Da Gazeta do Povo
As discussões na COP8 a respeito da criação do Regime Internacional de Acesso a Recursos Genéticos e Repartição de Benefícios, que pareciam caminhar para o fracasso, nesta terça-feira ganharam uma nova esperança de avanço. O secretário-executivo da Convenção da Biodiversidade da ONU, o argelino Ahmed Djoghlaf, disse que já haveria consenso para que se estabeleça 2008, quando ocorre a COP9, como possível data de criação do regime, que criaria normas internacionais para que empresas estrangeiras desenvolvam produtos a partir da biodiversidade de outro país ou dos conhecimentos tradicionais de povos indígenas.
Segundo a assessoria do secretariado, a proposta surgiu nos grupos consultivos que tratam do tema e ela teria um forte indicativo de consenso. A proposição ainda sugere que se realizem duas reuniões intermediárias até a COP9 para se discutir a elaboração do texto de um projeto de resolução sobre o regime. Porém, ainda não há nenhuma decisão tomada e a proposição deve ser submetida à plenária da COP8 na sexta-feira.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, nesta terça-feira reconheceu que as negociações sobre o regime são complexas. Mas disse acreditar que haverá avanços nesta COP. “Queremos sair daqui [COP8] com um mandato claro para que o regime seja avaliado na COP9”, disse a ministra. Ela ainda afirmou que o Brasil ganhou dois aliados dentro da União Européia para mudar a posição do bloco: Portugal e Espanha, que estariam simpáticos à posição do Brasil. A União Européia, como bloco, até agora tem preferido manter cautela para iniciar as negociações – bem como outros países, tais como a Austrália.
Por Fernando Martins - Gazeta do Povo
março 30, 2006
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