Palestras sobre Alimentação “VIVA” no I Congresso Vegetariano Brasileiro e Latino Americano realizado em agosto de 2006 na cidade de São Paulo.
A alimentação “VIVA” constitui-se na ingestão de alimentos do Reino Vegetal crus, sendo que as sementes são utilizadas em processo de germinação. As irmãs Branco, a Dra. Maria Luiza e a Prof. Ana Branco tem demonstrado, de maneira prática e construtiva e através de um processo de convivência interdisciplinar muito sensível e peculiar, que a alimentação “VIVA” é capaz de transmutar a doença em saúde, a tristeza em alegria e o desamparo em esperança.
Cerca de 10 anos de práticas direcionadas à promoção desta maneira de se alimentar trouxeram inúmeras experiências comoventes aos participantes-alunos dos trabalhos liderados pelas irmãs:
“Não é somente uma forma de se alimentar sem o uso do fogo, a alimentação “VIVA” acaba por tornar-se mais que isso, ao plantarmos nossas sementes, ao vê-las brotando e crescendo, participamos de um processo que antes não participávamos e isso muda todo o contexto. A nossa visão acaba por tornar-se mais ampla e entramos em contato com a Natureza de uma nova maneira, mais contemplativa”, disse uma das voluntárias do ‘Biochip’ que após as palestras, servia um taça de conteúdo verde aos participantes.
“Não contém água, são verduras e ervas batidas com maçã e sementes germinadas, gostou? É doce e purifica até nossa alma”, completou outra voluntária.
Abaixo um resumo das palestras:
Leia a palestra da Dra. Maria Luiza Branco aqui.
Prof. Ana Branco: Apresentação da pesquisa ‘Convivência com o BioChip’
Docente do Departamento de Artes e Design da PUC-Rio, a Prof. Ana Branco coordena o ‘Grupo Aberto de Estudo, Pesquisa e Desenho com Modelos Vivos’, oferecendo assim, à comunidade, uma experiência de investigação através dos sentidos, das informações contidas nos alimentos oferecidos pelo Reino Vegetal. O trabalho da Prof. Branco, feito de maneira criativa e com o objetivo de sensibilizar, é pioneiro no país em relação à alimentação vegetariana crua elaborada em conjunto a sementes germinadas. Junto ao estudo, a Professora disponibiliza no Campus da Universidade, uma exposição das técnicas e resultados dos estudos, chamada Feira do Desenho Vivo.
“Vou distribuir uma semente para que a gente possa fazer uma ponte orgânica” inicia assim, a palestra da Prof. Branco oferecendo a cada um dos participantes um pequeno punhado de sementes de trigo.
“O que nós vamos fazer com isso? Vamos fazer uma comunicação não verbal, vamos ter uma possibilidade de conversar com o maior sensor do nosso corpo que são as mãos. É um órgão com o maior número de terminais nervosos e com isso nós vamos liberar um pouco a conversa que nós temos com a razão e com a lógica, daí essas sementes vão fazer parte da nossa conversa, ou seja, daquilo que a gente estiver pensando, por que vamos estar falando da coisa mais antiga do mundo, que são sementes”, conclui a Prof. Branco.
“...venho desenvolvendo essa pesquisa há 12 anos no meu corpo e atualmente o grupo está bem ampliado e muita gente está vivenciando no próprio corpo que é a regeneração a partir da convivência com o Biochip, e o que é o Biochip? Ele é tudo que está vivo na Terra, que é capaz de conter informação e com isso a gente tendo acesso a essas informações, principalmente na hora em que a gente se alimenta, esse chip vivo de informação vai fazendo transformações radicais, transformações no nosso modo de viver, pensar, de organizar pensamento, as relações sociais e conseqüentemente a cura. A cura que é a reconexão com o céu e a Terra”, diz.
“O computador tem uma coisa chamada ‘Chip’, que é a menor embalagem de informações, e essa menor embalagem para que ela armazene informação, contém silício dentro de molécula de água. Se eu pego esse chip do computador, coloco dentro de uma panela, ascendo o fogo embaixo e ele ferve, a primeira coisa que se rompe é a molécula de água que armazena o silício. Depois então, eu pego o chip, volto com ele para o computador, e mesmo que eu seque ele todinho, volto com ele para o computador e o que acontece? Não tem mais informação alguma. À exemplo da vida, o chip dos computadores é feito imitando a vida, como sempre. As informações são armazenadas dentro de silício. E dentro de tudo que é semente, de tudo que é fruta, hortaliça, de tudo que é areia, pedra e de tudo que está vivo na Terra, contém silício”, segue a Prof.
“Portanto a possibilidade da trama, de uma teia de comunicação em toda a volta de uma mesa, em toda a Terra, entre os seres, é possível e ela acontece de forma física. É possível existir a comunicação, ela não é só no nível subjetivo, apesar da gente não enxergar, ela existe. Fenômenos como ressonância mórfica, estudos como o de Lyall Watson, dizem o seguinte: macacos começam a lavar batatas numa determinada parte do planeta e imediatamente outros macacos em outra parte do planeta também começam a lavar raízes antes de comer. Então, a gente começa a ver que a comunicação existe, é possível, e está acontecendo e vem acontecendo e sempre aconteceu... agora estamos experimentando a Biodiversidade da Terra, usando esse chip “VIVO” de informação que são as sementes potencializando o valor nutritivo delas pela germinação”, diz.
A prof. Branco continua sua apresentação agora com imagens comparando o modelo de alimentação atual com a alimentação “VIVA”: “... plantando-se a semente de trigo, ela vai virar uma plantinha, vai dar um pendão, e enquanto ela está enraizada na terra ela é de Ph alcalino. Um equilíbrio eletroquímico do corpo como nós quando nascemos. A gente nasce com Ph alcalino, assim como todos os vegetais ligados à terra. O estado ótimo de multiplicação celular ocorre em ambiente alcalino. Essa semente então é embalada em embalagens de supermercado, depois a gente pulveriza ela e então ela é embalada como farinha, até aqui ela contém silício dentro de molécula de água. Depois eu faço um pãosinho maravilhoso, mesmo que seja com trigo integral que eu mesma, plantei, colhi, moí, e ascendo um fogo aqui e rompo com a molécula de água e o silício não pode mais ser acessado. A gente come então o amor, o amor de quem fez, mas a informação a gente não tem ainda pois comprometemos a informação pelo cozimento”.
“Com isso essa comida que usamos permite que a gente sobreviva num limite sem usar todas as nossas potencialidades. Principalmente acidificando nosso sangue. A acidificação do sangue é gerada por uma comida ácida que viemos comendo, daí, a quantidade de possibilidade de acentuar a acidez. Amido com proteína, a grande dose de acidez que a gente precisa tanto. Pão com queijo, batata com os derivados do leite... essa acidez no sangue não teria problema nenhum se ela não gerasse estruturas viciantes. O que é isso? Você cada vez quer doses mais fortes dessa acidez. E essas estruturas viciantes são as que viciam nosso organismo e o corpo fica dependente dessa estrutura, daí, estamos todos dependentes. Nós nos viciamos na comida ácida e por isso a abstinência de uma comida ácida é a mesma do álcool, das drogas pesadas é a mesma. São crises de abstinência. O seu organismo precisa, principalmente da acrilamida gerada pelo cozimento do amido. Já se sabe, a OMS vem anunciando devagarsinho, a questão da acrilamida, que é cancerígena.”
“Como professora de desenho, digo que os alunos comprometidos com essa acidez continuam desenhando objetos de guerra, mesmo que sejam geladeiras, congeladores enormes, para congelar um monte de pães, e assim a gente vai desnaturando cada vez mais o alimento. O microondas, em que a gente desnatura a essência das sementes... essa continua sendo uma técnica de guerra... 500 anos antes de Cristo os tratados Hipocráticos já vem mostrando os processos de germinação, 3500 anos antes de Cristo os povos nômades da Ásia já viviam fazendo o trabalho de germinação, então esse trabalho de revitalização pela alcalinização é o mesmo trabalho que a agricultra orgânica faz no solo. Como se regenera um solo ácido? Revitalizando ele com folhas e sementes, que é o trabalho que viemos fazendo no nosso corpo”.
“Nosso intestino é alcalino, e para se defender da acidez, ele reveste cerca de um cm de fezes secas a toda volta para poder não ficar mudando o Ph toda hora. E com isso a gente carrega de 5 a 7 kg de fezes secas todos os dias. O intestino se defende dessa forma e a gente já sabe que o intestino pensa, tem neurônios”, complementa.
A Prof. continua a apresentação posicionando que, o cozimento dos alimentos veio em função das guerras, onde os escravos na frente de batalham não recebiam os alimentos frescos e tinham que cozinha-los para melhor o gosto e odor. Numa visão cartesiana, quantificamos os nutrientes, em doses, vitaminas e etc. “Em nenhuma dessas doses, em nada desses argumentos, sustentam a poesia que o ser humano é capaz de viver”, diz.
Lembrando a hipótese Gaia, a prof. Ana conta que a grande quantidade de oxigênio sendo liberada pelas plantas, deixando o planeta extremamente sensível à combustão, fez com que Gaia (o planeta Terra) se reorganizasse, fazendo surgir a cor complementar. “O vermelho é a cor complementar ao verde, e corresponde ao sangue de vários animais, inclusive o nosso”. A professora mostra uma foto de uma aluna sorrindo ao colher suas beterrabas, mostra o encantamento pelo outro Reino complementar ao nosso, e do qual fomos originários e dependentes por completo.
Assim, a professora encerra: “o alimento cozido perde a energia vital, sendo o que nos alimenta é: Beleza, encantamento e energia vital... quanto mais bôbo, este estágio de encantamento que nos faz sorrir, mais perto das crianças a gente fica. Enquanto se desenha recuperamos o encantamento, a alegria de viver. A busca pelas cores é a busca pelas informações na Biodiversidade, transmutações biológicas a baixa energia. Acabamos identificando que você é capaz de produzir tudo que você precisa a partir do encantamento de oferecer à divindade que primeiro mora dentro de você”.
Por Clarissa Taguchi
Setembro de 2006.
setembro 19, 2006
setembro 15, 2006
Palestras sobre Alimentação "VIVA" no I Congresso Vegetariano Brasileiro e Latino Americano
Palestras sobre Alimentação "VIVA" no I Congresso Vegetariano Brasileiro e Latino Americano realizado em agosto de 2006 na cidade de São Paulo.
Por Clarissa Taguchi
A alimentação "VIVA" constitui-se na ingestão de alimentos do Reino Vegetal crus, sendo que as sementes são utilizadas em processo de germinação. As irmãs Branco, a Dra. Maria Luiza e a Prof. Ana Branco tem demonstrado, de maneira prática e construtiva e através de um processo de convivência interdisciplinar muito sensível e peculiar, que a alimentação "VIVA" é capaz de transmutar a doença em saúde, a tristeza em alegria e o desamparo em esperança.
Cerca de 10 anos de práticas direcionadas à promoção desta maneira de se alimentar trouxeram inúmeras experiências comoventes aos participantes-alunos dos trabalhos liderados pelas irmãs:
"Não é somente uma forma de se alimentar sem o uso do fogo, a alimentação "VIVA" acaba por tornar-se mais que isso, ao plantarmos nossas sementes, ao vê-las brotando e crescendo, participamos de um processo que antes não participávamos e isso muda todo o contexto. A nossa visão acaba por tornar-se mais ampla e entramos em contato com a Natureza de uma nova maneira, mais contemplativa", disse uma das voluntárias do 'Biochip' que após as palestras, servia um taça de conteúdo verde aos participantes.
"Não contém água, são verduras e ervas batidas com maçã e sementes germinadas, gostou? É doce e purifica até nossa alma", completou outra voluntária.
Abaixo um resumo das palestras:
Dra. Maria Luiza Branco Nogueira: Alimentação "VIVA" na promoção da saúde
Como pesquisadora da FioCruz, a Dra. Maria Luiza Nogueira trabalha a Promoção da Saúde com o Projeto Terrapia, onde divulga a alimentação "VIVA" e a conscientização ecológica junto à comunidade. Na ENSP (Escola Nacional de Saúde Pública), a Dra. Maria Luiza realiza em um movimento solidário e participativo, com palestras e oficinas, um conjunto de ações como a horta de cultivo orgânico em área urbana e o desenvolvimento de uma culinária entitulada "VIVA".
"A ENSP é orientada pelos estudos da epidemiologia e esses estudos vêm apontando e direcionando as políticas públicas de saúde e o que vem acontecendo? Embora com todo o avanço da medicina epidemiológica, na saúde pública não houve tanto avanço em termos da qualidade de vida embora tenha havido muito trabalho na área de prevenção, isso também não resultou em grandes modificações do quadro de saúde da população. Então nos últimos 40 anos aparece um novo movimento dentro da saúde pública que é o da Promoção da Saúde", diz a Dra. Maria Luiza.
"A Promoção da Saúde é uma construção de um outro olhar e, o que é muito interessante é que se contempla a busca pela Paz. Então é um dos preceitos básicos da Promoção da Saúde a busca pela Paz. Tem-se uma série de investigações voltadas para a busca da Saúde envolvendo um outro olhar. A questão ambiental, a questão da alimentação que também entra de uma outra forma que não é só um olhar da nutrição".
Assim a Dra. Maria Luiza iniciou há nove anos o projeto Terrapia, onde numa área urbana em torno de cinco mil metros quadrados, tem-se uma horta em que as pessoas que participam do projeto plantam, aprendem, trocam experiências e receitas. "As pessoas vêm chegando... trazem de casa as cascas de legumes para fazer a nossa compostagem e esse espaço traz pessoas para que possamos conversar sobre o ato de se alimentar. O ato de se alimentar é muito mais abrangente do que botar a comida na boca. O alimento "VIVO" entra aqui, nesse ponto, ele tem essa concepção de uma alimentação muito mais abrangente", conclui Maria Luiza.
A percepção da Natureza pelo alimento
"Na medida em que a gente tem um entendimento que nós somos seres da Natureza, que fazemos parte dela e não que ela esteja aqui para que se aproveite dela, você começa a perceber que o principal alimento que a gente tem é a água sendo que somos feitos de 70% a 80% dela, às vezes até 90% quando bebês. Então a qualidade da água, a busca da água a forma que a água vem, ela vai ser fundamental como busca de alimento e é um alimento "VIVO" da Natureza que está aí", diz.
"Quando a gente sabe que não pode ficar sem respirar por muito tempo, a gente vai vendo que sem oxigênio não vai dar certo. A qualidade do ar, a forma da gente respirar também fazem parte do alimento "VIVO". Assim, você começa a se dar conta que se alimentar é estar ABSOLUTAMENENTE integrado e envolvido com a questão ambiental... essa forma de nos relacionar com a Natureza e o que é que vamos retirar dela para mantermos a vida dentro da gente".
"Faça do seu alimento seu próprio remédio", como já dizia Hipócrates, usar o alimento para encontrar o equilíbrio, a alimentoterapia, a mais antiga terapia da medicina ocidental, as diversas linhas da alimentação, foram questões levantadas pela palestrante. Ela também levantou a necessidade de diálogo entre os diversos profissionais da saúde, para um despertar direcionado às medicinas vitalistas - aquelas que percebem a energia vital.
Segundo a Dra. Maria Luiza, o alimento "VIVO" é baseado na compreensão da energia vital, sendo este o alimento do corpo e da vida. É durante o processo de germinação, onde a semente 'explode' para a vida ao nascer que há mais energia vital. É através de um estudo clínico com pessoas que tem se beneficiado dessas sementes que estamos baseando as pesquisas, mesmo sendo uma dieta tão antiga, é hoje que ela tem atraído o interesse dos campos científicos.
A Dra. Maria Luiza conclui que junto ao alimento "VIVO" e à Promoção da Saúde chega-se ao entendimento que cada um é seu médico, onde cada um pode saber o que é melhor para si, combinando assim com a mudança necessária aos serviços de saúde. Lembrando o tema do Congresso de Vegetarianismo, a Dra. Maria Luiza também pede que da mesma maneira que discutimos a violência contra animais também precisamos informar e debater sobre a violência causada ao Reino Vegetal, como o caso da perda da Biodiversidade das nossas sementes pela simples valorização de mercado.
Na próxima edição a palestra da Prof. Ana Branco: Apresentação da pesquisa 'Convivência com o Biochip'
Por Clarissa Taguchi
Setembro de 2006
Por Clarissa Taguchi
A alimentação "VIVA" constitui-se na ingestão de alimentos do Reino Vegetal crus, sendo que as sementes são utilizadas em processo de germinação. As irmãs Branco, a Dra. Maria Luiza e a Prof. Ana Branco tem demonstrado, de maneira prática e construtiva e através de um processo de convivência interdisciplinar muito sensível e peculiar, que a alimentação "VIVA" é capaz de transmutar a doença em saúde, a tristeza em alegria e o desamparo em esperança.
Cerca de 10 anos de práticas direcionadas à promoção desta maneira de se alimentar trouxeram inúmeras experiências comoventes aos participantes-alunos dos trabalhos liderados pelas irmãs:
"Não é somente uma forma de se alimentar sem o uso do fogo, a alimentação "VIVA" acaba por tornar-se mais que isso, ao plantarmos nossas sementes, ao vê-las brotando e crescendo, participamos de um processo que antes não participávamos e isso muda todo o contexto. A nossa visão acaba por tornar-se mais ampla e entramos em contato com a Natureza de uma nova maneira, mais contemplativa", disse uma das voluntárias do 'Biochip' que após as palestras, servia um taça de conteúdo verde aos participantes.
"Não contém água, são verduras e ervas batidas com maçã e sementes germinadas, gostou? É doce e purifica até nossa alma", completou outra voluntária.
Abaixo um resumo das palestras:
Dra. Maria Luiza Branco Nogueira: Alimentação "VIVA" na promoção da saúde
Como pesquisadora da FioCruz, a Dra. Maria Luiza Nogueira trabalha a Promoção da Saúde com o Projeto Terrapia, onde divulga a alimentação "VIVA" e a conscientização ecológica junto à comunidade. Na ENSP (Escola Nacional de Saúde Pública), a Dra. Maria Luiza realiza em um movimento solidário e participativo, com palestras e oficinas, um conjunto de ações como a horta de cultivo orgânico em área urbana e o desenvolvimento de uma culinária entitulada "VIVA".
"A ENSP é orientada pelos estudos da epidemiologia e esses estudos vêm apontando e direcionando as políticas públicas de saúde e o que vem acontecendo? Embora com todo o avanço da medicina epidemiológica, na saúde pública não houve tanto avanço em termos da qualidade de vida embora tenha havido muito trabalho na área de prevenção, isso também não resultou em grandes modificações do quadro de saúde da população. Então nos últimos 40 anos aparece um novo movimento dentro da saúde pública que é o da Promoção da Saúde", diz a Dra. Maria Luiza.
"A Promoção da Saúde é uma construção de um outro olhar e, o que é muito interessante é que se contempla a busca pela Paz. Então é um dos preceitos básicos da Promoção da Saúde a busca pela Paz. Tem-se uma série de investigações voltadas para a busca da Saúde envolvendo um outro olhar. A questão ambiental, a questão da alimentação que também entra de uma outra forma que não é só um olhar da nutrição".
Assim a Dra. Maria Luiza iniciou há nove anos o projeto Terrapia, onde numa área urbana em torno de cinco mil metros quadrados, tem-se uma horta em que as pessoas que participam do projeto plantam, aprendem, trocam experiências e receitas. "As pessoas vêm chegando... trazem de casa as cascas de legumes para fazer a nossa compostagem e esse espaço traz pessoas para que possamos conversar sobre o ato de se alimentar. O ato de se alimentar é muito mais abrangente do que botar a comida na boca. O alimento "VIVO" entra aqui, nesse ponto, ele tem essa concepção de uma alimentação muito mais abrangente", conclui Maria Luiza.
