março 14, 2006

Projeto do Governo Federal vira carvão


O presidente da FUNAGUAS, Judson Barros denunciou, em visita à Rádio Verdes Campos Sat, que o Projeto do Governo Federal de implantação de fábrica de biodiesel no Piauí, explorado pela empresa carioca Brasil Ecodiesel, em vez de plantar a mamona, estão produzindo carvão.

Segundo Judson, o Núcleo de Produção Comunitária Santa Clara, entre os municípios de Canto do Buriti e Eliseu Martins no PI, era para ser um projeto modelo do Governo Federal.

Lá, informou, o Governo do Estado “deu” 100 mil hectares de terra, com recursos envolvidos, através de financiamentos, na ordem de R$ 80 milhões.

"Grande parte dessa área já está desmatada. A lenha já está estocada, em aproximadamente 40 mil metros quadrados e a Brasil Ecodiesel, embora eu já tenha telefonado em busca de informações, não deu conhecimento sobre o Projeto Santa Clara, que é para plantar mamona, esteja na realidade produzindo carvão”, disse.

Disse ainda que, no Projeto Santa Clara, já existe toda uma estrutura praticamente montada, inclusive com a construção de oito fornos para a queima de madeira nativa. “O carvão vegetal é mais atrativo para a empresa porque dá mais dinheiro tanto no mercado nacional quanto no internacional, com aplicação nas indústrias de siderurgia. Acredito que este seja um projeto clandestino”.

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Devastação dos cerrados no sul do Piauí e no Maranhão já chegam a 90%
Por Wesslley Sales

De acordo com o presidente da Fundação das Águas (Funáguas), Judson Barros, a devastação da região dos cerrados do Piauí e Maranhão já atingiu índices preocupantes. Os rios estão secando por conta do assoreamento que é grande.

Ele também diz que os lagos e rios estão envenenados, matando os peixes. E que 16 trabalhadores rurais morreram no final do ano passado vítimas de envenenamento, em uma das fazendas de soja da área.

"A safra está bastante comprometida. A Bunge vai ter dificuldades de produção este ano. Ela já está parada por causa da produção do ano passado, que não houve na escala necessária", declara Judson Barros.

O presidente da Funáguas está na Assembléia Legislativa, onde espera o início da audiência sobre a criação do Estado do Gurguéia.

Projeto Mamona é uma farsa

Judson Barros denunciou que o projeto Mamomas é uma farsa. O projeto dos governos estadual e federal visa um combustível alternativo, para resolver o problema do pretróleo no país. Mas, de acordo com Judson, as famílias, cerca de 750, que foram contratadas para plantar a mamona estão vivendo em ritmo de escravidão.

"O governo paga uma bolsa de R$ 150,00 para cada família, devolver o dinheiro em produção, mas, o dinheiro não está dando para elas se manterem e nem produzirem como eles desejam. Essa renda também não garante vínculo empregatício, por isso não possuem direito trabalhistas", explica o presidente da Funáguas.

Ele denuncia também que cerca de 100 mil hectares já foram desmatados para plantação da mamona, porém, apenas três mil foram plantadas pelas famílias.


http://www.portalverdescampos.com.br/noticias.asp?e=Geral&nid=15051

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