março 27, 2006

Isolada, ação ambiental prejudica ambiente

Curitiba, 24/03/2006 do Prima Página
Coordenador do Fundo para o Meio Ambiente Mundial no PNUD avalia que decisões internacionais devem avaliar impactos em outras áreas

As medidas em favor do meio ambiente, aprovadas em convenções internacionais da ONU, obtiveram resultados importantes, como a redução nas emissões de CFC, gases prejudiciais à camada de ozônio da Terra. Mas, por terem sido analisadas de maneira isolada, acabaram resultando, em alguns casos, em retrocesso ambiental. A avaliação é do indiano descendente de portugueses Frank Pinto, responsável pela administração dos recursos do GEF (Fundo para o Meio Ambiente Mundial, na sigla em inglês) utilizados em projetos do PNUD em todo o mundo. O GEF é a maior fonte de financiamento global do meio ambiente: concedeu mais de US$ 20 bilhões desde 1991, incluindo projetos co-financiados com outros parceiros.

“O que se descobriu nos últimos anos foi que projetos que não levassem em conta as outras áreas acabariam talvez ajudando a reverter as mudanças climáticas, mas atrapalhando a proteção da biodiversidade. Isso gerou uma série de conseqüências negativas, que estão aparecendo agora”, afirmou ele em entrevista em Curitiba, durante a COP 8 (Oitava Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica). Um exemplo: para substituir os CFC, foram usados os HFCs, que não prejudicam a camada de ozônio, mas agrava o superaquecimento do planeta. “O que precisamos fazer agora? Estamos criando novos programas para eliminar os HFCs. A custos altos”, observou.


O lado positivo, destaca Frank Pinto, é que as ações desencontradas estão diminuindo. “Nos últimos anos, mas especialmente em 2005 e agora em 2006, cada secretariado de cada convenção está recebendo uma instrução de seus membros que diz: ‘por favor, prestem atenção nas sinergias entre cada convenção’ Acredito que, conforme essas sinergias forem sendo melhor observadas, teremos uma chance muito maior de atingir nossas metas”.


Essas metas incluem tanto os rumos traçados na Convenção sobre Diversidade Biológica quanto os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. O GEF é o mecanismo que financia as ações da Convenção sobre Diversidade Biológica.


Embora avalie ser “muito difícil” cumprir Objetivos do Milênio no prazo estabelecido (2015), ele não vê nisso um grave problema. “A força em torno da meta é muito mais importante que ela em si. E nisso, temos progresso”.


Confira os principais trechos da entrevista clicando no título.

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