A percepção da Natureza pelo alimento
"Na medida em que a gente tem um entendimento que nós somos seres da Natureza, que fazemos parte dela e não que ela esteja aqui para que se aproveite dela, você começa a perceber que o principal alimento que a gente tem é a água sendo que somos feitos de 70% a 80% dela, às vezes até 90% quando bebês. Então a qualidade da água, a busca da água a forma que a água vem, ela vai ser fundamental como busca de alimento e é um alimento "VIVO" da Natureza que está aí", diz.
"Quando a gente sabe que não pode ficar sem respirar por muito tempo, a gente vai vendo que sem oxigênio não vai dar certo. A qualidade do ar, a forma da gente respirar também fazem parte do alimento "VIVO". Assim, você começa a se dar conta que se alimentar é estar ABSOLUTAMENENTE integrado e envolvido com a questão ambiental... essa forma de nos relacionar com a Natureza e o que é que vamos retirar dela para mantermos a vida dentro da gente".
"Faça do seu alimento seu próprio remédio", como já dizia Hipócrates, usar o alimento para encontrar o equilíbrio, a alimentoterapia, a mais antiga terapia da medicina ocidental, as diversas linhas da alimentação, foram questões levantadas pela palestrante. Ela também levantou a necessidade de diálogo entre os diversos profissionais da saúde, para um despertar direcionado às medicinas vitalistas - aquelas que percebem a energia vital.
Segundo a Dra. Maria Luiza, o alimento "VIVO" é baseado na compreensão da energia vital, sendo este o alimento do corpo e da vida. É durante o processo de germinação, onde a semente 'explode' para a vida ao nascer que há mais energia vital. É através de um estudo clínico com pessoas que tem se beneficiado dessas sementes que estamos baseando as pesquisas, mesmo sendo uma dieta tão antiga, é hoje que ela tem atraído o interesse dos campos científicos.
A Dra. Maria Luiza conclui que junto ao alimento "VIVO" e à Promoção da Saúde chega-se ao entendimento que cada um é seu médico, onde cada um pode saber o que é melhor para si, combinando assim com a mudança necessária aos serviços de saúde. Lembrando o tema do Congresso de Vegetarianismo, a Dra. Maria Luiza também pede que da mesma maneira que discutimos a violência contra animais também precisamos informar e debater sobre a violência causada ao Reino Vegetal, como o caso da perda da Biodiversidade das nossas sementes pela simples valorização de mercado.
Na próxima edição a palestra da Prof. Ana Branco: Apresentação da pesquisa 'Convivência com o Biochip'
Por Clarissa Taguchi
Setembro de 2006
¿Quién paga el cambio climático?
Por Peter Singer
En los Estados Unidos, los seis primeros meses de 2006 fueron los más calurosos en más de un siglo. Europa está experimentando también un verano inhabitualmente caluroso. El tórrido verano septentrional cuadra perfectamente con el estreno de "Una verdad incómoda", documental que cuenta con la participación del ex vicepresidente de los Estados Unidos Al Gore. *
Escribo esto en Nueva York a comienzos de agosto, cuando el alcalde ha declarado una emergencia por el calor para prevenir interrupciones generalizadas del servicio eléctrico a consecuencia del intenso uso de los aparatos de aire acondicionado que se espera. Los empleados municipales podrían exponerse a acusaciones penales, si fijan sus termostatos por debajo de 78 grados Fahrenheit (25,5 Celsius). No obstante, el uso de la electricidad ha alcanzado niveles casi sin precedentes.
En los Estados Unidos, los seis primeros meses de 2006 fueron los más calurosos en más de un siglo. Europa está experimentando también un verano inhabitualmente caluroso.
El tórrido verano septentrional cuadra perfectamente con el estreno de "Una verdad incómoda", documental que cuenta con la participación del ex vicepresidente de los Estados Unidos Al Gore. Mediante gráficos, imágenes y otras informaciones notables, en él se argumenta de forma convincente que nuestras emisiones de dióxido de carbono están causando el calentamiento del planeta o, como mínimo, contribuyendo a él y que debemos abordar urgentemente esa cuestión.
Los estadounidenses suelen hablar mucho de moralidad y justicia, pero la mayoría de ellos siguen sin darse cuenta de que la negativa de su país a firmar el Protocolo de Kyoto y su consiguiente actitud —la de que todo sigue igual— para con las emisiones de gases que producen el efecto invernadero es una falta moral de lo más grave.
Ya está teniendo consecuencias perjudiciales para otros y la mayor injusticia es que son los ricos los que están utilizando la mayor parte de la energía que provoca las emisiones causantes del cambio climático, mientras que los pobres serán quienes carguen con la mayor parte de los costos.
Para ver la injusticia, me basta con echar un vistazo al aparato de aire condicionado que mantiene mi despacho soportable. Si bien he hecho más de lo que pidió el alcalde, al fijarlo en 82F (27C), sigo siendo parte de un circuito de retroalimentación. Lucho contra el calor utilizando más energía, lo que contribuye a la quema de más combustible fósil y a la emisión de más gases de efecto invernadero en la atmósfera y a un mayor calentamiento del planeta.
Ocurrió incluso cuando estaba viendo "Una verdad incómoda": en una noche calurosa, la sala de cine estaba tan fresca, que lamenté no haber llevado conmigo una chaqueta.
El calor mata. Una ola de calor en Francia causó unas 35.000 muertes en 2003 y otra similar a la que hubo en Gran Bretaña el mes pasado causó más de 2.000 muertes, según cálculos oficiales. Aunque no se puede atribuir ninguna ola de calor determinada al calentamiento del planeta, éste hará que semejantes fenómenos sean más frecuentes. Además, si se permite que el calentamiento del planeta siga avanzando, el número de muertes que ocurren cuando las precipitaciones resultan más erráticas y causan tanto sequías prolongadas como inundaciones muy graves superarán con mucho el provocado
por el calor en Europa. Huracanes intensos y más frecuentes matarán a muchas más personas. La fusión del hielo polar causará el aumento del nivel del mar, que inundará las fértiles regiones bajas de los deltas, en las que centenares de millones de personas cultivan los productos con los que se alimentan. Se extenderán las enfermedades tropicales, que matarán a aún más personas.
Según cifras de las Naciones Unidas, en 2002 las emisiones por habitante de los gases que provocan el efecto invernadero en los Estados Unidos fueron 16 veces superiores a las de la India, 60 veces superiores a las de Bangladesh y más de 200 veces superiores a las de Etiopía, Malí o Chad. Otras naciones desarrolladas con emisiones casi equivalentes a las de los EE.UU. son Australia, Canadá y Luxemburgo. Por otra parte, Rusia, Alemania, Gran Bretaña, Italia, Francia y España tienen niveles entre la mitad y una cuarta parte de las estadounidenses. El nivel de estos países sigue siendo superior a la media mundial y más de 50 veces el de las naciones más pobres en las que habrá muertes causadas por el calentamiento del planeta.
Si un contaminador perjudica a otros, los perjudicados suelen tener un remedio jurídico. Por ejemplo, si una fábrica vierte productos químicos tóxicos en un río que yo uso para regar mi explotación agraria y mata mis cultivos, puedo demandar al propietario de la fábrica. Si las naciones ricas contaminan la atmósfera con dióxido de carbono y destruyen mis cultivos con el cambio de tónica en las precipitaciones o mis campos resultan inundados por un aumento del nivel del mar, ¿no debería poder también demandar?
Camilla Toulmin, que dirige el Instituto Internacional de Medio Ambiente y esarrollo, ONG radicada en Londres, asistió a una conferencia sobre el cambio climático que Al Gore pronunció en junio. Le preguntó qué pensaba sobre la compensación a quienes se ven más afectados por el cambio climático, pero han contribuido menos a causarlo. La pregunta pareció tomarlo desprevenido y no apoyó esa idea. Como Toulmin, yo me pregunto si es ésa una verdad que resulta demasiado incómoda, incluso para él.
www.ecoportal.net
** Peter Singer es PROFESOR DE BIOETICA, UNIVERSIDAD DE PRINCETON - Clarín y
Project Syndicate, 2006.*
En los Estados Unidos, los seis primeros meses de 2006 fueron los más calurosos en más de un siglo. Europa está experimentando también un verano inhabitualmente caluroso. El tórrido verano septentrional cuadra perfectamente con el estreno de "Una verdad incómoda", documental que cuenta con la participación del ex vicepresidente de los Estados Unidos Al Gore. *
Escribo esto en Nueva York a comienzos de agosto, cuando el alcalde ha declarado una emergencia por el calor para prevenir interrupciones generalizadas del servicio eléctrico a consecuencia del intenso uso de los aparatos de aire acondicionado que se espera. Los empleados municipales podrían exponerse a acusaciones penales, si fijan sus termostatos por debajo de 78 grados Fahrenheit (25,5 Celsius). No obstante, el uso de la electricidad ha alcanzado niveles casi sin precedentes.
En los Estados Unidos, los seis primeros meses de 2006 fueron los más calurosos en más de un siglo. Europa está experimentando también un verano inhabitualmente caluroso.
El tórrido verano septentrional cuadra perfectamente con el estreno de "Una verdad incómoda", documental que cuenta con la participación del ex vicepresidente de los Estados Unidos Al Gore. Mediante gráficos, imágenes y otras informaciones notables, en él se argumenta de forma convincente que nuestras emisiones de dióxido de carbono están causando el calentamiento del planeta o, como mínimo, contribuyendo a él y que debemos abordar urgentemente esa cuestión.
Los estadounidenses suelen hablar mucho de moralidad y justicia, pero la mayoría de ellos siguen sin darse cuenta de que la negativa de su país a firmar el Protocolo de Kyoto y su consiguiente actitud —la de que todo sigue igual— para con las emisiones de gases que producen el efecto invernadero es una falta moral de lo más grave.
Ya está teniendo consecuencias perjudiciales para otros y la mayor injusticia es que son los ricos los que están utilizando la mayor parte de la energía que provoca las emisiones causantes del cambio climático, mientras que los pobres serán quienes carguen con la mayor parte de los costos.
Para ver la injusticia, me basta con echar un vistazo al aparato de aire condicionado que mantiene mi despacho soportable. Si bien he hecho más de lo que pidió el alcalde, al fijarlo en 82F (27C), sigo siendo parte de un circuito de retroalimentación. Lucho contra el calor utilizando más energía, lo que contribuye a la quema de más combustible fósil y a la emisión de más gases de efecto invernadero en la atmósfera y a un mayor calentamiento del planeta.
Ocurrió incluso cuando estaba viendo "Una verdad incómoda": en una noche calurosa, la sala de cine estaba tan fresca, que lamenté no haber llevado conmigo una chaqueta.
El calor mata. Una ola de calor en Francia causó unas 35.000 muertes en 2003 y otra similar a la que hubo en Gran Bretaña el mes pasado causó más de 2.000 muertes, según cálculos oficiales. Aunque no se puede atribuir ninguna ola de calor determinada al calentamiento del planeta, éste hará que semejantes fenómenos sean más frecuentes. Además, si se permite que el calentamiento del planeta siga avanzando, el número de muertes que ocurren cuando las precipitaciones resultan más erráticas y causan tanto sequías prolongadas como inundaciones muy graves superarán con mucho el provocado
por el calor en Europa. Huracanes intensos y más frecuentes matarán a muchas más personas. La fusión del hielo polar causará el aumento del nivel del mar, que inundará las fértiles regiones bajas de los deltas, en las que centenares de millones de personas cultivan los productos con los que se alimentan. Se extenderán las enfermedades tropicales, que matarán a aún más personas.
Según cifras de las Naciones Unidas, en 2002 las emisiones por habitante de los gases que provocan el efecto invernadero en los Estados Unidos fueron 16 veces superiores a las de la India, 60 veces superiores a las de Bangladesh y más de 200 veces superiores a las de Etiopía, Malí o Chad. Otras naciones desarrolladas con emisiones casi equivalentes a las de los EE.UU. son Australia, Canadá y Luxemburgo. Por otra parte, Rusia, Alemania, Gran Bretaña, Italia, Francia y España tienen niveles entre la mitad y una cuarta parte de las estadounidenses. El nivel de estos países sigue siendo superior a la media mundial y más de 50 veces el de las naciones más pobres en las que habrá muertes causadas por el calentamiento del planeta.
Si un contaminador perjudica a otros, los perjudicados suelen tener un remedio jurídico. Por ejemplo, si una fábrica vierte productos químicos tóxicos en un río que yo uso para regar mi explotación agraria y mata mis cultivos, puedo demandar al propietario de la fábrica. Si las naciones ricas contaminan la atmósfera con dióxido de carbono y destruyen mis cultivos con el cambio de tónica en las precipitaciones o mis campos resultan inundados por un aumento del nivel del mar, ¿no debería poder también demandar?
Camilla Toulmin, que dirige el Instituto Internacional de Medio Ambiente y esarrollo, ONG radicada en Londres, asistió a una conferencia sobre el cambio climático que Al Gore pronunció en junio. Le preguntó qué pensaba sobre la compensación a quienes se ven más afectados por el cambio climático, pero han contribuido menos a causarlo. La pregunta pareció tomarlo desprevenido y no apoyó esa idea. Como Toulmin, yo me pregunto si es ésa una verdad que resulta demasiado incómoda, incluso para él.
www.ecoportal.net
** Peter Singer es PROFESOR DE BIOETICA, UNIVERSIDAD DE PRINCETON - Clarín y
Project Syndicate, 2006.*
setembro 14, 2006
Novas possibilidades na concepção da Saúde
Como uma semente recém plantada, o I Encontro de Educação para a Vida permitiu à comunidade junto a seus participantes, uma imersão em novas possibilidades no entendimento e concepção da Saúde, sendo ela humana com também ambiental. Promovido pelo NUPCTIS, da Vice-Diretoria de Pesquisa do Instituto Fernandes Figueira (IFF/FioCruz), teve como uma das principais responsáveis a Dra. Sueli Rezende Cunha*, coordenadora do NUPCTIS. Com os olhos marejados pela emoção representada por lágrimas, a Dra. Sueli Cunha concedeu entrevista exclusiva à Revista Consciência.Net.
CN: Como foi a construção do I Encontro de Educação para a Vida?
SC: Na verdade o encontro é uma resposta inovadora aos antigos enfrentamentos da saúde pública brasileira. Os últimos 11 anos com o adoecimento de crianças e famílias, assim como dos profissionais ligados à área hospitalar, apontaram a necessidade de redirecionar-se as ações e redimensionar-se os modelos assistenciais.
A inversão de modelos, do modelo hospitalocêntico para a promoção da saúde, vem sendo discutida nas políticas públicas de saúde. O adoecimento do entorno social e o comprometimento do meio ambiente, se mostraram ao longo dos anos de pesquisa, como fatores pertinentes, se não determinantes do agravamento da situação da saúde. As crianças e mulheres são as mais atingidas.
Esta consciência fez com que o NUPCTIS-IFF-FIOCRUZ se envolvesse nas políticas de inovação e na tentativa de buscar saídas socialmente justas para esta realidade. Esta compreensão trouxe a coragem e a ousadia de buscar novos rumos, novos filosofias e teorias que fortalecessem iniciativas futuras.
Desta forma, hoje, o NUPCTIS trabalha articulando três grandes áreas de ação: pesquisar-ensinar-cuidar. Assim, com o amadurecimento, nasce o I Encontro de Educação para Vida.
CN: Quais as expectativas relacionadas ao I Encontro?
SC: O I Encontro foi todo construído para atender ao diagnóstico de saúde, realizado-se no campus da FioCruz Mata Atlântica, na Colônia Juliano Moreira em Jacarepaguá. Ele buscou dar respostas à comunidade local e construir junto à comunidade, as bases para o desdobramento de ações de Promoção da Saúde.
O objetivo é aglutinar parceiros de diversas áreas, para fortalecer iniciativas locais de sustentabilidade, participação social e empoderamento dos atores envolvidos no processo de gerar soluções.
É importante destacar que a filosofia motriz do I Encontro é dar expressão às bases espirituais e éticas de valorização da vida. Para nós, a vida é o valor supremo em todas as suas formas de expressão. Ficando-se mais claro pela frase: TUDO O QUE VIVE PULSA E TUDO QUE PULSA JÁ CONTÉM EM SI A FORÇA PARA FORMAR O FUTURO. Essa premissa é a grande virtude a ser ensinada nas bases desta CIENCIA NOVA.
CN: Qual a proposta do NUPCTIS?
SC: É a promoção a Saúde através de ações inovadoras. A pesquisa cientifica é sua principal ferramenta, a Educação para Vida seu principal canal de expressão, onde se agrega os resultados das pesquisas produzidas. Sua grande finalidade é irrigar com estes conceitos novos a ciência e a tecnologia para criar possibilidades de gerar INOVAÇÕES, que teriam o papel de fazer avançar a consciência das pessoas e o avanço da justiça social.
CN: Como se dará o trabalho do NUPCTIS após o I Encontro?
SC: A continuidade do trabalho do NUPCTIS é articular as políticas de Promoção da Saúde e de Ciência, Tecnologia e Inovação vigentes no país e assim fortalecer as ações que se desdobram a partir demanda apresentada pelos conferencistas do I Encontro de Educação para Vida. Nossos convidados convocaram a ciência a dar respostas às necessidades humanas e do planeta que precisam de socorro. Portanto a idéia é essa: precisamos de aliados.
A próxima iniciativa é produzir o vídeo do I Encontro de Educação para Vida para expandir a divulgação das idéias, e a segunda iniciativa é organizar a Semana Nacional de tecnologia junto aos parceiros e representantes das instituições que estiveram presentes no encontro. É importante manter uma rede de diálogo efetiva do NUPCTIS com a sociedade em geral, e com os interessados em efetivar esta realidade nova para prática do bem comum.
Por Clarissa Taguchi, idealizadora da Cia. Ecológica e editora de Ecologia da Revista Consciência.Net.
*Dra. Sueli Rezende Cunha, coordenadora do NUPCTIS, da Vice-Diretoria de Pesquisa do
Instituto Fernandes Figueira. Contatos: Tel.: 2552-8393, email: nupctis@iff.fiocruz.br
CN: Como foi a construção do I Encontro de Educação para a Vida?
SC: Na verdade o encontro é uma resposta inovadora aos antigos enfrentamentos da saúde pública brasileira. Os últimos 11 anos com o adoecimento de crianças e famílias, assim como dos profissionais ligados à área hospitalar, apontaram a necessidade de redirecionar-se as ações e redimensionar-se os modelos assistenciais.
A inversão de modelos, do modelo hospitalocêntico para a promoção da saúde, vem sendo discutida nas políticas públicas de saúde. O adoecimento do entorno social e o comprometimento do meio ambiente, se mostraram ao longo dos anos de pesquisa, como fatores pertinentes, se não determinantes do agravamento da situação da saúde. As crianças e mulheres são as mais atingidas.
Esta consciência fez com que o NUPCTIS-IFF-FIOCRUZ se envolvesse nas políticas de inovação e na tentativa de buscar saídas socialmente justas para esta realidade. Esta compreensão trouxe a coragem e a ousadia de buscar novos rumos, novos filosofias e teorias que fortalecessem iniciativas futuras.
Desta forma, hoje, o NUPCTIS trabalha articulando três grandes áreas de ação: pesquisar-ensinar-cuidar. Assim, com o amadurecimento, nasce o I Encontro de Educação para Vida.
CN: Quais as expectativas relacionadas ao I Encontro?
SC: O I Encontro foi todo construído para atender ao diagnóstico de saúde, realizado-se no campus da FioCruz Mata Atlântica, na Colônia Juliano Moreira em Jacarepaguá. Ele buscou dar respostas à comunidade local e construir junto à comunidade, as bases para o desdobramento de ações de Promoção da Saúde.
