O I Encontro foi todo construído para atender ao diagnóstico de saúde, realizado-se no campus da FioCruz Mata Atlântica, na Colônia Juliano Moreira em Jacarepaguá. Ele buscou dar respostas à comunidade local e construir junto à comunidade, as bases para o desdobramento de ações de Promoção da Saúde.

O objetivo é aglutinar parceiros de diversas áreas, para fortalecer iniciativas locais de sustentabilidade, participação social e empoderamento dos atores envolvidos no processo de gerar soluções.

É importante destacar que a filosofia motriz do I Encontro é dar expressão às bases espirituais e éticas de valorização da vida. Para nós, a vida é o valor supremo em todas as suas formas de expressão. Ficando-se mais claro pela frase: TUDO O QUE VIVE PULSA E TUDO QUE PULSA JÁ CONTÉM EM SI A FORÇA PARA FORMAR O FUTURO. Essa premissa é a grande virtude a ser ensinada nas bases desta CIENCIA NOVA.

CN: Qual a proposta do NUPCTIS?
SC:
É a promoção a Saúde através de ações inovadoras. A pesquisa cientifica é sua principal ferramenta, a Educação para Vida seu principal canal de expressão, onde se agrega os resultados das pesquisas produzidas. Sua grande finalidade é irrigar com estes conceitos novos a ciência e a tecnologia para criar possibilidades de gerar INOVAÇÕES, que teriam o papel de fazer avançar a consciência das pessoas e o avanço da justiça social.

CN: Como se dará o trabalho do NUPCTIS após o I Encontro?
SC:
A continuidade do trabalho do NUPCTIS é articular as políticas de Promoção da Saúde e de Ciência, Tecnologia e Inovação vigentes no país e assim fortalecer as ações que se desdobram a partir demanda apresentada pelos conferencistas do I Encontro de Educação para Vida. Nossos convidados convocaram a ciência a dar respostas às necessidades humanas e do planeta que precisam de socorro. Portanto a idéia é essa: precisamos de aliados.

A próxima iniciativa é produzir o vídeo do I Encontro de Educação para Vida para expandir a divulgação das idéias, e a segunda iniciativa é organizar a Semana Nacional de tecnologia junto aos parceiros e representantes das instituições que estiveram presentes no encontro. É importante manter uma rede de diálogo efetiva do NUPCTIS com a sociedade em geral, e com os interessados em efetivar esta realidade nova para prática do bem comum.

Por Clarissa Taguchi, idealizadora da Cia. Ecológica e editora de Ecologia da Revista Consciência.Net.

*Dra. Sueli Rezende Cunha, coordenadora do NUPCTIS, da Vice-Diretoria de Pesquisa do
Instituto Fernandes Figueira. Contatos: Tel.: 2552-8393, email: nupctis@iff.fiocruz.br
Notícias do I Encontro de Educação para a Vida promovido pela NUPCTIS *, da Vice-Diretoria de Pesquisa do Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) em 11 e 12 de Setembro de 2006.


Entre tantos desafios ligados à promoção da saúde como a descoberta de novos medicamentos, pesquisas que nos façam entender os mecanismos fisiológicos que permitem as doenças se desenvolverem e mesmo a promoção das condições mais básicas de manutenção da saúde das comunidades, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde e a mais destacada instituição de ciência e tecnologia em saúde da América Latina, realizou esta semana um encontro histórico de saberes transformadores.

Com a proposta de discutir a “base filosófica e prática de uma ciência nova alicerçada no autoconhecimento e no reconhecimento de que a vida é a expressão máxima das energias criadoras e portanto fonte geradora de saúde e bem estar”, o I Encontro de Educação para a Vida marca uma nova página nas vidas daqueles que tiveram a oportunidade de assistir – no distante e bucólico bairro de Jacarepaguá, no Instituto Juliano Moreira e ex-sede do hospital psiquiátrico – o diálogo de personalidades mundialmente conhecidas por seus pensamentos transformadores e por suas ações de conscientização e redescoberta daquilo que consideramos vida.

O cuidado para com os seres vivos, a Terra, e todo o ambiente que nos vemos envoltos, permeou todas as apresentações nos dois dias do encontro. A visão antropocêntrica, tão comum em nosso dia-a-dia, não foi sequer lembrada nesses dois dias de prática, vivência e aprendizado. A tranqüilidade proporcionada pela localização alheia aos distúrbios da cidade em movimento, permitiu que os conferencistas nos introduzissem em seus conhecimentos e históricos de cuidado, amor e ligação com a Natureza. Leonardo Boff, David Crow, Ana Primavesi e Nina Rosa Jacob deixaram plantadas nas terras distantes de Jacarepaguá, as sementes de um novo conceito, ou mesmo cultura, em saúde a ser pesquisado e desenvolvido pela FioCruz.

