fevereiro 20, 2006

Agua do subsolo ameaçada

Data: 20/2/2006

Técnicos em hidrologia e geologia alertam para a necessidade de adoção de critérios rígidos por parte do poder público na hora de se decidir pela perfuração de poços profundos na cidade como alternativa emergencial de abastecimento à população.

A estimativa é de que existam hoje mais de dez mil poços - entre profundos (acima de 150 metros), condominiais (entre 100 e 150 metros) intermediários (de 40 a 100 metros) e rasos (5 a 40 metros) - que, ao longo dos últimos 20 anos já reduziram em mais de 50 metros o nível de água do aqüífero existente na cidade de Manaus.

O geólogo da Companhia de Pesquisa em Recursos Minerais (CPRM) Carlos Aguiar afirma que a construção de poços deve ser feita desde que eles mantenham distância significativa dos pontos onde o sistema aqüífero esteja em condições críticas, a exemplo das zonas Leste e Sul, onde está situado o Distrito Industrial, e bairros como o Jorge Teixeira. Segundo Aguiar, o aqüífero que abastece Manaus tem aproximadamente 200 metros de profundidade e se estende até o município de Presidente Figueiredo, com diferentes unidades de aqüíferos.

Aguiar disse que o modelo deverá ser traçado com apoio de uma empresa de consultoria, a ser contratada pela prefeitura. Segundo ele, há necessidade de investimentos da ordem de R$ 50 a R$ 60 milhões que precisam ser levantados pela prefeitura para levar água à Zona Norte.

O presidente da Agência Reguladora dos Serviços Públicos Concedidos do Amazonas (Arsam), Raul Zaidam, ressalta que, além de serem paliativos, os poços são alternativas tecnicamente inviáveis por apresentarem problemas de funcionamento e não terem um controle efetivo sobre a qualidade da água fornecida.


Local: Manaus - AM
Fonte: A Crítica
Link: http://www.acritica.com.br/

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