O objetivo é aglutinar parceiros de diversas áreas, para fortalecer iniciativas locais de sustentabilidade, participação social e empoderamento dos atores envolvidos no processo de gerar soluções.
É importante destacar que a filosofia motriz do I Encontro é dar expressão às bases espirituais e éticas de valorização da vida. Para nós, a vida é o valor supremo em todas as suas formas de expressão. Ficando-se mais claro pela frase: TUDO O QUE VIVE PULSA E TUDO QUE PULSA JÁ CONTÉM EM SI A FORÇA PARA FORMAR O FUTURO. Essa premissa é a grande virtude a ser ensinada nas bases desta CIENCIA NOVA.
CN: Qual a proposta do NUPCTIS?
SC: É a promoção a Saúde através de ações inovadoras. A pesquisa cientifica é sua principal ferramenta, a Educação para Vida seu principal canal de expressão, onde se agrega os resultados das pesquisas produzidas. Sua grande finalidade é irrigar com estes conceitos novos a ciência e a tecnologia para criar possibilidades de gerar INOVAÇÕES, que teriam o papel de fazer avançar a consciência das pessoas e o avanço da justiça social.
CN: Como se dará o trabalho do NUPCTIS após o I Encontro?
SC: A continuidade do trabalho do NUPCTIS é articular as políticas de Promoção da Saúde e de Ciência, Tecnologia e Inovação vigentes no país e assim fortalecer as ações que se desdobram a partir demanda apresentada pelos conferencistas do I Encontro de Educação para Vida. Nossos convidados convocaram a ciência a dar respostas às necessidades humanas e do planeta que precisam de socorro. Portanto a idéia é essa: precisamos de aliados.
A próxima iniciativa é produzir o vídeo do I Encontro de Educação para Vida para expandir a divulgação das idéias, e a segunda iniciativa é organizar a Semana Nacional de tecnologia junto aos parceiros e representantes das instituições que estiveram presentes no encontro. É importante manter uma rede de diálogo efetiva do NUPCTIS com a sociedade em geral, e com os interessados em efetivar esta realidade nova para prática do bem comum.
Por Clarissa Taguchi, idealizadora da Cia. Ecológica e editora de Ecologia da Revista Consciência.Net.
*Dra. Sueli Rezende Cunha, coordenadora do NUPCTIS, da Vice-Diretoria de Pesquisa do
Instituto Fernandes Figueira. Contatos: Tel.: 2552-8393, email: nupctis@iff.fiocruz.br
Notícias do I Encontro de Educação para a Vida promovido pela NUPCTIS *, da Vice-Diretoria de Pesquisa do Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) em 11 e 12 de Setembro de 2006.
Entre tantos desafios ligados à promoção da saúde como a descoberta de novos medicamentos, pesquisas que nos façam entender os mecanismos fisiológicos que permitem as doenças se desenvolverem e mesmo a promoção das condições mais básicas de manutenção da saúde das comunidades, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde e a mais destacada instituição de ciência e tecnologia em saúde da América Latina, realizou esta semana um encontro histórico de saberes transformadores.
Com a proposta de discutir a “base filosófica e prática de uma ciência nova alicerçada no autoconhecimento e no reconhecimento de que a vida é a expressão máxima das energias criadoras e portanto fonte geradora de saúde e bem estar”, o I Encontro de Educação para a Vida marca uma nova página nas vidas daqueles que tiveram a oportunidade de assistir – no distante e bucólico bairro de Jacarepaguá, no Instituto Juliano Moreira e ex-sede do hospital psiquiátrico – o diálogo de personalidades mundialmente conhecidas por seus pensamentos transformadores e por suas ações de conscientização e redescoberta daquilo que consideramos vida.
O cuidado para com os seres vivos, a Terra, e todo o ambiente que nos vemos envoltos, permeou todas as apresentações nos dois dias do encontro. A visão antropocêntrica, tão comum em nosso dia-a-dia, não foi sequer lembrada nesses dois dias de prática, vivência e aprendizado. A tranqüilidade proporcionada pela localização alheia aos distúrbios da cidade em movimento, permitiu que os conferencistas nos introduzissem em seus conhecimentos e históricos de cuidado, amor e ligação com a Natureza. Leonardo Boff, David Crow, Ana Primavesi e Nina Rosa Jacob deixaram plantadas nas terras distantes de Jacarepaguá, as sementes de um novo conceito, ou mesmo cultura, em saúde a ser pesquisado e desenvolvido pela FioCruz.
Leonardo Boff
A primeira apresentação, a de Leonardo Boff, ex-padre defensor da Teologia da Libertação e atualmente engajado nos preceitos da ‘Carta da Terra’ nos introduziu à percepção da grandiosidade da casa em que vivemos; como uma unidade, seres humanos e a Terra comungam como único ser.
Esta visão que engloba, sem generalizar, a existência sob uma perspectiva complexa e que interliga toda a diversidades de seres com seus respectivos habitat e com o todo, é hoje alvo de infindáveis pesquisas ligadas à física quântica, astrofísica, biologia, fisiologia, química e etc. A ciência, que tanto nos separou da totalidade e da crença em forças invisíveis e em princípio inexplicáveis, hoje nos possibilita rever tais conceitos sob a ótica da universalidade, possibilitando assim a criação de uma cultura voltada a interesses menos subordinados e restritos.
As condições em que se encontram, atualmente, nosso sistema vivo urgem de modificações de pensamento e inclusive de sentimento. Para Boff o momento de cuidarmos da vida e de nós mesmos não pode ser deixado para amanhã, para as próximas gerações que talvez nem tenham a oportunidade de vir como nós viemos. Para Boff é hora de renascimento para a humanidade já nascida.
David Crow
À tarde do dia 11 foi a vez de David Crow, norte americano que durante 10 anos peregrinou pelas montanhas longínquas do Himalaia, trazendo ao ocidente conhecimento e ervas da medicina Ayurvédica e Tibetana. Estudando com monges e cientistas, Crow aprendeu as práticas da medicina repassada através de meditações, visualizações de Buda e entoação de mantras. A medicina contemplativa aprendida por Crow tem muito a ensinar aos ocidentais assim como os ocidentais tem muito a nos ensinar, segundo ele, a medicina Tibetana é capaz de curar os males que a medicina ocidental não consegue, tal como o câncer, e a medicina ocidental é capaz de tratar os nossos, como aqueles trazidos pela miséria.
Percebendo que a poluição ambiental e a destruição dos ermos bosques onde se encontram as plantas da medicina oriental colocam em risco a continuação de tais práticas medicinais ancestrais, David buscou encontrar alternativas ao tratamento de seus pacientes. Sendo cada vez mais valorizados pela grande demanda, os medicamentos herbáreos, produzidos através de técnicas e cuidados milenares, começaram a impossibilitar grande parte dos tratamentos de Crow, e foi assim que ele iniciou seus ‘Learning Gardens’.
Há cinco anos Crow iniciou uma democratização de seus tratamentos, ensinando a seus clientes a plantar, colher e fabricar seus próprios medicamentos. Uma pequena revolução já ensinada pelo Buda da medicina, entendido por Crow em seus estudos no Himalaia. A experiência de plantar e colher seu próprio jardim, fez Crow perceber que as pessoas envolvidas iniciam um processo de mudança comportamental e também de pensamento, voltando-se a entender a grandiosidade do Reino Vegetal como também do planeta como um todo.
As experiências Crow multiplicaram-se por todo os Estados Unidos, onde dezenas de unidades estão em funcionamento em escolas, parques, em propriedades particulares e muitas delas encontram-se em centros urbanos. Neste ponto Crow demonstrou sua preocupação para quando uma possível escassês de energia impossibiltar a obtenção de alimentos, já que dependemos de alimentos trazidos de locais extremamente distantes.
Junto ao trabalho na sociedade norte-americana, Crow desenvolve a restauração de comunidades em todo o planeta. Reabilitando, ensinando e assim desenvolvendo, economias auto-sustentáveis e ambientalmente saudáveis, através da produção de óleos essenciais extraídos de plantas muitas vezes em risco de extinção pelos mais diversos cantos, entre todos os continentes.
Esse trabalho andarilho, árduo e muitas vezes solitário, para Crow é gratificante quando projetado em dimensões cósmicas como a criação de uma cultura espiritual, fruto de uma sociedade sadia em seus corpos, em seu ambiente e em sua consciência. A doença, segundo Crow, é resultado da carência e dos excessos, a carência tanto pode ser de nutrientes quanto de afeto e assim são os excessos. E a saúde do homem é resultado de si e de todo o meio em que se encontra, portanto um planeta doente é resultado do homem e vice-versa.
As apresentações do dia 12 estarão na próxima edição.
*O Núcleo de Pesquisa em Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz/IFF tem por objetivo produzir conhecimentos na área de Saúde Pública e Promoção da Saúde. O NUPCTIS se interelaciona com as instituições afins e o saber produzido nas atividades de pesquisas se difundem para o ensino e aplicação social. Visa contribuir com desenvolvimento de produtos e inovações tecnologicas que façam avançar os setores de Promoção da Saúde. O Núcleo tem o compromisso de difundir a informação de ciência e tecnologia para sociedade.
Por Clarissa Taguchi
Entre tantos desafios ligados à promoção da saúde como a descoberta de novos medicamentos, pesquisas que nos façam entender os mecanismos fisiológicos que permitem as doenças se desenvolverem e mesmo a promoção das condições mais básicas de manutenção da saúde das comunidades, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde e a mais destacada instituição de ciência e tecnologia em saúde da América Latina, realizou esta semana um encontro histórico de saberes transformadores.
Com a proposta de discutir a “base filosófica e prática de uma ciência nova alicerçada no autoconhecimento e no reconhecimento de que a vida é a expressão máxima das energias criadoras e portanto fonte geradora de saúde e bem estar”, o I Encontro de Educação para a Vida marca uma nova página nas vidas daqueles que tiveram a oportunidade de assistir – no distante e bucólico bairro de Jacarepaguá, no Instituto Juliano Moreira e ex-sede do hospital psiquiátrico – o diálogo de personalidades mundialmente conhecidas por seus pensamentos transformadores e por suas ações de conscientização e redescoberta daquilo que consideramos vida.
O cuidado para com os seres vivos, a Terra, e todo o ambiente que nos vemos envoltos, permeou todas as apresentações nos dois dias do encontro. A visão antropocêntrica, tão comum em nosso dia-a-dia, não foi sequer lembrada nesses dois dias de prática, vivência e aprendizado. A tranqüilidade proporcionada pela localização alheia aos distúrbios da cidade em movimento, permitiu que os conferencistas nos introduzissem em seus conhecimentos e históricos de cuidado, amor e ligação com a Natureza. Leonardo Boff, David Crow, Ana Primavesi e Nina Rosa Jacob deixaram plantadas nas terras distantes de Jacarepaguá, as sementes de um novo conceito, ou mesmo cultura, em saúde a ser pesquisado e desenvolvido pela FioCruz.
Leonardo Boff
A primeira apresentação, a de Leonardo Boff, ex-padre defensor da Teologia da Libertação e atualmente engajado nos preceitos da ‘Carta da Terra’ nos introduziu à percepção da grandiosidade da casa em que vivemos; como uma unidade, seres humanos e a Terra comungam como único ser.
Esta visão que engloba, sem generalizar, a existência sob uma perspectiva complexa e que interliga toda a diversidades de seres com seus respectivos habitat e com o todo, é hoje alvo de infindáveis pesquisas ligadas à física quântica, astrofísica, biologia, fisiologia, química e etc. A ciência, que tanto nos separou da totalidade e da crença em forças invisíveis e em princípio inexplicáveis, hoje nos possibilita rever tais conceitos sob a ótica da universalidade, possibilitando assim a criação de uma cultura voltada a interesses menos subordinados e restritos.
As condições em que se encontram, atualmente, nosso sistema vivo urgem de modificações de pensamento e inclusive de sentimento. Para Boff o momento de cuidarmos da vida e de nós mesmos não pode ser deixado para amanhã, para as próximas gerações que talvez nem tenham a oportunidade de vir como nós viemos. Para Boff é hora de renascimento para a humanidade já nascida.
David Crow
À tarde do dia 11 foi a vez de David Crow, norte americano que durante 10 anos peregrinou pelas montanhas longínquas do Himalaia, trazendo ao ocidente conhecimento e ervas da medicina Ayurvédica e Tibetana. Estudando com monges e cientistas, Crow aprendeu as práticas da medicina repassada através de meditações, visualizações de Buda e entoação de mantras. A medicina contemplativa aprendida por Crow tem muito a ensinar aos ocidentais assim como os ocidentais tem muito a nos ensinar, segundo ele, a medicina Tibetana é capaz de curar os males que a medicina ocidental não consegue, tal como o câncer, e a medicina ocidental é capaz de tratar os nossos, como aqueles trazidos pela miséria.
Percebendo que a poluição ambiental e a destruição dos ermos bosques onde se encontram as plantas da medicina oriental colocam em risco a continuação de tais práticas medicinais ancestrais, David buscou encontrar alternativas ao tratamento de seus pacientes. Sendo cada vez mais valorizados pela grande demanda, os medicamentos herbáreos, produzidos através de técnicas e cuidados milenares, começaram a impossibilitar grande parte dos tratamentos de Crow, e foi assim que ele iniciou seus ‘Learning Gardens’.
Há cinco anos Crow iniciou uma democratização de seus tratamentos, ensinando a seus clientes a plantar, colher e fabricar seus próprios medicamentos. Uma pequena revolução já ensinada pelo Buda da medicina, entendido por Crow em seus estudos no Himalaia. A experiência de plantar e colher seu próprio jardim, fez Crow perceber que as pessoas envolvidas iniciam um processo de mudança comportamental e também de pensamento, voltando-se a entender a grandiosidade do Reino Vegetal como também do planeta como um todo.
As experiências Crow multiplicaram-se por todo os Estados Unidos, onde dezenas de unidades estão em funcionamento em escolas, parques, em propriedades particulares e muitas delas encontram-se em centros urbanos. Neste ponto Crow demonstrou sua preocupação para quando uma possível escassês de energia impossibiltar a obtenção de alimentos, já que dependemos de alimentos trazidos de locais extremamente distantes.
Junto ao trabalho na sociedade norte-americana, Crow desenvolve a restauração de comunidades em todo o planeta. Reabilitando, ensinando e assim desenvolvendo, economias auto-sustentáveis e ambientalmente saudáveis, através da produção de óleos essenciais extraídos de plantas muitas vezes em risco de extinção pelos mais diversos cantos, entre todos os continentes.
Esse trabalho andarilho, árduo e muitas vezes solitário, para Crow é gratificante quando projetado em dimensões cósmicas como a criação de uma cultura espiritual, fruto de uma sociedade sadia em seus corpos, em seu ambiente e em sua consciência. A doença, segundo Crow, é resultado da carência e dos excessos, a carência tanto pode ser de nutrientes quanto de afeto e assim são os excessos. E a saúde do homem é resultado de si e de todo o meio em que se encontra, portanto um planeta doente é resultado do homem e vice-versa.
As apresentações do dia 12 estarão na próxima edição.
*O Núcleo de Pesquisa em Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz/IFF tem por objetivo produzir conhecimentos na área de Saúde Pública e Promoção da Saúde. O NUPCTIS se interelaciona com as instituições afins e o saber produzido nas atividades de pesquisas se difundem para o ensino e aplicação social. Visa contribuir com desenvolvimento de produtos e inovações tecnologicas que façam avançar os setores de Promoção da Saúde. O Núcleo tem o compromisso de difundir a informação de ciência e tecnologia para sociedade.
Por Clarissa Taguchi
agosto 31, 2006
Ser o ´celeiro do Brasil´ custa caro ao Cerrado brasileiro
Enquanto o país bate recordes de produção e exportação de grãos, cursos d'água são contaminados, animais entram em listas de extinção e uma área do tamanho do Estado de Alagoas é desmatada, anualmente, no Cerrado.
Iberê Thenório* – Especial para a Carta Maior
SÃO PAULO - Considerado, até a década de 1980, um local de solos pobres e vegetação minguada, o Cerrado vem ganhando importância para dois grupos de interesses distintos. De um lado, os biólogos, pesquisadores e ecologistas, que anunciam descobertas atrás de descobertas sobre a biodiversidade e importância desse bioma dentro dos ecossistemas brasileiros. Do outro, figuram os expoentes do agronegócio, representados principalmente pelos sojicultores que, depois de descobrirem a potencialidade da exploração agrícola da região, vêem o Cerrado como terra vazia a ser conquistada. O que está longe da realidade.
Na queda de braço entre os dois grupos, o poder econômico tem levado vantagem. Segundo o relatório "Estimativas de perda da área do Cerrado brasileiro", lançado pela ONG Conservação Internacional em julho de 2004, o total de soja plantada no Cerrado subiu de 45 mil quilômetros quadrados, em 1995, para 100 mil km² em 2002. A área corresponde ao território do estado de Pernambuco, e significa 5% da área total do Cerrado, que abrange 2 milhões de km².
A expansão da agricultura foi possibilitada pelo uso de fertilizantes e de técnicas de correção de solo, enquanto a vegetação pouco densa e o relevo plano permitiram a rápida ocupação. Diferentemente da Amazônia, onde, após a derrubada a floresta, há um período de utilização da terra pela pecuária, o Cerrado pode ser utilizado pela agricultura em menos de um ano após o desmate. "No Cerrado, a ocupação é muito mais rápida, pois a vegetação não oferece empecilhos. O cara coloca um trator e já sai derrubando", conta o zoólogo e pesquisador da Universidade de Brasília, Guarino Colli.
Uma estimativa realizada em 1998 pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) apontou que restam apenas 34,22% das áreas nativas remanescentes do Cerrado. Considerando os números atuais de desmatamento - cerca de 26 mil km² ao ano - e as áreas protegidas (2,2% em unidades de conservação e 2,3% em terras indígenas), a Conservação Internacional estima que o bioma deixe de existir até o ano de 2030.
Apesar da previsão assustadora, há perspectivas ainda piores para o ritmo de destruição. Hoje, o cultivo da soja padece do alto custo do transporte, com rodovias precárias para o escoamento da produção. A pavimentação da rodovia BR-163 (Cuiabá-Santarém), contudo, pode baratear o transporte e tornar mais lucrativo o cultivo do grão, estimulando a abertura de novas áreas de plantio no Cerrado.
Para Sergio Schlesinger, do Fórum Brasileiro de Organizações Não-governamentais (Fbons), o cultivo de monoculturas, como a soja e a cana, é incompatível com a conservação do bioma. "Pela sua natureza, [essas monoculturas] são altamente destruidoras. Uma colheitadeira de soja, por exemplo, só trabalha em grandes áreas devastadas." Sérgio destaca, ainda, que o pequeno produtor sofre mais com a destruição do meio ambiente e por isso tende a cuidar melhor dele. "As famílias que viviam da agricultura familiar, da silvicultura, estão sendo expulsas. A poluição do solo e das águas obriga as pessoas vizinhas às grande plantações a se mudarem. O grande proprietário não mora no local. Mora na cidade. É um empresário."
De acordo com a bióloga Rosane Bastos, integrante da Rede Cerrado - um grupo de organizações que se juntou para criar projetos de preservação do bioma, há dois pesos e duas medidas no momento de aplicar a legislação ambiental. Enquanto os grandes produtores realizam grandes desmatamentos sem serem incomodados, os pequenos são cobrados por qualquer mudança mínima no ambiente. "Hoje, a lei é muito cobrada do pequeno, que não pode derrubar uma árvore."
