fevereiro 01, 2006

Transgênicos ambientalmente seguros?

E finalmente as empresas de transgenia encontraram outra maneira de convencer o quão saudável e necessária é sua biotecnologia transgênica. Seus custos e uma avaliação técnica precisa parecem ser desnecessários, dada às preocupações ambientais acarretadas pelos desastres ambientais do ano passado à conseqüentes baixas na produtividade no futuro.

Pelo que parece nosso país está atrasado biotecnologicamente falando e nossa grande salvação será biotecnologica e transgênica. Não apenas tecnológica, afinal, são as grandes empresas de inseticidas e medicamnetos investindo em biotecnologia transgênica de alto custo e não biotecnologia ambientalmente segura e economicamente democrática, que têm hoje o poder de colocar o que nas prateleiras de supermercado.

Confira a matéria da Revista Época Edição 402 - 30/01/06

"LIMPOS Nova safra pode ter menos contaminação por pesticidas

Finalmente, o Brasil deve entrar na era da agricultura transgênica. Depois de meia década discutindo a liberação de um único produto, a soja da empresa americana Monsanto, o país pode liberar dezenas de outras variedades, com características inovadoras. A soja é plantada legalmente desde 2003. Os outros produtos transgênicos, porém, aguardavam uma definição legal de quem seria responsável por sua aprovação no país. A Lei de Biossegurança, aprovada em março de 2005, resolveu isso. Mas a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), órgão responsável pelo monitoramento e fiscalização das pesquisas com engenharia genética no Brasil, só será reaberta em fevereiro. Já tem na gaveta uma lista de 500 processos, que vão de licença para pesquisas a autorização para vendas de sementes. A nova safra de produtos inclui variedades de batata, arroz e feijão que poderão chegar ao campo neste ano, e às prateleiras em 2007.

500 transgênicos esperam a aprovação do governo. Deles, 10 para comercialização imediata

Para o consumidor, a possibilidade de optar por produtos transgênicos representará, em alguns casos, maior segurança alimentar. O milho BT11, da empresa americana Syngenta, tem resistência a insetos, o que diminui a necessidade de inseticidas e reduz os riscos de contaminação química das espigas. Além disso, a planta não é atacada por micotoxinas, fungos que, se ingeridos, podem causar alergias, problemas digestivos e até câncer. Já o arroz Liberty Link, da multinacional Bayer, resiste a herbicidas. Por isso, permite combater as ervas daninhas da lavoura. 'Além de não ter de competir pelos nutrientes com o mato, há garantias de que, durante a colheita, os ä grãos não serão misturados às plantas daninhas. Isso é fundamental para a qualidade do produto final na aparência e no cozimento', diz Alex Merege, diretor de Biotecnologia da Bayer.

Em países onde já são plantados e comercializados, os alimentos modificados geneticamente mudaram as práticas de lavoura e mercado. Segundo estudos publicados no ano passado pela Universidade do Alabama, nos Estados Unidos, o algodão transgênico reduziu em 75% as aplicações de pesticidas, diminuindo a contaminação do solo e os custos de produção. 'Em 2000, o consumidor final teve um barateamento de até 3,7% no preço do produto', afirma o economista José Maria da Silveira, da Unicamp.

MILITÂNCIA Enquanto alguns ativistas protestam contra a venda de produtos com transgênicos, pesquisadores apostam em novidades benignas no campo

O Brasil está mais atrasado nessa tecnologia. O Centro de Tecnologia Canavieira, que desenvolve uma cana-de-açúcar capaz de produzir até 18% mais de açúcar que as variedades convencionais, ainda aguarda autorização para prosseguir com os estudos. 'A demora na constituição da CTNBio afetou nossa pesquisa', diz Willian Burnquist, coordenador de tecnologia do centro. Duas variedades transgênicas desenvolvidas pela Embrapa também estão na fila de espera. A primeira delas é a batata resistente à doença do mosaico, causadora de perdas nas lavouras que podem chegar a 100%. A segunda é um feijão transgênico imune ao vírus do mosaico dourado, responsável por quedas de até 85% na produtividade. Com quatro tipos em desenvolvimento (preto, carioca, jalo e roxinho), a planta pode trazer a auto-suficiência do país na produção de feijão. 'Isso reduziria a variação de preço no mercado', diz Francisco Aragão, coordenador da pesquisa. 'Atualmente temos de importar o grão da Argentina.'
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Em: http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,,EPT1117905-1664,00.html

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