Apesar de ter saído do foco da imprensa nos últimos meses, a transposição do Rio São Francisco continua causando polêmica na sociedade e dentro do Congresso Nacional. De acordo com a atual proposta orçamentária, que ainda não foi votada, esse projeto do governo federal vai receber R$ 800 milhões neste ano enquanto a revitalização do rio - projeto que recebe o apoio de movimentos sociais e ambientalistas - vai ter somente R$ 70 milhões de investimentos.
O relator do Orçamento, deputado Carlito Merss (PT-SC), defende mais recursos para a revitalização, mas a possibilidade de novas verbas precisa ser acertada com outro relator, o deputado José Chaves (PTB-PE), que analisa o relatório setorial orçamentário para a área de integração e meio ambiente. Merss diz estar convencido de que "sem a revitalização, as obras de transposição não vão resolver o problema". O Partido Verde é da mesma opinião e quer que metade dos recursos seja destinada às obras de revitalização.
No ano passado, o bispo da diosece de Barra (BA), Dom Luiz Flávio Cappio, fez greve de fome por mais de dez dias contra a transposição do São Francisco sob o argumento de que o projeto não vai matar a sede do povo do semi-árido nordestino, como promete o governo federal. Dom Cappio defende o projeto de revitalização como alternativa. A idéia é recuperar a vegetação que se perdeu na região e fazer pequenos açudes para aumentar a capacidade de armazenamento de água.
De São Paulo, da Agência Notícias do Planalto, Beatriz Pasqualino
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