As investigações da Polícia Federal corroboram com a afirmação da bióloga. Em junho de 2005, um conjunto de ações batizado de Operação Curupira prendeu o então secretário estadual do Meio Ambiente do Mato Grosso, Moacir Pires, acusado de envolvimento num esquema de extração ilegal de madeira. A descoberta do esquema levou à extinção da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fema), órgão que fiscalizava a derrubada de matas no estado. Pires fora nomeado por Blairo Maggi, governador do Mato Grosso, que já foi chamado de "Rei da Soja", devido às grandes plantações de sua família.
Sinais de exaustão
Não são poucos os indícios de que já se passou da hora de ter uma discussão séria sobre uma exploração racional do Cerrado. Além dos dados da alta destruição da vegetação nativa, a perda do solo e a invasão de vegetais estranhos ao bioma dão sinais de que não é apenas o desmatamento que pode causar perdas irreversíveis à região, inclusive com prejuízos para os fazendeiros que fazem uso dela.
A rápida degradação do solo é um exemplo disso. De acordo relatório da Conservação Internacional, o plantio tradicional da soja, como é feito no Cerrado, causa a perda de cerca de 25 toneladas de solo por hectare ao ano. Caso fossem aplicadas técnicas de conservação, como a aragem mínima, o número poderia ser reduzido a 3 toneladas por ano. Para Rosane Bastos, a improdutividade pode impulsionar a destruição de outros ecossistemas: "se os grandes produtores ficarem sem solo, vão subir para a Amazônia", prevê.
Problema semelhante acontece com a pecuária. Metade dos pastos plantados - cerca de 250.000 km² - estão degradados, com pouca cobertura vegetal, plantas não comestíveis e cupinzeiros. Com alimentação escassa, cai o número máximo de animais por hectare, aumentando a área total voltada à pecuária.
Para aumentar o pasto, plantaram-se capins estrangeiros, que ressecam e transformam-se em um combustível altamente inflamável. Apesar do ecossistema do Cerrado ser adaptado a queimadas anuais, a combustão desse capim causa um fogo de temperatura mais alta que as usuais, matando as plantas nativas.
Patinho feio
Apesar de ocupar 21% do território brasileiro, o Cerrado acabou ficando de lado na discussão da necessidade de preservação ambiental. Estudiosos do bioma afirmam que o desprezo pode ter acontecido por causa da cobertura vegetal mais rarefeita e a concorrência com outros biomas exuberantes, como a Amazônia e a Mata Atlântica. "Isso começa desde a comunidade internacional. Um estrangeiro, em geral, não sabe nem que o Cerrado existe", aponta Guarino Colli.
Um dos grandes sintomas do abandono do ecossistema é o número de Unidades de Conservação. Atualmente, apenas 2,2% do bioma estão protegidos pelo governo. Somando-se às áreas particulares, como as Reservas Particulares do Patrimônio Natural, o número alcança 4,4%.
De acordo com Fabiana Aquino, pesquisadora da Embrapa Cerrados, com poucas áreas de proteção, muitas espécies de animais e vegetais que ocorrem somente em alguns lugares do Cerrado correm o risco de desaparecer rapidamente. "Estima-se que 20% das espécies ameaçadas ou endêmicas não ocorram nas áreas legalmente protegidas. Ou seja, é necessário que outras áreas fora das Unidades de Conservação sejam preservadas para que, a fauna e flora do Cerrado persistam em longo prazo", alerta.
O baixo número de UCs também impede a ocorrência de Corredores de Biodiversidade - redes de parques, reservas e áreas privadas próximas uma das outras que impedem o isolamento das florestas, garantindo a sobrevivência do maior número de espécies e o equilíbrio dos ecossistemas. Grandes predadores, como a onça, dependem de áreas como essas para viver.
Não bastasse a pequena área destinada à proteção ambiental no Cerrado, o governador do Tocantins, Marcelo Miranda (PSDB), aprovou em abril de 2005 uma lei que reduz em 81% o território da Área de Proteção Ambiental da Ilha do Bananal/Cantão. A reserva tinha 1,7 milhões de hectares, que seriam diminuídos para cerca de 185 mil.
Na época, Miranda alegou que a redução atendia a pedidos de comunidades da região, que ficaram com seu sustento comprometido. O Ministério Público Federal (MPF) do Tocantins, contudo, entendeu que o intuito da lei era favorecer o agronegócio, e seria prejudicial ao meio ambiente. Com uma ação impetrada na Justiça Federal, o MPF conseguiu impedir que a legislação entrasse em vigor.
Outros planos
Na última quarta-feira, uma comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de projeto de emenda constitucional (PEC) que dá ao Cerrado e a Caatinga o status de patrimônio nacional. A medida agora precisa passar pelo plenário da casa e pelo Senado e, se aprovada, permitirá que se criem regras de proteção para esses ecossistemas em locais que estão fora de unidades de conservação. Regras semelhantes existem para Amazônia, onde só é permitido desmatar 20% das propriedades. No Cerrado, a conta é inversa: 80% da cobertura vegetal pode ser retirada. A PEC estava emperrada há 11 anos, quando foi proposta pelos deputados Gervásio Oliveira (PMDB-AP) e Pedro Wilson (PT-GO).
Para a Rosane Bastos, o projeto de desenvolvimento que conta com o Cerrado apenas como terra a ser explorada é o que determina a sua destruição. "A visão do Cerrado como um celeiro do Brasil tem determinado essa falta de políticas e essa ação predatória da soja, cana, milho, algodão e pecuária". Guarino Colli concorda com a colega, e destaca os olhos mais voltados à balança comercial do que ao meio ambiente: "O Brasil depende muito da exportação de grãos. Por isso, o governo não está nem aí para o que acontece com o Cerrado".
Valorização tardia
O ritmo acelerado de destruição do ecossistema fez com que estudiosos e organizações voltassem os olhos para o segundo maior bioma brasileiro. Hoje, o Cerrado ocupa o posto de savana que tem mais biodiversidade no mundo, à frente até mesmo das suas equivalentes africanas.
De acordo com uma classificação elaborada pela Conservação Internacional, o Cerrado é um dos 34 hotspots mundiais, como são identificadas as regiões naturais mais biodiversas e ameaçadas do planeta, ou seja, local rico em espécies endêmicas (que só ocorrem na região) e elevado grau de ameaça. O Fundo Mundial para a Vida Silvestre (WWF) o classifica como uma das ecorregiões mais importantes do planeta.
Enquanto se descobre a biodiversidade, números da Fundação Biodiversitas mostram que até 2003 havia pelo menos 65 espécies animais que dependiam do bioma e estavam em risco de extinção. Entre elas figuram o Lobo Guará, a Jaguatirica, a Ariranha, o Tatu Canastra e o Tamanduá Bandeira. A principal causa da morte desses animais é a perda do seu habitat natural. Apesar do número alto, Colli afirma que ele é subdimensionado. "O Cerrado está mal representado nas listas de espécies de extinção Ainda temos um conhecimento restrito sobre a distribuição das espécies no Cerrado", explica.
Os recursos hídricos do Cerrado são outra questão preocupante para os pesquisadores. Hoje, a região já padece da contaminação dos rios, causada principalmente pelo alto uso de agrotóxicos e insumos agrícolas para a correção dos solos pobres e ácidos. Como o Cerrado é um grande centro dispersor de água para as três principais bacias brasileiras (Tocantins-Amazônica, Paranaíba-Paraná e São Francisco), os problemas ambientais que o afetam podem desencadear efeitos negativos por quase todo o país.
* Iberê Thenório integra a ONG Repórter Brasil
Iberê Thenório* – Especial para a Carta Maior
SÃO PAULO - Considerado, até a década de 1980, um local de solos pobres e vegetação minguada, o Cerrado vem ganhando importância para dois grupos de interesses distintos. De um lado, os biólogos, pesquisadores e ecologistas, que anunciam descobertas atrás de descobertas sobre a biodiversidade e importância desse bioma dentro dos ecossistemas brasileiros. Do outro, figuram os expoentes do agronegócio, representados principalmente pelos sojicultores que, depois de descobrirem a potencialidade da exploração agrícola da região, vêem o Cerrado como terra vazia a ser conquistada. O que está longe da realidade.
Na queda de braço entre os dois grupos, o poder econômico tem levado vantagem. Segundo o relatório "Estimativas de perda da área do Cerrado brasileiro", lançado pela ONG Conservação Internacional em julho de 2004, o total de soja plantada no Cerrado subiu de 45 mil quilômetros quadrados, em 1995, para 100 mil km² em 2002. A área corresponde ao território do estado de Pernambuco, e significa 5% da área total do Cerrado, que abrange 2 milhões de km².
A expansão da agricultura foi possibilitada pelo uso de fertilizantes e de técnicas de correção de solo, enquanto a vegetação pouco densa e o relevo plano permitiram a rápida ocupação. Diferentemente da Amazônia, onde, após a derrubada a floresta, há um período de utilização da terra pela pecuária, o Cerrado pode ser utilizado pela agricultura em menos de um ano após o desmate. "No Cerrado, a ocupação é muito mais rápida, pois a vegetação não oferece empecilhos. O cara coloca um trator e já sai derrubando", conta o zoólogo e pesquisador da Universidade de Brasília, Guarino Colli.
Uma estimativa realizada em 1998 pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) apontou que restam apenas 34,22% das áreas nativas remanescentes do Cerrado. Considerando os números atuais de desmatamento - cerca de 26 mil km² ao ano - e as áreas protegidas (2,2% em unidades de conservação e 2,3% em terras indígenas), a Conservação Internacional estima que o bioma deixe de existir até o ano de 2030.
Apesar da previsão assustadora, há perspectivas ainda piores para o ritmo de destruição. Hoje, o cultivo da soja padece do alto custo do transporte, com rodovias precárias para o escoamento da produção. A pavimentação da rodovia BR-163 (Cuiabá-Santarém), contudo, pode baratear o transporte e tornar mais lucrativo o cultivo do grão, estimulando a abertura de novas áreas de plantio no Cerrado.
Para Sergio Schlesinger, do Fórum Brasileiro de Organizações Não-governamentais (Fbons), o cultivo de monoculturas, como a soja e a cana, é incompatível com a conservação do bioma. "Pela sua natureza, [essas monoculturas] são altamente destruidoras. Uma colheitadeira de soja, por exemplo, só trabalha em grandes áreas devastadas." Sérgio destaca, ainda, que o pequeno produtor sofre mais com a destruição do meio ambiente e por isso tende a cuidar melhor dele. "As famílias que viviam da agricultura familiar, da silvicultura, estão sendo expulsas. A poluição do solo e das águas obriga as pessoas vizinhas às grande plantações a se mudarem. O grande proprietário não mora no local. Mora na cidade. É um empresário."
De acordo com a bióloga Rosane Bastos, integrante da Rede Cerrado - um grupo de organizações que se juntou para criar projetos de preservação do bioma, há dois pesos e duas medidas no momento de aplicar a legislação ambiental. Enquanto os grandes produtores realizam grandes desmatamentos sem serem incomodados, os pequenos são cobrados por qualquer mudança mínima no ambiente. "Hoje, a lei é muito cobrada do pequeno, que não pode derrubar uma árvore."
As investigações da Polícia Federal corroboram com a afirmação da bióloga. Em junho de 2005, um conjunto de ações batizado de Operação Curupira prendeu o então secretário estadual do Meio Ambiente do Mato Grosso, Moacir Pires, acusado de envolvimento num esquema de extração ilegal de madeira. A descoberta do esquema levou à extinção da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fema), órgão que fiscalizava a derrubada de matas no estado. Pires fora nomeado por Blairo Maggi, governador do Mato Grosso, que já foi chamado de "Rei da Soja", devido às grandes plantações de sua família.
Sinais de exaustão
Não são poucos os indícios de que já se passou da hora de ter uma discussão séria sobre uma exploração racional do Cerrado. Além dos dados da alta destruição da vegetação nativa, a perda do solo e a invasão de vegetais estranhos ao bioma dão sinais de que não é apenas o desmatamento que pode causar perdas irreversíveis à região, inclusive com prejuízos para os fazendeiros que fazem uso dela.
A rápida degradação do solo é um exemplo disso. De acordo relatório da Conservação Internacional, o plantio tradicional da soja, como é feito no Cerrado, causa a perda de cerca de 25 toneladas de solo por hectare ao ano. Caso fossem aplicadas técnicas de conservação, como a aragem mínima, o número poderia ser reduzido a 3 toneladas por ano. Para Rosane Bastos, a improdutividade pode impulsionar a destruição de outros ecossistemas: "se os grandes produtores ficarem sem solo, vão subir para a Amazônia", prevê.
Problema semelhante acontece com a pecuária. Metade dos pastos plantados - cerca de 250.000 km² - estão degradados, com pouca cobertura vegetal, plantas não comestíveis e cupinzeiros. Com alimentação escassa, cai o número máximo de animais por hectare, aumentando a área total voltada à pecuária.
Para aumentar o pasto, plantaram-se capins estrangeiros, que ressecam e transformam-se em um combustível altamente inflamável. Apesar do ecossistema do Cerrado ser adaptado a queimadas anuais, a combustão desse capim causa um fogo de temperatura mais alta que as usuais, matando as plantas nativas.
Patinho feio
Apesar de ocupar 21% do território brasileiro, o Cerrado acabou ficando de lado na discussão da necessidade de preservação ambiental. Estudiosos do bioma afirmam que o desprezo pode ter acontecido por causa da cobertura vegetal mais rarefeita e a concorrência com outros biomas exuberantes, como a Amazônia e a Mata Atlântica. "Isso começa desde a comunidade internacional. Um estrangeiro, em geral, não sabe nem que o Cerrado existe", aponta Guarino Colli.
Um dos grandes sintomas do abandono do ecossistema é o número de Unidades de Conservação. Atualmente, apenas 2,2% do bioma estão protegidos pelo governo. Somando-se às áreas particulares, como as Reservas Particulares do Patrimônio Natural, o número alcança 4,4%.
De acordo com Fabiana Aquino, pesquisadora da Embrapa Cerrados, com poucas áreas de proteção, muitas espécies de animais e vegetais que ocorrem somente em alguns lugares do Cerrado correm o risco de desaparecer rapidamente. "Estima-se que 20% das espécies ameaçadas ou endêmicas não ocorram nas áreas legalmente protegidas. Ou seja, é necessário que outras áreas fora das Unidades de Conservação sejam preservadas para que, a fauna e flora do Cerrado persistam em longo prazo", alerta.
O baixo número de UCs também impede a ocorrência de Corredores de Biodiversidade - redes de parques, reservas e áreas privadas próximas uma das outras que impedem o isolamento das florestas, garantindo a sobrevivência do maior número de espécies e o equilíbrio dos ecossistemas. Grandes predadores, como a onça, dependem de áreas como essas para viver.
Não bastasse a pequena área destinada à proteção ambiental no Cerrado, o governador do Tocantins, Marcelo Miranda (PSDB), aprovou em abril de 2005 uma lei que reduz em 81% o território da Área de Proteção Ambiental da Ilha do Bananal/Cantão. A reserva tinha 1,7 milhões de hectares, que seriam diminuídos para cerca de 185 mil.
Na época, Miranda alegou que a redução atendia a pedidos de comunidades da região, que ficaram com seu sustento comprometido. O Ministério Público Federal (MPF) do Tocantins, contudo, entendeu que o intuito da lei era favorecer o agronegócio, e seria prejudicial ao meio ambiente. Com uma ação impetrada na Justiça Federal, o MPF conseguiu impedir que a legislação entrasse em vigor.
Outros planos
Na última quarta-feira, uma comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de projeto de emenda constitucional (PEC) que dá ao Cerrado e a Caatinga o status de patrimônio nacional. A medida agora precisa passar pelo plenário da casa e pelo Senado e, se aprovada, permitirá que se criem regras de proteção para esses ecossistemas em locais que estão fora de unidades de conservação. Regras semelhantes existem para Amazônia, onde só é permitido desmatar 20% das propriedades. No Cerrado, a conta é inversa: 80% da cobertura vegetal pode ser retirada. A PEC estava emperrada há 11 anos, quando foi proposta pelos deputados Gervásio Oliveira (PMDB-AP) e Pedro Wilson (PT-GO).
Para a Rosane Bastos, o projeto de desenvolvimento que conta com o Cerrado apenas como terra a ser explorada é o que determina a sua destruição. "A visão do Cerrado como um celeiro do Brasil tem determinado essa falta de políticas e essa ação predatória da soja, cana, milho, algodão e pecuária". Guarino Colli concorda com a colega, e destaca os olhos mais voltados à balança comercial do que ao meio ambiente: "O Brasil depende muito da exportação de grãos. Por isso, o governo não está nem aí para o que acontece com o Cerrado".
Valorização tardia
O ritmo acelerado de destruição do ecossistema fez com que estudiosos e organizações voltassem os olhos para o segundo maior bioma brasileiro. Hoje, o Cerrado ocupa o posto de savana que tem mais biodiversidade no mundo, à frente até mesmo das suas equivalentes africanas.
De acordo com uma classificação elaborada pela Conservação Internacional, o Cerrado é um dos 34 hotspots mundiais, como são identificadas as regiões naturais mais biodiversas e ameaçadas do planeta, ou seja, local rico em espécies endêmicas (que só ocorrem na região) e elevado grau de ameaça. O Fundo Mundial para a Vida Silvestre (WWF) o classifica como uma das ecorregiões mais importantes do planeta.
Enquanto se descobre a biodiversidade, números da Fundação Biodiversitas mostram que até 2003 havia pelo menos 65 espécies animais que dependiam do bioma e estavam em risco de extinção. Entre elas figuram o Lobo Guará, a Jaguatirica, a Ariranha, o Tatu Canastra e o Tamanduá Bandeira. A principal causa da morte desses animais é a perda do seu habitat natural. Apesar do número alto, Colli afirma que ele é subdimensionado. "O Cerrado está mal representado nas listas de espécies de extinção Ainda temos um conhecimento restrito sobre a distribuição das espécies no Cerrado", explica.
Os recursos hídricos do Cerrado são outra questão preocupante para os pesquisadores. Hoje, a região já padece da contaminação dos rios, causada principalmente pelo alto uso de agrotóxicos e insumos agrícolas para a correção dos solos pobres e ácidos. Como o Cerrado é um grande centro dispersor de água para as três principais bacias brasileiras (Tocantins-Amazônica, Paranaíba-Paraná e São Francisco), os problemas ambientais que o afetam podem desencadear efeitos negativos por quase todo o país.
* Iberê Thenório integra a ONG Repórter Brasil
Declaración Paraguay contra Conferencia sobre Soja Responsable
Los movimientos indígenas, campesinos, urbanos y organizaciones sociales del Paraguay, así como otros movimientos, grupos y ciudadanos solidarios que se adhieren a esta Declaración, rechazamos el modelo económico exportador de materia prima de los monocultivos de soja, basado en el uso masivo de biocidas y tóxicos, y en la introducción del peligro de los transgénicos.
La Segunda Conferencia sobre Soja Responsable (antes llamada Sustentable) se realizará en un hotel de lujo el Yacht y Golf Club, desde el 31 de agosto al 2 de setiembre.
Su supuesta meta: 'la definición de una producción, procesamiento y comercio responsable con criterios que atiendan los aspectos económicos, ambientales y sociales. Esta conferencia 'participativa' estará integrada por ONGs como WWF, Solidaridad, Guyra Paraguay e IDEA, quienes compartirán la mesa con empresas multi-nacionales como Unilever, Grupo Andre Maggi, Bancos como el ABN-AMRO y Gremios como CAPECO, CAP y AAPRESID.
Lee la Declaración de los movimientos en contra del modelo de agronegocios propuesto por estos grupos. ¡SUMATE Y FIRMA!