Leonardo Boff

A primeira apresentação, a de Leonardo Boff, ex-padre defensor da Teologia da Libertação e atualmente engajado nos preceitos da ‘Carta da Terra’ nos introduziu à percepção da grandiosidade da casa em que vivemos; como uma unidade, seres humanos e a Terra comungam como único ser.

Esta visão que engloba, sem generalizar, a existência sob uma perspectiva complexa e que interliga toda a diversidades de seres com seus respectivos habitat e com o todo, é hoje alvo de infindáveis pesquisas ligadas à física quântica, astrofísica, biologia, fisiologia, química e etc. A ciência, que tanto nos separou da totalidade e da crença em forças invisíveis e em princípio inexplicáveis, hoje nos possibilita rever tais conceitos sob a ótica da universalidade, possibilitando assim a criação de uma cultura voltada a interesses menos subordinados e restritos.

As condições em que se encontram, atualmente, nosso sistema vivo urgem de modificações de pensamento e inclusive de sentimento. Para Boff o momento de cuidarmos da vida e de nós mesmos não pode ser deixado para amanhã, para as próximas gerações que talvez nem tenham a oportunidade de vir como nós viemos. Para Boff é hora de renascimento para a humanidade já nascida.

David Crow

À tarde do dia 11 foi a vez de David Crow, norte americano que durante 10 anos peregrinou pelas montanhas longínquas do Himalaia, trazendo ao ocidente conhecimento e ervas da medicina Ayurvédica e Tibetana. Estudando com monges e cientistas, Crow aprendeu as práticas da medicina repassada através de meditações, visualizações de Buda e entoação de mantras. A medicina contemplativa aprendida por Crow tem muito a ensinar aos ocidentais assim como os ocidentais tem muito a nos ensinar, segundo ele, a medicina Tibetana é capaz de curar os males que a medicina ocidental não consegue, tal como o câncer, e a medicina ocidental é capaz de tratar os nossos, como aqueles trazidos pela miséria.

Percebendo que a poluição ambiental e a destruição dos ermos bosques onde se encontram as plantas da medicina oriental colocam em risco a continuação de tais práticas medicinais ancestrais, David buscou encontrar alternativas ao tratamento de seus pacientes. Sendo cada vez mais valorizados pela grande demanda, os medicamentos herbáreos, produzidos através de técnicas e cuidados milenares, começaram a impossibilitar grande parte dos tratamentos de Crow, e foi assim que ele iniciou seus ‘Learning Gardens’.

Há cinco anos Crow iniciou uma democratização de seus tratamentos, ensinando a seus clientes a plantar, colher e fabricar seus próprios medicamentos. Uma pequena revolução já ensinada pelo Buda da medicina, entendido por Crow em seus estudos no Himalaia. A experiência de plantar e colher seu próprio jardim, fez Crow perceber que as pessoas envolvidas iniciam um processo de mudança comportamental e também de pensamento, voltando-se a entender a grandiosidade do Reino Vegetal como também do planeta como um todo.

As experiências Crow multiplicaram-se por todo os Estados Unidos, onde dezenas de unidades estão em funcionamento em escolas, parques, em propriedades particulares e muitas delas encontram-se em centros urbanos. Neste ponto Crow demonstrou sua preocupação para quando uma possível escassês de energia impossibiltar a obtenção de alimentos, já que dependemos de alimentos trazidos de locais extremamente distantes.

Junto ao trabalho na sociedade norte-americana, Crow desenvolve a restauração de comunidades em todo o planeta. Reabilitando, ensinando e assim desenvolvendo, economias auto-sustentáveis e ambientalmente saudáveis, através da produção de óleos essenciais extraídos de plantas muitas vezes em risco de extinção pelos mais diversos cantos, entre todos os continentes.

Esse trabalho andarilho, árduo e muitas vezes solitário, para Crow é gratificante quando projetado em dimensões cósmicas como a criação de uma cultura espiritual, fruto de uma sociedade sadia em seus corpos, em seu ambiente e em sua consciência. A doença, segundo Crow, é resultado da carência e dos excessos, a carência tanto pode ser de nutrientes quanto de afeto e assim são os excessos. E a saúde do homem é resultado de si e de todo o meio em que se encontra, portanto um planeta doente é resultado do homem e vice-versa.

As apresentações do dia 12 estarão na próxima edição.


*O Núcleo de Pesquisa em Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz/IFF tem por objetivo produzir conhecimentos na área de Saúde Pública e Promoção da Saúde. O NUPCTIS se interelaciona com as instituições afins e o saber produzido nas atividades de pesquisas se difundem para o ensino e aplicação social. Visa contribuir com desenvolvimento de produtos e inovações tecnologicas que façam avançar os setores de Promoção da Saúde. O Núcleo tem o compromisso de difundir a informação de ciência e tecnologia para sociedade.

Por Clarissa Taguchi