Declaración: El Modelo de Desarrollo Irresponsable, Insustentable y Antidemocrático en el Paraguay actual
El papel de la Megaproducción de soja en la destrucción de los territorios del agua, de las comunidades y de los ecosistemas del Paraguay.
Los movimientos indígenas, campesinos, urbanos y organizaciones sociales del Paraguay, así como otros movimientos, grupos y ciudadanos solidarios que se adhieren a esta Declaración, rechazamos el modelo económico exportador de materia prima de los monocultivos de soja, basado en el uso masivo de biocidas y tóxicos, y en la introducción del peligro de los transgénicos. Este modelo es responsable por la expoliación del patrimonio natural y cultural; la expulsión de la población local y la concentración del poder sobre los procesos de decisión en las economías nacionales y sobre los territorios ocupados por la soja, poniendo en grave riesgo la misma soberanía de los Estados nacionales, de sus pueblos y comunidades.
La producción de soja a gran escala es inevitablemente insustentable y responde claramente a un modelo agroindustrial antidemocrático, excluyente; irresponsable, egoísta y concentrador de beneficios. El mismo Presidente de la República del Paraguay, a pesar de no haber tomado acción alguna para modificar esta situación, ha declarado recientemente: “América Latina no necesita esta clase de modelo económico.”[1]
La expansión de los “desiertos verdes” que son todos los monocultivos como los de soja, pasturas y árboles exóticos, promueve una agricultura con máquinas, sin campesinos, sin gente. Todos los monocultivos son destructores de los ecosistemas en que se instalan; genera pobreza; desempleo; excluyen y expulsan a la población local; dañan la salud de las comunidades y del ambiente; destruyen la diversidad natural y de la producción; envenenan el agua y los suelos productivos y comprometen gravemente la seguridad y la soberanía alimentaria de la población de los países donde se instalan.
La llamada “producción responsable” de soja a gran escala es una falacia, una expresión demagógica usada para esconder los intereses del sector empresarial aliado con las corporaciones transnacionales frente al creciente estado de conciencia ciudadana sobre alternativas económicas nacionales y regionales en decidido proceso de construcción, basadas en la democracia, la participación, la inclusión y la sustentabilidad social, política, económica y ambiental.
En el Paraguay: ¿Dónde está el cobro de responsabilidad por la contaminación ambiental ya causada por los más de 20 millones de litros de químicos vertidos cada año sólo en territorio paraguayo?; ¿por la destrucción de arroyos, ríos, manantiales y humedales?; ¿por la expulsión de casi cien mil campesinos por año de sus moradas y tierras productivas?; ¿por el asesinato de más de 100 dirigentes campesinos?; ¿por el etnocidio de comunidades y pueblos indígenas?; ¿por la imputación de más de 2.000 campesinos a causa de su legítima resistencia a este sistema predador? NO hay megaproducción de monocultivos de soja posible sin estos efectos y daños.
El concepto de “sustentabilidad” aplicado a los monocultivos de soja nos entrampa en un discurso conservacionista y conservador desarrollado recientemente por algunos sectores en Europa, y ahora en la región latinoamericana, frente a las perspectivas de demanda mundial de soja para asegurar forraje a la producción de animales en Europa y China (se espera un aumento del 60% hasta alcanzar unas 300 millones de toneladas por año en el 2020, lo que supondría una ocupación de alrededor 1,5 millones de km2, equivalentes a casi la mitad de la superficie de la Cuenca del Plata, y destruiría otros 220 mil Km2 de bosques y sabanas, además de lo ya destruido).
La iniciativa de la Mesa Redonda de Soja Responsable no cuestiona al modelo agroexportador, a los sistemas de megaproducción dependientes del uso de biocidas ni a las compañías transnacionales productoras de semillas transgénicas y de agroquímicos, como Monsanto, Pioneer, Syngenta, Dupont, y Cargill entre otras. Tampoco cuestiona las operaciones de las Instituciones Financieras Internacionales y Bancos de “Desarrollo” que promueven las economías basadas en los monocultivos; la agroexportación y la insustentabilidad.
El modelo agroexportador, para asegurar su continuidad, ha generado e impulsado procesos de criminalización de la lucha social y se ha ocupado de promover la criminalización de la misma pobreza. El modelo sojero viola sistemáticamente las leyes laborales, las leyes sociales y las leyes ambientales en su implantación. Es opuesto a las conquistas de los derechos humanos fundamentales, especialmente de los derechos económicos, sociales, culturales y ambientales. Es incompatible con un Estado de pleno derecho.
El interés de las naciones y de los pueblos obliga a defender los derechos de las comunidades a una vida sana y soberana, con garantías de plena vigencia de los derechos humanos fundamentales y del pleno ejercicio de soberanía sobre los territorios, sobre los alimentos, sobre la propia cultura y sobre la economía.
Repudiamos la realización en el Paraguay de esta segunda Mesa Redonda de Soja “Responsable” ya que la consideramos una afrenta a las miserias causadas a todo un pueblo.
NOTAS COMPLEMENTARIAS DE INTERÉS:
1. El establecimiento de un mercado de “servidumbres de conservación” está basado en los llamados “Principios de Basilea” sobre producción responsable de soja, que permiten el cultivo de soja en tierras deforestadas después de 1994, siempre y cuando la deforestación haya sido compensada con una “afectación a la biodiversidad” (que podría asumir la forma de contribución financiera a las mismas organizaciones que promueven la adopción de estos principios). Los movimientos sociales, por el contrario, temen que estas afectaciones a la biodiversidad lleven a una mayor concentración de la tenencia de la tierra y desvíen la atención de los otros problemas ambientales y sociales creados por la expansión a gran escala de monocultivos como la soja.
2. Más de 24.000.000 litros de agrotóxicos son empleados en cultivos de soja en el Paraguay cada año. Los agrotóxicos contaminan el agua, el aire y el suelo, atentando contra la biodiversidad existente. Entre los plaguicidas usados en la producción de soja, se encuentran algunos situados dentro de la “franja roja”, o sea, considerados como “sumamente peligrosos” y “muy peligrosos”, según la clasificación de la Resolución 295/03 del Ministerio de Agricultura y Ganadería. Entre estos se encuentran el Paraquat, contra el cual no existe antídoto para casos de intoxicación, el Gramoxone, el Metamidofos, que tiene la capacidad de reducir el número de espermatozoides y la viabilidad de los mismos en varones expuestos al él y el Endosulfan, catalogado como teratogénico (capaz de ocasionar malformaciones en niños recién nacidos cuyas madres hayan tenido contactos sucesivos con el producto) por la Agencia de Protección Ambiental de los Estados Unidos –EPA.
3. En el caso concreto de la soja transgénica, debe agregarse que la soja RR viene acompañada de la introducción de un potente herbicida que es utilizado sin que se tomen las mínimas normas de precaución. Por otro lado, la modificación genética de las semillas utilizadas tiene efectos aún desconocidos, pero amenazantes, sobre el germoplasma nativo y la salud de las personas. Se estima que al menos 95% de la producción de soja en el Paraguay es transgénica y por causa de la contaminación genética y la pertinencia de la ilegalidad, es imposible garantizar la producción no transgénica de soja en el Paraguay.
4. El área de siembra de granos y pasturas a gran escala (no sólo en el Paraguay sino en todo el Cono Sur sudamericano) coincide casi completamente con la extensión del acuífero Guaraní, lo que significa que la ya escasa cobertura boscosa de esta área de importancia estratégica para la región, continuará siendo rápidamente destruida incluyendo zonas de extrema importancia como las áreas de recarga del acuífero, lo que resultará en aguas subterráneas contaminadas por el uso de los agrotóxicos utilizados.
5. Proponemos la creación de un nuevo modelo de gestión de país, que promueva la sustentabilidad y la soberanía de las comunidades, aprovechando las oportunidades que las características del territorio presentan para la producción de bienes realmente sanos y competitivos; promoviendo la desconcentración del poder sobre la tierra y la producción, con una distribución equitativa de la tierra que elimine la exclusión, la expulsión y el éxodo forzado, a través de una revisión de la tenencia legal de tierras y de un ordenamiento territorial que regule y limite la producción agrícola extensiva
6. Exigimos el respeto a los derechos humanos fundamentales, que incluye el respeto al derecho a modos de producción propios y vida rural sustentables. La producción natural, ecológica y orgánica es posible, y no se debe desmeritar su posibilidad, ni su rentabilidad. Sus ganancias están al alcance de pequeños productores a diferencia de los monocultivos cuya ganancia se concentra en unos pocos productores. www.ecoportal.net
[1] Presidente Nicanor Duarte Frutos de Paraguay, en un discurso público en Coronel Oviedo, 26 de julio 2006.
Firma la declaración abajo para fortalecer nuestro grito denunciando el modelo exportador de monocultivos y el gatoverdismo de los empresarios transnationales agro alimentarios.
Para adherirse a la declaracion envie un mensaje a ortega@baseis.org.py
El documento está firmado por la MCNOC (Mesa Coordinadora Nacional de Organizaciones Campesinas), la FNC (Federación Nacional Campesina), la ONAC (Organización Nacional Campesina), la CNOCIP (Central Nacional de Organizaciones Campesinas Indígenas y Populares), la CONAMURI (Coordinadora Nacional de Organizaciones de Mujeres Rurales e Indígenas), las organizaciones BASE IS, SOBREVIVENCIA-Amigos de la Tierra Paraguay, todas de Paraguay; las organizaciones internacionales GFC (Coalición Mundial por los Bosques, Global Forest Coalition) y A SEED Europa, y sigue siendo suscripta por otras. Envia tu adhesion.
La Segunda Conferencia sobre Soja Responsable (antes llamada Sustentable) se realizará en un hotel de lujo el Yacht y Golf Club, desde el 31 de agosto al 2 de setiembre.
Su supuesta meta: 'la definición de una producción, procesamiento y comercio responsable con criterios que atiendan los aspectos económicos, ambientales y sociales. Esta conferencia 'participativa' estará integrada por ONGs como WWF, Solidaridad, Guyra Paraguay e IDEA, quienes compartirán la mesa con empresas multi-nacionales como Unilever, Grupo Andre Maggi, Bancos como el ABN-AMRO y Gremios como CAPECO, CAP y AAPRESID.
Lee la Declaración de los movimientos en contra del modelo de agronegocios propuesto por estos grupos. ¡SUMATE Y FIRMA!
Declaración: El Modelo de Desarrollo Irresponsable, Insustentable y Antidemocrático en el Paraguay actual
El papel de la Megaproducción de soja en la destrucción de los territorios del agua, de las comunidades y de los ecosistemas del Paraguay.
Los movimientos indígenas, campesinos, urbanos y organizaciones sociales del Paraguay, así como otros movimientos, grupos y ciudadanos solidarios que se adhieren a esta Declaración, rechazamos el modelo económico exportador de materia prima de los monocultivos de soja, basado en el uso masivo de biocidas y tóxicos, y en la introducción del peligro de los transgénicos. Este modelo es responsable por la expoliación del patrimonio natural y cultural; la expulsión de la población local y la concentración del poder sobre los procesos de decisión en las economías nacionales y sobre los territorios ocupados por la soja, poniendo en grave riesgo la misma soberanía de los Estados nacionales, de sus pueblos y comunidades.
La producción de soja a gran escala es inevitablemente insustentable y responde claramente a un modelo agroindustrial antidemocrático, excluyente; irresponsable, egoísta y concentrador de beneficios. El mismo Presidente de la República del Paraguay, a pesar de no haber tomado acción alguna para modificar esta situación, ha declarado recientemente: “América Latina no necesita esta clase de modelo económico.”[1]
La expansión de los “desiertos verdes” que son todos los monocultivos como los de soja, pasturas y árboles exóticos, promueve una agricultura con máquinas, sin campesinos, sin gente. Todos los monocultivos son destructores de los ecosistemas en que se instalan; genera pobreza; desempleo; excluyen y expulsan a la población local; dañan la salud de las comunidades y del ambiente; destruyen la diversidad natural y de la producción; envenenan el agua y los suelos productivos y comprometen gravemente la seguridad y la soberanía alimentaria de la población de los países donde se instalan.
La llamada “producción responsable” de soja a gran escala es una falacia, una expresión demagógica usada para esconder los intereses del sector empresarial aliado con las corporaciones transnacionales frente al creciente estado de conciencia ciudadana sobre alternativas económicas nacionales y regionales en decidido proceso de construcción, basadas en la democracia, la participación, la inclusión y la sustentabilidad social, política, económica y ambiental.
En el Paraguay: ¿Dónde está el cobro de responsabilidad por la contaminación ambiental ya causada por los más de 20 millones de litros de químicos vertidos cada año sólo en territorio paraguayo?; ¿por la destrucción de arroyos, ríos, manantiales y humedales?; ¿por la expulsión de casi cien mil campesinos por año de sus moradas y tierras productivas?; ¿por el asesinato de más de 100 dirigentes campesinos?; ¿por el etnocidio de comunidades y pueblos indígenas?; ¿por la imputación de más de 2.000 campesinos a causa de su legítima resistencia a este sistema predador? NO hay megaproducción de monocultivos de soja posible sin estos efectos y daños.
El concepto de “sustentabilidad” aplicado a los monocultivos de soja nos entrampa en un discurso conservacionista y conservador desarrollado recientemente por algunos sectores en Europa, y ahora en la región latinoamericana, frente a las perspectivas de demanda mundial de soja para asegurar forraje a la producción de animales en Europa y China (se espera un aumento del 60% hasta alcanzar unas 300 millones de toneladas por año en el 2020, lo que supondría una ocupación de alrededor 1,5 millones de km2, equivalentes a casi la mitad de la superficie de la Cuenca del Plata, y destruiría otros 220 mil Km2 de bosques y sabanas, además de lo ya destruido).
La iniciativa de la Mesa Redonda de Soja Responsable no cuestiona al modelo agroexportador, a los sistemas de megaproducción dependientes del uso de biocidas ni a las compañías transnacionales productoras de semillas transgénicas y de agroquímicos, como Monsanto, Pioneer, Syngenta, Dupont, y Cargill entre otras. Tampoco cuestiona las operaciones de las Instituciones Financieras Internacionales y Bancos de “Desarrollo” que promueven las economías basadas en los monocultivos; la agroexportación y la insustentabilidad.
El modelo agroexportador, para asegurar su continuidad, ha generado e impulsado procesos de criminalización de la lucha social y se ha ocupado de promover la criminalización de la misma pobreza. El modelo sojero viola sistemáticamente las leyes laborales, las leyes sociales y las leyes ambientales en su implantación. Es opuesto a las conquistas de los derechos humanos fundamentales, especialmente de los derechos económicos, sociales, culturales y ambientales. Es incompatible con un Estado de pleno derecho.
El interés de las naciones y de los pueblos obliga a defender los derechos de las comunidades a una vida sana y soberana, con garantías de plena vigencia de los derechos humanos fundamentales y del pleno ejercicio de soberanía sobre los territorios, sobre los alimentos, sobre la propia cultura y sobre la economía.
Repudiamos la realización en el Paraguay de esta segunda Mesa Redonda de Soja “Responsable” ya que la consideramos una afrenta a las miserias causadas a todo un pueblo.
NOTAS COMPLEMENTARIAS DE INTERÉS:
1. El establecimiento de un mercado de “servidumbres de conservación” está basado en los llamados “Principios de Basilea” sobre producción responsable de soja, que permiten el cultivo de soja en tierras deforestadas después de 1994, siempre y cuando la deforestación haya sido compensada con una “afectación a la biodiversidad” (que podría asumir la forma de contribución financiera a las mismas organizaciones que promueven la adopción de estos principios). Los movimientos sociales, por el contrario, temen que estas afectaciones a la biodiversidad lleven a una mayor concentración de la tenencia de la tierra y desvíen la atención de los otros problemas ambientales y sociales creados por la expansión a gran escala de monocultivos como la soja.
2. Más de 24.000.000 litros de agrotóxicos son empleados en cultivos de soja en el Paraguay cada año. Los agrotóxicos contaminan el agua, el aire y el suelo, atentando contra la biodiversidad existente. Entre los plaguicidas usados en la producción de soja, se encuentran algunos situados dentro de la “franja roja”, o sea, considerados como “sumamente peligrosos” y “muy peligrosos”, según la clasificación de la Resolución 295/03 del Ministerio de Agricultura y Ganadería. Entre estos se encuentran el Paraquat, contra el cual no existe antídoto para casos de intoxicación, el Gramoxone, el Metamidofos, que tiene la capacidad de reducir el número de espermatozoides y la viabilidad de los mismos en varones expuestos al él y el Endosulfan, catalogado como teratogénico (capaz de ocasionar malformaciones en niños recién nacidos cuyas madres hayan tenido contactos sucesivos con el producto) por la Agencia de Protección Ambiental de los Estados Unidos –EPA.
3. En el caso concreto de la soja transgénica, debe agregarse que la soja RR viene acompañada de la introducción de un potente herbicida que es utilizado sin que se tomen las mínimas normas de precaución. Por otro lado, la modificación genética de las semillas utilizadas tiene efectos aún desconocidos, pero amenazantes, sobre el germoplasma nativo y la salud de las personas. Se estima que al menos 95% de la producción de soja en el Paraguay es transgénica y por causa de la contaminación genética y la pertinencia de la ilegalidad, es imposible garantizar la producción no transgénica de soja en el Paraguay.
4. El área de siembra de granos y pasturas a gran escala (no sólo en el Paraguay sino en todo el Cono Sur sudamericano) coincide casi completamente con la extensión del acuífero Guaraní, lo que significa que la ya escasa cobertura boscosa de esta área de importancia estratégica para la región, continuará siendo rápidamente destruida incluyendo zonas de extrema importancia como las áreas de recarga del acuífero, lo que resultará en aguas subterráneas contaminadas por el uso de los agrotóxicos utilizados.
5. Proponemos la creación de un nuevo modelo de gestión de país, que promueva la sustentabilidad y la soberanía de las comunidades, aprovechando las oportunidades que las características del territorio presentan para la producción de bienes realmente sanos y competitivos; promoviendo la desconcentración del poder sobre la tierra y la producción, con una distribución equitativa de la tierra que elimine la exclusión, la expulsión y el éxodo forzado, a través de una revisión de la tenencia legal de tierras y de un ordenamiento territorial que regule y limite la producción agrícola extensiva
6. Exigimos el respeto a los derechos humanos fundamentales, que incluye el respeto al derecho a modos de producción propios y vida rural sustentables. La producción natural, ecológica y orgánica es posible, y no se debe desmeritar su posibilidad, ni su rentabilidad. Sus ganancias están al alcance de pequeños productores a diferencia de los monocultivos cuya ganancia se concentra en unos pocos productores. www.ecoportal.net
[1] Presidente Nicanor Duarte Frutos de Paraguay, en un discurso público en Coronel Oviedo, 26 de julio 2006.
Firma la declaración abajo para fortalecer nuestro grito denunciando el modelo exportador de monocultivos y el gatoverdismo de los empresarios transnationales agro alimentarios.
Para adherirse a la declaracion envie un mensaje a ortega@baseis.org.py
El documento está firmado por la MCNOC (Mesa Coordinadora Nacional de Organizaciones Campesinas), la FNC (Federación Nacional Campesina), la ONAC (Organización Nacional Campesina), la CNOCIP (Central Nacional de Organizaciones Campesinas Indígenas y Populares), la CONAMURI (Coordinadora Nacional de Organizaciones de Mujeres Rurales e Indígenas), las organizaciones BASE IS, SOBREVIVENCIA-Amigos de la Tierra Paraguay, todas de Paraguay; las organizaciones internacionales GFC (Coalición Mundial por los Bosques, Global Forest Coalition) y A SEED Europa, y sigue siendo suscripta por otras. Envia tu adhesion.
agosto 19, 2006
Brasil: FAO evalúa programa “Hambre Cero”
17 de agosto, 2006 La Organización de las Naciones Unidas para la Agricultura y la Alimentación (FAO) envió un equipo especial a Brasil para hacer un balance del programa “Hambre Cero” a tres años y medio de su inicio.
Tras la evaluación, la FAO listó una serie de conclusiones que considera relevantes para los países que están implementando políticas de seguridad alimentaria y lucha contra el hambre.
En esta lista, el organismo de la ONU subrayó que el crecimiento agrícola basado en el dinamismo del sector empresarial no reduce automáticamente el hambre, sino que puede llegar exacerbarla.
“El crecimiento económico tampoco resulta en una reducción proporcional de la pobreza y el hambre, debido a la desigualdad existente en la distribución del ingreso y la riqueza. La erradicación del hambre sólo puede ser alcanzada por medio de programas específicos que aborden directamente las causas subyacentes del hambre y la pobreza”, puntualizó la FAO.
Asimismo, señaló que para adoptar la erradicación del hambre como un objetivo nacional, se requiere de un compromiso político fuerte y sostenido –idealmente multipartidista-, que cuente con un amplio apoyo popular.
Agregó que también es necesario plasmar este compromiso en leyes y políticas públicas, para garantizar su continuidad, independientemente de quien este al frente del gobierno.
La FAO resaltó también la importancia de ampliar lo más pronto posible la capacidad de producción o adquisición de alimentos por parte de la población que padece inseguridad alimentaría y, al mismo tiempo, de establecer instituciones, políticas y programas que enfrenten las causas complejas de su vulnerabilidad.
Otra punto destacado es la coordinación efectiva de los recursos públicos y su canalización mediante una agencia pública líder.
Por otra parte, la FAO indicó que la sociedad civil, al igual que el sector privado, puede jugar un papel vital en el diseño y la implementación de los programas a través de su involucramiento en la creación de instituciones que fortalezcan las relaciones entre el gobierno y la sociedad civil a nivel nacional y local.
Añadió que se requiere de inversiones sustanciales en un sistema de administración de los programas implementados, incluyendo un catastro único que permita identificar a los beneficiarios, garantizar la transparencia en el manejo de los recursos, y perfeccionar el proceso de selección de los beneficiarios.
Por último, la FAO sostuvo que los programas de seguridad alimentaria y reducción de la pobreza a gran escala pueden ser fiscalmente sostenibles, aún en países con un menor desarrollo económico que Brasil. “Existe cada vez más evidencia de que los principales componentes de “Hambre Cero” están comenzando a generar beneficios económicos y que, por lo tanto, no deberían considerarse sólo como beneficencia, sino también como inversiones viables”, puntualizó.
Tras la evaluación, la FAO listó una serie de conclusiones que considera relevantes para los países que están implementando políticas de seguridad alimentaria y lucha contra el hambre.
En esta lista, el organismo de la ONU subrayó que el crecimiento agrícola basado en el dinamismo del sector empresarial no reduce automáticamente el hambre, sino que puede llegar exacerbarla.
“El crecimiento económico tampoco resulta en una reducción proporcional de la pobreza y el hambre, debido a la desigualdad existente en la distribución del ingreso y la riqueza. La erradicación del hambre sólo puede ser alcanzada por medio de programas específicos que aborden directamente las causas subyacentes del hambre y la pobreza”, puntualizó la FAO.
Asimismo, señaló que para adoptar la erradicación del hambre como un objetivo nacional, se requiere de un compromiso político fuerte y sostenido –idealmente multipartidista-, que cuente con un amplio apoyo popular.
Agregó que también es necesario plasmar este compromiso en leyes y políticas públicas, para garantizar su continuidad, independientemente de quien este al frente del gobierno.
La FAO resaltó también la importancia de ampliar lo más pronto posible la capacidad de producción o adquisición de alimentos por parte de la población que padece inseguridad alimentaría y, al mismo tiempo, de establecer instituciones, políticas y programas que enfrenten las causas complejas de su vulnerabilidad.
Otra punto destacado es la coordinación efectiva de los recursos públicos y su canalización mediante una agencia pública líder.
Por otra parte, la FAO indicó que la sociedad civil, al igual que el sector privado, puede jugar un papel vital en el diseño y la implementación de los programas a través de su involucramiento en la creación de instituciones que fortalezcan las relaciones entre el gobierno y la sociedad civil a nivel nacional y local.
Añadió que se requiere de inversiones sustanciales en un sistema de administración de los programas implementados, incluyendo un catastro único que permita identificar a los beneficiarios, garantizar la transparencia en el manejo de los recursos, y perfeccionar el proceso de selección de los beneficiarios.
Por último, la FAO sostuvo que los programas de seguridad alimentaria y reducción de la pobreza a gran escala pueden ser fiscalmente sostenibles, aún en países con un menor desarrollo económico que Brasil. “Existe cada vez más evidencia de que los principales componentes de “Hambre Cero” están comenzando a generar beneficios económicos y que, por lo tanto, no deberían considerarse sólo como beneficencia, sino también como inversiones viables”, puntualizó.
Monsanto to Buy Delta & Pine Land for $1.5 Billion
- Bloomberg, Aug. 15, 2006 http://www.bloomberg.com/
Monsanto Co., the world's biggest developer of genetically modified corn and soybeans, agreed to buy cottonseed maker Delta & Pine Land Co. for $1.5 billion, ending a six-year dispute that started when their last merger accord failed.
Investors in Scott, Mississippi-based Delta & Pine Land will get $42 a share, 16 percent above yesterday's closing share price. Cash and debt will be used to finance the deal, St. Louis-based Monsanto said today in a statement.
Monsanto Chief Executive Officer Hugh Grant said the seed industry has become "much more competitive,'' making the transaction possible. Monsanto abandoned its 1998 accord on concern U.S. antitrust regulators would impose stiff conditions to approve the deal. When it collapsed, Delta & Pine sued, saying the cancellation cost investors $1 billion.
The acquisition by Monsanto "makes a lot strategic sense,'' Gulley & Associates analyst Mark Gulley said. "In cotton they were very small. This gives them a market share that you are accustomed to a leader having in a major row crop.'' He recommends buying Monsanto shares.
Shares of Monsanto rose 34 cents to $45.41 at 3:01 p.m. in New York Stock Exchange composite trading. They have climbed 40 percent from a year ago. Delta & Pine Land surged $3.79, or 11 percent, to $40.03. Before today, the stock had jumped 58 percent this year.
Market Share Drops
Delta & Pine CEO Thomas Jagodinski said his company has 50 percent of U.S. cottonseed sales, down from a peak of almost 80 percent. Monsanto licenses its technologies to rival seed companies, which should help win U.S. antitrust approval, Grant said on a separate call.
Monsanto would pay Delta & Pine Land as much as $600 million should antitrust regulators block the transaction, Jagodinksi said. Cottonseed competition is intensifying amid sales gains by Bayer AG's Fibermax seed and new technologies companies including Dow Chemical Co., Jagodinski said. Bayer has 20 percent to 30 percent of U.S. sales, he said.
The Delta & Pine Land acquisition will "modestly'' boost earnings after one year, Chief Financial Officer Terrell Crews said on the Monsanto call. Delta & Pine Land had sales of $411.4 million in the nine months ended May 31, up 21 percent from a year earlier.
Monsanto probably will shed its Stoneville cottonseed business to gain antitrust approval, Grant said. The company acquired Stoneville with its $300 million purchase of Emergent Genetics Inc., which had 12 percent of U.S. cottonseed sales when the deal was announced last year.
'Antitrust Scrutiny'
"Combined U.S. market share of more than 60 percent will likely attract antitrust scrutiny,'' Banc of America Securities analyst Kevin McCarthy said in a report. McCarthy, who rates the shares "neutral,'' said the "valuation appears steep'' at 16.3 times estimated pretax earnings this year.
Monsanto in May 1998 agreed to pay $1.82 billion in stock for Delta & Pine Land. That was a "significantly higher'' earnings multiple than Monsanto is now paying, CEO Jagodinski said. The acquisition would boost Monsanto's sales by 6 percent, Gulley of Gulley & Associates said. Seeds will benefit from Monsanto's gene technology because cotton faces a large variety of pests, he said. "Delta & Pine Land has strong cotton genetics, and we believe Monsanto's leadership in providing the best cotton traits can improve on this already strong base,'' Grant said in the statement.
To enhance Delta & Pine Land seeds, Monsanto plans to increase modifications including Roundup Ready Flex for withstanding Monsanto's weed killer and Bollgard II for resisting the bollworm insect, Grant said on the call.
'Grasp Opportunities' Genetically modified cottonseeds account for 11 percent of about 220 million acres sown with seeds engineered by Monsanto, the company said in June. The companies began negotiations on the merger Aug. 10, and talks concluded last night, Jagodinski said. "You have to grasp opportunities when they are there,'' Grant said.
Monsanto Co., the world's biggest developer of genetically modified corn and soybeans, agreed to buy cottonseed maker Delta & Pine Land Co. for $1.5 billion, ending a six-year dispute that started when their last merger accord failed.
Investors in Scott, Mississippi-based Delta & Pine Land will get $42 a share, 16 percent above yesterday's closing share price. Cash and debt will be used to finance the deal, St. Louis-based Monsanto said today in a statement.
Monsanto Chief Executive Officer Hugh Grant said the seed industry has become "much more competitive,'' making the transaction possible. Monsanto abandoned its 1998 accord on concern U.S. antitrust regulators would impose stiff conditions to approve the deal. When it collapsed, Delta & Pine sued, saying the cancellation cost investors $1 billion.
The acquisition by Monsanto "makes a lot strategic sense,'' Gulley & Associates analyst Mark Gulley said. "In cotton they were very small. This gives them a market share that you are accustomed to a leader having in a major row crop.'' He recommends buying Monsanto shares.
Shares of Monsanto rose 34 cents to $45.41 at 3:01 p.m. in New York Stock Exchange composite trading. They have climbed 40 percent from a year ago. Delta & Pine Land surged $3.79, or 11 percent, to $40.03. Before today, the stock had jumped 58 percent this year.
Market Share Drops
Delta & Pine CEO Thomas Jagodinski said his company has 50 percent of U.S. cottonseed sales, down from a peak of almost 80 percent. Monsanto licenses its technologies to rival seed companies, which should help win U.S. antitrust approval, Grant said on a separate call.
Monsanto would pay Delta & Pine Land as much as $600 million should antitrust regulators block the transaction, Jagodinksi said. Cottonseed competition is intensifying amid sales gains by Bayer AG's Fibermax seed and new technologies companies including Dow Chemical Co., Jagodinski said. Bayer has 20 percent to 30 percent of U.S. sales, he said.
The Delta & Pine Land acquisition will "modestly'' boost earnings after one year, Chief Financial Officer Terrell Crews said on the Monsanto call. Delta & Pine Land had sales of $411.4 million in the nine months ended May 31, up 21 percent from a year earlier.
Monsanto probably will shed its Stoneville cottonseed business to gain antitrust approval, Grant said. The company acquired Stoneville with its $300 million purchase of Emergent Genetics Inc., which had 12 percent of U.S. cottonseed sales when the deal was announced last year.
'Antitrust Scrutiny'
"Combined U.S. market share of more than 60 percent will likely attract antitrust scrutiny,'' Banc of America Securities analyst Kevin McCarthy said in a report. McCarthy, who rates the shares "neutral,'' said the "valuation appears steep'' at 16.3 times estimated pretax earnings this year.
Monsanto in May 1998 agreed to pay $1.82 billion in stock for Delta & Pine Land. That was a "significantly higher'' earnings multiple than Monsanto is now paying, CEO Jagodinski said. The acquisition would boost Monsanto's sales by 6 percent, Gulley of Gulley & Associates said. Seeds will benefit from Monsanto's gene technology because cotton faces a large variety of pests, he said. "Delta & Pine Land has strong cotton genetics, and we believe Monsanto's leadership in providing the best cotton traits can improve on this already strong base,'' Grant said in the statement.
To enhance Delta & Pine Land seeds, Monsanto plans to increase modifications including Roundup Ready Flex for withstanding Monsanto's weed killer and Bollgard II for resisting the bollworm insect, Grant said on the call.
'Grasp Opportunities' Genetically modified cottonseeds account for 11 percent of about 220 million acres sown with seeds engineered by Monsanto, the company said in June. The companies began negotiations on the merger Aug. 10, and talks concluded last night, Jagodinski said. "You have to grasp opportunities when they are there,'' Grant said.
abril 25, 2006
CAMBIO CLIMÁTICO: Se corta la cadena alimentaria marina
por Stephen Leahy
TORONTO, abr (IPS) - Vastas franjas de arrecifes de coral en el mar Caribe y el océano Pacífico Sur están muriendo, mientras que los recién descubiertos corales de agua fría, en el norte, no sobrevivirán al siglo. Y todo por culpa del cambio climático.
La pérdida de arrecifes tendrá un impacto catastrófico sobre toda la vida marina.
Un tercio del coral en sitios de control oficial en el área de Puerto Rico y las islas Vírgenes de Estados Unidos pereció hace poco. Se trata de una extinción "sin precedentes", según los científicos.
Las temperaturas marinas extremadamente altas en el verano y otoño boreal de 2005 que dieron pie a una temporada récord en materia de huracanes también causaron decoloración de los corales desde las islas conocidas como Cayos de Florida hasta Trinidad y Tobago y Barbados, más al sur, y Panamá y Costa Rica, según el Observatorio de Arrecifes de Coral de la Oficina Nacional Oceánica y Atmosférica de Estados Unidos.
Las elevadas temperaturas del mar también están liquidando partes de la Gran Barrera de Coral, la mayor formación coralina del mundo, en Australia. Mientras el verano llega a su fin en el hemisferio Sur, los científicos investigan el alcance de la decoloración del coral. Hasta 98 por ciento de los corales de una zona fueron afectados, informó el Instituto Australiano de Ciencias Marinas a inicios de abril.
"La Gran Barrera de Coral ha vivido en este planeta durante 18 millones de años, y hemos debilitado su existencia", dijo Brian Huse, director ejecutivo de la Alianza de Arrecifes de Coral, una organización no gubernamental con sede en Estados Unidos.
"Veinte por ciento de los arrecifes de la Tierra se perdieron, y 50 por ciento soportan amenazas de moderadas a severas", dijo Huse a IPS.
El valor económico de los arrecifes se estima globalmente en 375.000 millones de dólares, señaló.
Los arrecifes de coral son muy raros. Se hallan en menos de uno por ciento de los océanos del mundo. Sin embargo, se los considera las selvas tropicales de los océanos porque albergan entre 25 y 33 por ciento de toda la vida marina. La Unión Mundial para la Naturaleza (UICN) sostiene que los arrecifes de coral son uno de los sistemas de soporte de la vida esenciales para la supervivencia humana.
Los arrecifes están compuestos por animales diminutos llamados pólipos, que crean a su alrededor esqueletos de piedra caliza con forma de taza usando calcio del agua marina.
A medida que los pólipos coralinos viven, construyen y mueren, generación tras generación, van construyendo esos muros que constituyen un hábitat para sí mismos y para muchas otras especies animales y vegetales.
El coral obtiene sus hermosos colores de las algas que recubren a los pólipos. Éstas producen oxígeno y azúcares para que los pólipos se alimenten, mientras que los pólipos producen dióxido de carbono y nitrógeno, que potencia el crecimiento de las algas. Si los pólipos son afectados por aguas demasiado cálidas o por la contaminación, pierden su cobertura de algas y se vuelven blancos.
Los corales decolorados pueden recuperarse si la presión ambiental es temporaria y dura semanas y no meses. En 2002, una amplia decoloración de la Gran Barrera dio como resultado una mortalidad de cinco por ciento de los corales. En los últimos años, los arrecifes del océano Índico y otras áreas del Pacífico fueron incluso más duramente afectados por las elevadas temperaturas de sus aguas.
Los arrecifes soportan otras amenazas, como la pesca de red, el uso de dinamita para atrapar peces, la contaminación, el turismo descontrolado y las enfermedades, dijo Huse. El cambio climático es el mayor peligro, en gran parte porque pocas personas se dan cuenta de los impactos que las emisiones humanas de dióxido de carbono tienen en los océanos, dijo.
La mayoría de científicos creen que ese y otros gases producidos por la humanidad y llamados de efecto invernadero están recalentando la atmósfera y provocando el cambio climático.
Cada día, una persona cualquiera del planeta quema en promedio suficiente combustible fósil para emitir casi 11 kilogramos de dióxido de carbono a la atmósfera, y aproximadamente cuatro de ellos son luego absorbidos por el océano. Combinado el dióxido de carbono con el agua del mar se forma un ácido, en un proceso conocido como acidificación oceánica.
No hay debates sobre el fenómeno de la acidificación de los mares por el cambio climático, dijo Scott Doney, científico de la Institución Oceanográfica Woods Hole en Estados Unidos.
"Lo que no se sabe es cómo reaccionará la vida marina", dijo Doney en una entrevista.
Los arrecifes de coral en áreas tropicales parecen resistentes a la acidificación actual y futura, pero nuevas investigaciones muestran que los corales de agua fría, recientemente descubiertos, son mucho más sensibles, dijo.
Los corales de agua fría se encuentran a profundidades de entre 2.000 y 3.000 metros en el Atlántico norte y sur, y en menor medida en el Pacífico norte. Descubiertos hace apenas unos 20 años, parecen ser bastante grandes y estar llenos de formas raras de vida marina, pero su extensión total no está documentada.
Y aunque casi todos los arrecifes conocidos fueron dañados por la pesca de arrastre, la acidificación de los océanos puede ser la peor amenaza.
Los pólipos coralinos de agua fría toman igualmente el calcio de ella para elaborar sus esqueletos de piedra caliza. Pero en las profundidades hay mucho menos calcio (en rigor aragonita, una forma de carbonato de calcio) y las aguas más ácidas reducen drásticamente su concentración.
Por lo tanto, los corales esqueletos coralinos son más débiles y más delgados, o simplemente no logran formarse.
Las concentraciones de calcio en el agua de mar ya son menores en muchas áreas de los océanos del mundo y, para 2100, 70 por ciento de esas zonas ya no podrán alimentar a los corales fríos, dijo John Guinotte, científico del Instituto Biológico de Conservación Marina, en el estado de Washington.
"Los corales no tienen experiencia de habitar en estas condiciones ambientales y es improbable que se adapten a tiempo", señaló Guinotte a IPS.
Mientras Guinotte solamente observó los impactos sobre los corales, Doney halló que muchas otras importantes especies marinas, como ciertos tipos de fitoplancton y pequeños caracoles, resultan afectados de modo similar.
"Antes de 2100, estas especies no podrán elaborar los caparazones que necesitan para vivir", dijo.
Estas especies muy abundantes constituyen una parte importante de la cadena alimentaria marina, y su desaparición podría tener un resultado devastador en la ecología del océano.
"Podría producirse un gran impacto, pero aún no sabemos cuál será", expresó Guinotte. "Lo que sí sabemos es que para 2050 los océanos serán muy diferentes a como son ahora". (FIN/2006)
TORONTO, abr (IPS) - Vastas franjas de arrecifes de coral en el mar Caribe y el océano Pacífico Sur están muriendo, mientras que los recién descubiertos corales de agua fría, en el norte, no sobrevivirán al siglo. Y todo por culpa del cambio climático.
La pérdida de arrecifes tendrá un impacto catastrófico sobre toda la vida marina.
Un tercio del coral en sitios de control oficial en el área de Puerto Rico y las islas Vírgenes de Estados Unidos pereció hace poco. Se trata de una extinción "sin precedentes", según los científicos.
Las temperaturas marinas extremadamente altas en el verano y otoño boreal de 2005 que dieron pie a una temporada récord en materia de huracanes también causaron decoloración de los corales desde las islas conocidas como Cayos de Florida hasta Trinidad y Tobago y Barbados, más al sur, y Panamá y Costa Rica, según el Observatorio de Arrecifes de Coral de la Oficina Nacional Oceánica y Atmosférica de Estados Unidos.
Las elevadas temperaturas del mar también están liquidando partes de la Gran Barrera de Coral, la mayor formación coralina del mundo, en Australia. Mientras el verano llega a su fin en el hemisferio Sur, los científicos investigan el alcance de la decoloración del coral. Hasta 98 por ciento de los corales de una zona fueron afectados, informó el Instituto Australiano de Ciencias Marinas a inicios de abril.
"La Gran Barrera de Coral ha vivido en este planeta durante 18 millones de años, y hemos debilitado su existencia", dijo Brian Huse, director ejecutivo de la Alianza de Arrecifes de Coral, una organización no gubernamental con sede en Estados Unidos.
"Veinte por ciento de los arrecifes de la Tierra se perdieron, y 50 por ciento soportan amenazas de moderadas a severas", dijo Huse a IPS.
El valor económico de los arrecifes se estima globalmente en 375.000 millones de dólares, señaló.
Los arrecifes de coral son muy raros. Se hallan en menos de uno por ciento de los océanos del mundo. Sin embargo, se los considera las selvas tropicales de los océanos porque albergan entre 25 y 33 por ciento de toda la vida marina. La Unión Mundial para la Naturaleza (UICN) sostiene que los arrecifes de coral son uno de los sistemas de soporte de la vida esenciales para la supervivencia humana.
Los arrecifes están compuestos por animales diminutos llamados pólipos, que crean a su alrededor esqueletos de piedra caliza con forma de taza usando calcio del agua marina.
A medida que los pólipos coralinos viven, construyen y mueren, generación tras generación, van construyendo esos muros que constituyen un hábitat para sí mismos y para muchas otras especies animales y vegetales.
El coral obtiene sus hermosos colores de las algas que recubren a los pólipos. Éstas producen oxígeno y azúcares para que los pólipos se alimenten, mientras que los pólipos producen dióxido de carbono y nitrógeno, que potencia el crecimiento de las algas. Si los pólipos son afectados por aguas demasiado cálidas o por la contaminación, pierden su cobertura de algas y se vuelven blancos.
Los corales decolorados pueden recuperarse si la presión ambiental es temporaria y dura semanas y no meses. En 2002, una amplia decoloración de la Gran Barrera dio como resultado una mortalidad de cinco por ciento de los corales. En los últimos años, los arrecifes del océano Índico y otras áreas del Pacífico fueron incluso más duramente afectados por las elevadas temperaturas de sus aguas.
Los arrecifes soportan otras amenazas, como la pesca de red, el uso de dinamita para atrapar peces, la contaminación, el turismo descontrolado y las enfermedades, dijo Huse. El cambio climático es el mayor peligro, en gran parte porque pocas personas se dan cuenta de los impactos que las emisiones humanas de dióxido de carbono tienen en los océanos, dijo.
La mayoría de científicos creen que ese y otros gases producidos por la humanidad y llamados de efecto invernadero están recalentando la atmósfera y provocando el cambio climático.
Cada día, una persona cualquiera del planeta quema en promedio suficiente combustible fósil para emitir casi 11 kilogramos de dióxido de carbono a la atmósfera, y aproximadamente cuatro de ellos son luego absorbidos por el océano. Combinado el dióxido de carbono con el agua del mar se forma un ácido, en un proceso conocido como acidificación oceánica.
No hay debates sobre el fenómeno de la acidificación de los mares por el cambio climático, dijo Scott Doney, científico de la Institución Oceanográfica Woods Hole en Estados Unidos.
"Lo que no se sabe es cómo reaccionará la vida marina", dijo Doney en una entrevista.
Los arrecifes de coral en áreas tropicales parecen resistentes a la acidificación actual y futura, pero nuevas investigaciones muestran que los corales de agua fría, recientemente descubiertos, son mucho más sensibles, dijo.
Los corales de agua fría se encuentran a profundidades de entre 2.000 y 3.000 metros en el Atlántico norte y sur, y en menor medida en el Pacífico norte. Descubiertos hace apenas unos 20 años, parecen ser bastante grandes y estar llenos de formas raras de vida marina, pero su extensión total no está documentada.
Y aunque casi todos los arrecifes conocidos fueron dañados por la pesca de arrastre, la acidificación de los océanos puede ser la peor amenaza.
Los pólipos coralinos de agua fría toman igualmente el calcio de ella para elaborar sus esqueletos de piedra caliza. Pero en las profundidades hay mucho menos calcio (en rigor aragonita, una forma de carbonato de calcio) y las aguas más ácidas reducen drásticamente su concentración.
Por lo tanto, los corales esqueletos coralinos son más débiles y más delgados, o simplemente no logran formarse.
Las concentraciones de calcio en el agua de mar ya son menores en muchas áreas de los océanos del mundo y, para 2100, 70 por ciento de esas zonas ya no podrán alimentar a los corales fríos, dijo John Guinotte, científico del Instituto Biológico de Conservación Marina, en el estado de Washington.
"Los corales no tienen experiencia de habitar en estas condiciones ambientales y es improbable que se adapten a tiempo", señaló Guinotte a IPS.
Mientras Guinotte solamente observó los impactos sobre los corales, Doney halló que muchas otras importantes especies marinas, como ciertos tipos de fitoplancton y pequeños caracoles, resultan afectados de modo similar.
"Antes de 2100, estas especies no podrán elaborar los caparazones que necesitan para vivir", dijo.
Estas especies muy abundantes constituyen una parte importante de la cadena alimentaria marina, y su desaparición podría tener un resultado devastador en la ecología del océano.
"Podría producirse un gran impacto, pero aún no sabemos cuál será", expresó Guinotte. "Lo que sí sabemos es que para 2050 los océanos serán muy diferentes a como son ahora". (FIN/2006)
Cidadania ambiental é tema de pesquisa
Por Sophia Gebrim
Como está a cidadania ambiental dos nossos jovens? Este é o tema de uma pesquisa que a professora Regina Viegas, docente do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet-RJ), vem realizando junto aos alunos de ensino médio técnico do centro. O objetivo da pesquisa é gerar um banco de dados de informações sobre o perfil da cidadania ambiental desses jovens, permitindo, a partir daí, definir ações específicas complementares de educação ambiental voltadas a contribuir, direcionar e ampliar a visão ambiental dos jovens brasileiros.
“Percepção ambiental é como cada pessoa observa o ambiente que o cerca. A partir daí, avalia-se como cada um interage com o meio a sua volta, influenciando positiva ou negativamente as pessoas e o ambiente em que vive”, explica a professora Regina.
Foram aplicados 272 questionários aos alunos que freqüentavam o ensino médio técnico do Cefet-RJ em 2005, envolvendo as turmas do terceiro ano do ensino médio e os alunos que cursam o ensino técnico no centro. Este quantitativo representa quase a totalidade dos alunos concluintes da escola no ano de 2005.
“Após a análise dos dados pesquisados, apesar de confirmar vários pontos positivos do perfil da cidadania ambiental dos jovens, foram apresentados alguns pontos preocupantes”, adverte Regina.
Resultados – A metade dos alunos admite que os assuntos relacionados ao meio ambiente não vêm sendo tratados com freqüência nas escolas, enquanto que 90,8% admitem que este assunto também não é abordado no âmbito das famílias. Além disso, 75% não acessam sítios ligados à temática ambiental, enquanto a maioria não acredita na ação dos órgãos normativos de controle ambiental, sendo que apenas 59,2% acreditam nos trabalhos das ONGs ambientalistas.
Do grupo amostrado, verificou-se que 73,1% não acreditam que a ação de um cidadão sozinho possa alterar a continuidade de uma ação danosa ao meio ambiente, sendo que 33,3% deles admitem não causar nenhum tipo de agressão ao meio ambiente.
As indústrias (35,5%) são vistas como agentes que não investem em meio ambiente e não atendem à legislação ambiental, enquanto o governo apresenta um índice elevado (74,2%) para o mesmo tipo de avaliação, sendo exigida por 31,9% dos jovens a criação de novas leis na área ambiental. Estes mesmos jovens acabam por decidir a compra de produtos e serviços apenas à luz dos critérios preço e qualidade, descartando a opção potencial da análise de agressão ao meio ambiente.
Otimismo – Entre os aspectos positivos, 77,5% se interessam por assuntos ligados à temática ambiental e 85,5% acreditam que o conhecimento da problemática ambiental é essencial para a sua formação profissional. Além disso, 85,6% admitem a viabilidade da adoção do princípio do desenvolvimento sustentável e 88% recusam aceitar mais poluição por um aumento do nível de emprego.
“Esses dados são de extrema importância para nós, pesquisadores. Reflete o perfil dos alunos do Rio de Janeiro e do Brasil como um todo. Agora, devemos avaliar os resultados e ver onde podemos melhorar”, finaliza a professora.
(Envolverde/MEC)
Como está a cidadania ambiental dos nossos jovens? Este é o tema de uma pesquisa que a professora Regina Viegas, docente do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet-RJ), vem realizando junto aos alunos de ensino médio técnico do centro. O objetivo da pesquisa é gerar um banco de dados de informações sobre o perfil da cidadania ambiental desses jovens, permitindo, a partir daí, definir ações específicas complementares de educação ambiental voltadas a contribuir, direcionar e ampliar a visão ambiental dos jovens brasileiros.
“Percepção ambiental é como cada pessoa observa o ambiente que o cerca. A partir daí, avalia-se como cada um interage com o meio a sua volta, influenciando positiva ou negativamente as pessoas e o ambiente em que vive”, explica a professora Regina.
Foram aplicados 272 questionários aos alunos que freqüentavam o ensino médio técnico do Cefet-RJ em 2005, envolvendo as turmas do terceiro ano do ensino médio e os alunos que cursam o ensino técnico no centro. Este quantitativo representa quase a totalidade dos alunos concluintes da escola no ano de 2005.
“Após a análise dos dados pesquisados, apesar de confirmar vários pontos positivos do perfil da cidadania ambiental dos jovens, foram apresentados alguns pontos preocupantes”, adverte Regina.
Resultados – A metade dos alunos admite que os assuntos relacionados ao meio ambiente não vêm sendo tratados com freqüência nas escolas, enquanto que 90,8% admitem que este assunto também não é abordado no âmbito das famílias. Além disso, 75% não acessam sítios ligados à temática ambiental, enquanto a maioria não acredita na ação dos órgãos normativos de controle ambiental, sendo que apenas 59,2% acreditam nos trabalhos das ONGs ambientalistas.
Do grupo amostrado, verificou-se que 73,1% não acreditam que a ação de um cidadão sozinho possa alterar a continuidade de uma ação danosa ao meio ambiente, sendo que 33,3% deles admitem não causar nenhum tipo de agressão ao meio ambiente.
As indústrias (35,5%) são vistas como agentes que não investem em meio ambiente e não atendem à legislação ambiental, enquanto o governo apresenta um índice elevado (74,2%) para o mesmo tipo de avaliação, sendo exigida por 31,9% dos jovens a criação de novas leis na área ambiental. Estes mesmos jovens acabam por decidir a compra de produtos e serviços apenas à luz dos critérios preço e qualidade, descartando a opção potencial da análise de agressão ao meio ambiente.
Otimismo – Entre os aspectos positivos, 77,5% se interessam por assuntos ligados à temática ambiental e 85,5% acreditam que o conhecimento da problemática ambiental é essencial para a sua formação profissional. Além disso, 85,6% admitem a viabilidade da adoção do princípio do desenvolvimento sustentável e 88% recusam aceitar mais poluição por um aumento do nível de emprego.
“Esses dados são de extrema importância para nós, pesquisadores. Reflete o perfil dos alunos do Rio de Janeiro e do Brasil como um todo. Agora, devemos avaliar os resultados e ver onde podemos melhorar”, finaliza a professora.
(Envolverde/MEC)
Pesquisa mostra que desnutrição infantil diminuiu no semi-árido brasileiro
Por Bruno Bocchini
São Paulo – A pesquisa Chamada Nutricional 2005 – divulgada segunda-feira (24) – mostra que a desnutrição infantil diminuiu na região mais pobre do país, o semi-árido. Os pesquisadores colheram informações sobre a alimentação de 17 mil crianças com até cinco anos de idade em 307 municípios da região. Oito estados do Nordeste e também o norte de Minas Gerais foram estudados.
A pesquisa foi realizada em agosto de 2005 pelos ministério da Saúde e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome em parceria com prefeituras, governos estaduais, dez universidades públicas e com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Segundo a pesquisa, apenas 6,6% das crianças da região apresentam desnutrição crônica. Em uma pesquisa anterior, feita em 1996, o porcentual de desnutridos entre as crianças era de 17,9%. Em 1989, esse núero era de 27,3%. No entanto, o texto do estudo ressalva que as pesquisas anteriores não focalizaram de forma abrangente a região.
"A porcentagem de 6,6% ainda é muito alta. Do ponto de vista de comparação internacional, a gente não atingiu ainda 1% ou 2% que a gente esperaria, porcentagem que é encontrada no Chile, por exemplo. Mas, a gente está numa situação melhor que a maior parte dos países. E eu diria que até da maioria da América Latina", avalia o coordenador da pesquisa e professor da Universidade de São Paulo (USP), Carlos Augusto Monteiro.
Segundo o pesquisador, em algumas regiões da Índia, por exemplo, cerca de 50% das crianças sofrem de desnutrição crônica. Esse número é de 30% ou 40% em países africanos, como Angola e Moçambique.
O estudioso afirma que a diminuição da desnutrição na região entre 1996 e 2006 pode ser explicada principalmente por dois fatores: queda de natalidade, e a melhoria dos serviços públicos básicos, como saneamento, saúde e educação.
A pesquisa destaca ainda que os programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, têm um impacto bastante positivo na queda de desnutridos. Segundo o texto, crianças beneficiárias, de seis a 11 meses de idade, se não fossem atendidas, correriam risco 62,1% maior de apresentar desnutrição crônica.
O documento ressalta que a freqüência de desnutrição crônica observada nas crianças da região varia de acordo com os indicadores socioeconômicos, alcançando 10% das crianças da classe E; 6,8% nas da classe D e apenas 2,5% nas da classe C. Registrou-se que, na região, 14,1% dos filhos de mães analfabetas são desnutridos. Já nas categorias de 1 a 4 anos, 5 a 8 anos e 9 ou mais anos de escolaridade as porcentagens de desnutridos foram de 8,4%, 7,4% e 3,2%, respectivamente.
(Envolverde/Agência Brasil)
São Paulo – A pesquisa Chamada Nutricional 2005 – divulgada segunda-feira (24) – mostra que a desnutrição infantil diminuiu na região mais pobre do país, o semi-árido. Os pesquisadores colheram informações sobre a alimentação de 17 mil crianças com até cinco anos de idade em 307 municípios da região. Oito estados do Nordeste e também o norte de Minas Gerais foram estudados.
A pesquisa foi realizada em agosto de 2005 pelos ministério da Saúde e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome em parceria com prefeituras, governos estaduais, dez universidades públicas e com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Segundo a pesquisa, apenas 6,6% das crianças da região apresentam desnutrição crônica. Em uma pesquisa anterior, feita em 1996, o porcentual de desnutridos entre as crianças era de 17,9%. Em 1989, esse núero era de 27,3%. No entanto, o texto do estudo ressalva que as pesquisas anteriores não focalizaram de forma abrangente a região.
"A porcentagem de 6,6% ainda é muito alta. Do ponto de vista de comparação internacional, a gente não atingiu ainda 1% ou 2% que a gente esperaria, porcentagem que é encontrada no Chile, por exemplo. Mas, a gente está numa situação melhor que a maior parte dos países. E eu diria que até da maioria da América Latina", avalia o coordenador da pesquisa e professor da Universidade de São Paulo (USP), Carlos Augusto Monteiro.
Segundo o pesquisador, em algumas regiões da Índia, por exemplo, cerca de 50% das crianças sofrem de desnutrição crônica. Esse número é de 30% ou 40% em países africanos, como Angola e Moçambique.
O estudioso afirma que a diminuição da desnutrição na região entre 1996 e 2006 pode ser explicada principalmente por dois fatores: queda de natalidade, e a melhoria dos serviços públicos básicos, como saneamento, saúde e educação.
A pesquisa destaca ainda que os programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, têm um impacto bastante positivo na queda de desnutridos. Segundo o texto, crianças beneficiárias, de seis a 11 meses de idade, se não fossem atendidas, correriam risco 62,1% maior de apresentar desnutrição crônica.
O documento ressalta que a freqüência de desnutrição crônica observada nas crianças da região varia de acordo com os indicadores socioeconômicos, alcançando 10% das crianças da classe E; 6,8% nas da classe D e apenas 2,5% nas da classe C. Registrou-se que, na região, 14,1% dos filhos de mães analfabetas são desnutridos. Já nas categorias de 1 a 4 anos, 5 a 8 anos e 9 ou mais anos de escolaridade as porcentagens de desnutridos foram de 8,4%, 7,4% e 3,2%, respectivamente.
(Envolverde/Agência Brasil)
Economia: Administrando a voracidade chinesa
Por Felipe Seligman da Envolverde
Nações Unidas, 25/04/2006 – Se as relações econômicas da América Latina com a China não sofrerem uma mudança estrutural, a região não conseguirá atingir as Metas de Desenvolvimento do Milênio, afirmou a especialista argentina Graciela Chichilnisky no Latin Economic Fórum (Fórum Econômico Latino), realizado na semana passada, na sede da Organização das Nações Unidas, em Nova York. “As relações existentes hoje entre China e América Latina representam uma oportunidade histórica, já que a demanda chinesa por produtos básicos e combustível experimenta um enorme crescimento”, disse à IPS Chichilnisky, professora de Estatística e diretora do Centro de Manejo de Risco da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos.
“Por outro lado, há uma situação histórica que exige que estes países deixem de se especializar na exportação de recursos naturais e entrem na economia do conhecimento”, acrescentou a especialista, que moderou um painel sobre as Metas de Desenvolvimento da ONU para o Milênio durante o Fórum. A China é o país cuja necessidade de produtos naturais mais cresce no mundo. Já é o maior consumidor de cobre, estanho, zinco, platina, aço e ferro. Em 2003, absorveu quase 40% do cimento produzido no mundo, 30% do carvão, outro tanto do aço e 25% do alumínio e do cobre.
A América Latina é a região que mais fornece estes recursos para o gigante asiático. O Chile é o maior produtor e exportador mundial de cobre, item que representa cerca de 40% de suas exportações. Boa parte do cobre chileno é embarcada para a China, que é hoje o segundo comprador. Outro exemplo está no petróleo da Venezuela, cujos principais clientes são Estados Unidos e China. O petróleo representa 85% das exportações venezuelanas e 15% de seu produto interno bruto e 50% dos gastos do governo, segundo dados do banco internacional HSBC. As tensões políticas entre Washington e Caracas levaram as autoridades venezuelanas a revisar suas políticas de exportação de petróleo.
A Venezuela quer aumentar as vendas de petróleo para a China e reduzir as vendas para o mercado norte-americano, disse no Fórum o ministro-conselheiro para Assuntos Econômicos e Comerciais da Embaixada da Venezuela nos Estados Unidos, José Sojo. Entretando, este caminho não levará ao desenvolvimento da região, segundo Chichilnisky. “Exportar produtos básicos é uma base ruim para o desenvolvimento. É um tipo de política não sustentável. Há duas regiões do mundo que não cresceram depois da Segunda Guerra Mundial: África e América Latina, as duas que se especializam em produtos básicos. Isso não é coincidência”, disse a professora à IPS.
Por esse motivo, “a América Latina está em um dilema esquizofrênico, uma situação limite: a melhor oportunidade de exportar matérias-primas é equivalente à sua pior situação”, a de estar acabando com suas riquezas naturais por causa das exportações, afirmou. “Estamos acabando com nosso meio ambiente e, ao fazê-lo, liberamos muito mais dióxido de carbono na atmosfera”, disse com relação aos gases que aquecem o clima. Na reunião, organizada por representantes de empresas e organizações da comunidade latino-americana nos Estados Unidos, diplomatas da região exigiram avaliações positivas sobre o cumprimento dos objetivos do milênio. Além do representante venezuelano, embaixadores da Argentina, Bolívia, República Dominicana e do Chile participaram do painel.
O embaixador chileno na ONU, Heraldo Muñoz, afirmou que três países da América Latina cumprirão as metas e que outros cinco têm possibilidades de cumpri-las, mas não citou o nome de nenhum. Essas oito Metas do Milênio foram estabelecidas em 2000 pela Assembléia Geral da ONU. Entre elas, figuram garantir a sustentabilidade ambiental e o acesso universal à educação primária, e reduzir à metade, com base em dados de 1990, a proporção de pobres, famintos e pessoas sem água potável até 2015. Somente o Chile alcançou o primeiro objetivo, de reduzir pela metade a proporção de pessoas em situação de pobreza extrema.
A América Latina e o Caribe são a região com maior brecha entre ricos e pobres do mundo. Em 2005, havia 213 milhões de pessoas na pobreza, equivalente a 40,6% da população total, segundo a Comissão Econômica para a América Latina (Cepal). Muñoz disse que “a principal questão para o desenvolvimento são as políticas sociais para a eliminação da pobreza e para a inclusão das mulheres no mercado de trabalho”. O embaixador dominicano, Erasmo Lara-Pena, afirmou a necessidade de investimentos externos “para que possamos deixar de exportar frutas e passar a exportar sucos”. Contudo, a situação não é tão simples. “Não podemos atrair capital se, por outro lado, não temos tecnologia nem pessoal qualificado”, acrescentou.
Nesse contexto, Chichilnisky considerou muito difícil alcançar as Metas, e estimou que as avaliações positivas expostas no Fórum eram esperadas, devido à participação de representantes oficiais dos países. Porém, como modificar o tipo de intercâmbio com uma potência como a China? Segundo a professora, deve-se estabelecer novas formas de relação. “Uma solução é criar pequenas e médias empresas na região e, assim, gerar emprego e respeitar o meio ambiente. Desta forma, se pode construir uma relação de cadeia de produção com a China, de intercâmbio de produtos e de exportação-importação de tecnologias”, finalizou. (IPS/Envolverde)
(Envolverde/ IPS)
Nações Unidas, 25/04/2006 – Se as relações econômicas da América Latina com a China não sofrerem uma mudança estrutural, a região não conseguirá atingir as Metas de Desenvolvimento do Milênio, afirmou a especialista argentina Graciela Chichilnisky no Latin Economic Fórum (Fórum Econômico Latino), realizado na semana passada, na sede da Organização das Nações Unidas, em Nova York. “As relações existentes hoje entre China e América Latina representam uma oportunidade histórica, já que a demanda chinesa por produtos básicos e combustível experimenta um enorme crescimento”, disse à IPS Chichilnisky, professora de Estatística e diretora do Centro de Manejo de Risco da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos.
“Por outro lado, há uma situação histórica que exige que estes países deixem de se especializar na exportação de recursos naturais e entrem na economia do conhecimento”, acrescentou a especialista, que moderou um painel sobre as Metas de Desenvolvimento da ONU para o Milênio durante o Fórum. A China é o país cuja necessidade de produtos naturais mais cresce no mundo. Já é o maior consumidor de cobre, estanho, zinco, platina, aço e ferro. Em 2003, absorveu quase 40% do cimento produzido no mundo, 30% do carvão, outro tanto do aço e 25% do alumínio e do cobre.
A América Latina é a região que mais fornece estes recursos para o gigante asiático. O Chile é o maior produtor e exportador mundial de cobre, item que representa cerca de 40% de suas exportações. Boa parte do cobre chileno é embarcada para a China, que é hoje o segundo comprador. Outro exemplo está no petróleo da Venezuela, cujos principais clientes são Estados Unidos e China. O petróleo representa 85% das exportações venezuelanas e 15% de seu produto interno bruto e 50% dos gastos do governo, segundo dados do banco internacional HSBC. As tensões políticas entre Washington e Caracas levaram as autoridades venezuelanas a revisar suas políticas de exportação de petróleo.
A Venezuela quer aumentar as vendas de petróleo para a China e reduzir as vendas para o mercado norte-americano, disse no Fórum o ministro-conselheiro para Assuntos Econômicos e Comerciais da Embaixada da Venezuela nos Estados Unidos, José Sojo. Entretando, este caminho não levará ao desenvolvimento da região, segundo Chichilnisky. “Exportar produtos básicos é uma base ruim para o desenvolvimento. É um tipo de política não sustentável. Há duas regiões do mundo que não cresceram depois da Segunda Guerra Mundial: África e América Latina, as duas que se especializam em produtos básicos. Isso não é coincidência”, disse a professora à IPS.
Por esse motivo, “a América Latina está em um dilema esquizofrênico, uma situação limite: a melhor oportunidade de exportar matérias-primas é equivalente à sua pior situação”, a de estar acabando com suas riquezas naturais por causa das exportações, afirmou. “Estamos acabando com nosso meio ambiente e, ao fazê-lo, liberamos muito mais dióxido de carbono na atmosfera”, disse com relação aos gases que aquecem o clima. Na reunião, organizada por representantes de empresas e organizações da comunidade latino-americana nos Estados Unidos, diplomatas da região exigiram avaliações positivas sobre o cumprimento dos objetivos do milênio. Além do representante venezuelano, embaixadores da Argentina, Bolívia, República Dominicana e do Chile participaram do painel.
O embaixador chileno na ONU, Heraldo Muñoz, afirmou que três países da América Latina cumprirão as metas e que outros cinco têm possibilidades de cumpri-las, mas não citou o nome de nenhum. Essas oito Metas do Milênio foram estabelecidas em 2000 pela Assembléia Geral da ONU. Entre elas, figuram garantir a sustentabilidade ambiental e o acesso universal à educação primária, e reduzir à metade, com base em dados de 1990, a proporção de pobres, famintos e pessoas sem água potável até 2015. Somente o Chile alcançou o primeiro objetivo, de reduzir pela metade a proporção de pessoas em situação de pobreza extrema.
A América Latina e o Caribe são a região com maior brecha entre ricos e pobres do mundo. Em 2005, havia 213 milhões de pessoas na pobreza, equivalente a 40,6% da população total, segundo a Comissão Econômica para a América Latina (Cepal). Muñoz disse que “a principal questão para o desenvolvimento são as políticas sociais para a eliminação da pobreza e para a inclusão das mulheres no mercado de trabalho”. O embaixador dominicano, Erasmo Lara-Pena, afirmou a necessidade de investimentos externos “para que possamos deixar de exportar frutas e passar a exportar sucos”. Contudo, a situação não é tão simples. “Não podemos atrair capital se, por outro lado, não temos tecnologia nem pessoal qualificado”, acrescentou.
Nesse contexto, Chichilnisky considerou muito difícil alcançar as Metas, e estimou que as avaliações positivas expostas no Fórum eram esperadas, devido à participação de representantes oficiais dos países. Porém, como modificar o tipo de intercâmbio com uma potência como a China? Segundo a professora, deve-se estabelecer novas formas de relação. “Uma solução é criar pequenas e médias empresas na região e, assim, gerar emprego e respeitar o meio ambiente. Desta forma, se pode construir uma relação de cadeia de produção com a China, de intercâmbio de produtos e de exportação-importação de tecnologias”, finalizou. (IPS/Envolverde)
(Envolverde/ IPS)
Cerca de 6% de crianças do Semi-árido estão desnutridas
O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome divulgou hoje, em São Paulo, os resultados da Chamada Nutricional 2005, realizada com 17.586 crianças menores de 5 anos de idade em 307 municípios do Semi-árido brasileiro. De acordo com o levantamento, 6,6% dos meninos e meninas estão com baixa altura para a idade, caracterizando desnutrição crônica. São mais de 1,1 mil crianças apenas nos municípios pesquisados.
As prevalências de formas crônicas de desnutrição (déficits de altura para idade) variaram intensamente com indicadores socioeconômicos, alcançando, por exemplo, 10% das crianças na classe E; 6,8% na classe D; e 2,5 % na classe C. Entre mães analfabetas, 14,1% das crianças estavam desnutridas; enquanto, nas categorias de um a quatro anos, cinco a oito anos e nove ou mais anos de escolaridade, as prevalências foram de 8,4%, 7,4% e 3,2%, respectivamente. Entre os fatores estudados, o de maior risco foi número de refeições por dia da família: 16,4% das crianças eram desnutridas quando o número de refeições era menor do que três por dia – prevalência que cai para 5,8% de desnutridos nas famílias que faziam três ou mais refeições por dia.
A Chamada Nutricional foi realizada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e pelo Ministério da Saúde, com o apoio do UNICEF. O inquérito estudou uma amostra probabilística das crianças menores de 5 anos que compareceram aos postos de vacinação de 30 municípios sorteados em nove Estados do Semi-árido (Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe).
Para mais informações: João Luiz Mendes – (61) 3225 9518 ou 3313 1132
As prevalências de formas crônicas de desnutrição (déficits de altura para idade) variaram intensamente com indicadores socioeconômicos, alcançando, por exemplo, 10% das crianças na classe E; 6,8% na classe D; e 2,5 % na classe C. Entre mães analfabetas, 14,1% das crianças estavam desnutridas; enquanto, nas categorias de um a quatro anos, cinco a oito anos e nove ou mais anos de escolaridade, as prevalências foram de 8,4%, 7,4% e 3,2%, respectivamente. Entre os fatores estudados, o de maior risco foi número de refeições por dia da família: 16,4% das crianças eram desnutridas quando o número de refeições era menor do que três por dia – prevalência que cai para 5,8% de desnutridos nas famílias que faziam três ou mais refeições por dia.
A Chamada Nutricional foi realizada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e pelo Ministério da Saúde, com o apoio do UNICEF. O inquérito estudou uma amostra probabilística das crianças menores de 5 anos que compareceram aos postos de vacinação de 30 municípios sorteados em nove Estados do Semi-árido (Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe).
Para mais informações: João Luiz Mendes – (61) 3225 9518 ou 3313 1132
Annan pede fim dos subsídios agrícolas
Washington, 25/04/2006
da Rádio das Nações Unidas
O Secretário-Geral da ONU, Kofi Annan, defendeu o fim dos subsídios agrícolas que distorcem o mercado e considerou perigosa e suspeita a falta de progresso nas negociações sobre comércio internacional.
Falando na sede da ONU em Nova York, durante abertura da reunião de alto nível do Conselho Econômico e Social com as instituições do acordo de Bretton Woods (Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial), mais a Organização Mundial do Comércio, OMC, Annan pediu rapidez nas negociações econômicas.
Kofi Annan conclamou os países desenvolvidos a adotarem medidas econômicas ousadas para liberalização de seus mercados, a fim de que as negociações da Rodada de Doha sejam bem sucedidas. Annan defendeu a abertura destes mercados para os produtos e serviços de países em desenvolvimento, sem a imposição de impostos ou estabelecimento de limites de cotas.
O Secretário-Geral da ONU também insistiu na necessidade do Fundo Monetário Internacional aumentar a participação dos países em desenvolvimento no processo decisório do FMI.
da Rádio das Nações Unidas
O Secretário-Geral da ONU, Kofi Annan, defendeu o fim dos subsídios agrícolas que distorcem o mercado e considerou perigosa e suspeita a falta de progresso nas negociações sobre comércio internacional.
Falando na sede da ONU em Nova York, durante abertura da reunião de alto nível do Conselho Econômico e Social com as instituições do acordo de Bretton Woods (Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial), mais a Organização Mundial do Comércio, OMC, Annan pediu rapidez nas negociações econômicas.
Kofi Annan conclamou os países desenvolvidos a adotarem medidas econômicas ousadas para liberalização de seus mercados, a fim de que as negociações da Rodada de Doha sejam bem sucedidas. Annan defendeu a abertura destes mercados para os produtos e serviços de países em desenvolvimento, sem a imposição de impostos ou estabelecimento de limites de cotas.
O Secretário-Geral da ONU também insistiu na necessidade do Fundo Monetário Internacional aumentar a participação dos países em desenvolvimento no processo decisório do FMI.
Fogo destrói pelo menos 15 hectares da plantação de pinus no Paraná
24/04/2006
Um incêndio na tarde de domingo (23) queimou parte de uma plantação de pinus na fazenda experimental da Embrapa em Ponta Grossa, região dos Campos Gerais.
De acordo com reportagem do Bom Dia Paraná, o fogo teria começado numa propriedade vizinha e, com o vento e a vegetação seca, as chamas atingiram a fazenda da Embrapa.
Os moradores da região ajudaram os bombeiros no combate ao incêndio usando um arado para impedir que o fogo fosse ainda mais longe. O incêndio foi controlado depois de quatro horas de muito trabalho. Foram destruídos pelo menos 15 hectares da plantação de pinus. (Gazeta do Povo/PR)
Um incêndio na tarde de domingo (23) queimou parte de uma plantação de pinus na fazenda experimental da Embrapa em Ponta Grossa, região dos Campos Gerais.
De acordo com reportagem do Bom Dia Paraná, o fogo teria começado numa propriedade vizinha e, com o vento e a vegetação seca, as chamas atingiram a fazenda da Embrapa.
Os moradores da região ajudaram os bombeiros no combate ao incêndio usando um arado para impedir que o fogo fosse ainda mais longe. O incêndio foi controlado depois de quatro horas de muito trabalho. Foram destruídos pelo menos 15 hectares da plantação de pinus. (Gazeta do Povo/PR)
TRANSNACIONAL: Cai a máscara do McDonald's
Igor Ojeda
da Redação Brasil de Fato
Agricultores da Flórida (sudeste dos EUA) deram início a uma campanha de conscientização sobre as péssimas condições de trabalho impostas pelos fornecedores de tomate da rede McDonald's ao realizarem, entre os dias 26 de março e 1º de abril, o McDonald's Truth Tour (Caravana da Verdade McDonald's).
Os manifestantes saíram de Immokalee e seguiram em direção à sede da transnacional em Chicago (Estado de Illinois, no norte do país), divididos em três frentes. Durante o percurso, feito de ônibus, passaram por 17 cidades, onde realizaram dezenas de protestos, palestras e comícios.
ESCRAVIDÃO
Os trabalhadores, praticamente todos de origem hispânica, reivindicam, entre outras coisas, o pagamento, por parte do McDonald's, de dois centavos de dólar a mais por cada quilo de tomate comprado de seus fornecedores e a criação de um código de conduta baseado em padrões trabalhistas mais justos.
Mas se não conseguiu tal compromisso da rede de lanchonetes, o protesto serviu para causar um grande impacto na opinião pública da região percorrida, de acordo com Lucas Benitez, da Coalizão dos Trabalhadores de Immokalee (CIW, a sigla em inglês), a organizadora da caravana. "Falamos com milhares de pessoas sobre a avareza do McDonald´s e como ele não quer fazer uma mudança real nas vidas dos trabalhadores que colhem seus tomates", diz Benitez.
EXPLORAÇÃO
Em março do ano passado, usando a mesma estratégia da caravana para protestar, a CIW conseguiu arrancar da rede de restaurantes Taco Bell um aumento dos valores pagos a seus fornecedores de tomates, assim como um monitoramento conjunto das condições de trabalho impostas por estes. Desde então, a entidade vem convocando o McDonald's a seguir o mesmo exemplo. Segundo a CIW, a prática da empresa de comprar tomates em alta quantidade permite que ela consiga preços extremamente baixos, o que faz com que seus fornecedores explorem seus trabalhadores, pagando salários baixíssimos e, em alguns casos, submetendo-os inclusive a condições de escravidão moderna, como denuncia Benitez. "Estamos falando de trabalhadores que estão detidos contra sua vontade, com guardas armados que os vigiam 24 horas por dia, e recebem entre 20 e 40 dólares por semana. Se um deles escapa e é resgatado, o patrão o reprime em frente dos outros para que sirva como exemplo." É o caso do guatemalteco Cruz Salucio Perez, 21 anos. Deixou a cidade de Concepción Huista, no departamento de Huehuetenango, rumo aos EUA "com um sonho de alcançar uma vida melhor".
O jovem contou ao Brasil de Fato que acorda todos os dias às 4 horas da manhã para trabalhar. Ao chegar à plantação, começa a exploração. "O patrão te entrega um balde e a primeira coisa que diz é: 'quero tomate limpo, quero um bom tamanho'. Temos que fazer o que eles pedem, se você não cumpre, não te dão trabalho no dia seguinte", afirma. Sempre com a preocupação na produtividade, os agricultores param apenas por dois minutos para almoçar. Mas tamanho esforço está muito longe de ser recompensado. "Não temos benefícios nem seguro médico. Há maus-tratos, baixos salários. Não temos direito de nos organizar."
Perez conta que, trabalhando seis dias por semana, um agricultor ganha algo em torno de 300 dólares, insuficientes para comprar comida, pagar o aluguel e mandar uma parte para a família no país de origem. Cobra-se pelo aluguel de um quarto 200 dólares, semanalmente. "Temos que buscar outras cinco pessoas para dividir o espaço.
Vivemos todos amontoados." Para Lucas Benitez, do CIW, enquanto o McDonald's seguir comprando apenas de grandes fazendeiros, "que são os menos interessados em ver mudanças nas vidas dos trabalhadores", não pode assegurar que seus tomates não sejam colhidos por meio de exploração e escravidão.
da Redação Brasil de Fato
Agricultores da Flórida (sudeste dos EUA) deram início a uma campanha de conscientização sobre as péssimas condições de trabalho impostas pelos fornecedores de tomate da rede McDonald's ao realizarem, entre os dias 26 de março e 1º de abril, o McDonald's Truth Tour (Caravana da Verdade McDonald's).
Os manifestantes saíram de Immokalee e seguiram em direção à sede da transnacional em Chicago (Estado de Illinois, no norte do país), divididos em três frentes. Durante o percurso, feito de ônibus, passaram por 17 cidades, onde realizaram dezenas de protestos, palestras e comícios.
ESCRAVIDÃO
Os trabalhadores, praticamente todos de origem hispânica, reivindicam, entre outras coisas, o pagamento, por parte do McDonald's, de dois centavos de dólar a mais por cada quilo de tomate comprado de seus fornecedores e a criação de um código de conduta baseado em padrões trabalhistas mais justos.
Mas se não conseguiu tal compromisso da rede de lanchonetes, o protesto serviu para causar um grande impacto na opinião pública da região percorrida, de acordo com Lucas Benitez, da Coalizão dos Trabalhadores de Immokalee (CIW, a sigla em inglês), a organizadora da caravana. "Falamos com milhares de pessoas sobre a avareza do McDonald´s e como ele não quer fazer uma mudança real nas vidas dos trabalhadores que colhem seus tomates", diz Benitez.
EXPLORAÇÃO
Em março do ano passado, usando a mesma estratégia da caravana para protestar, a CIW conseguiu arrancar da rede de restaurantes Taco Bell um aumento dos valores pagos a seus fornecedores de tomates, assim como um monitoramento conjunto das condições de trabalho impostas por estes. Desde então, a entidade vem convocando o McDonald's a seguir o mesmo exemplo. Segundo a CIW, a prática da empresa de comprar tomates em alta quantidade permite que ela consiga preços extremamente baixos, o que faz com que seus fornecedores explorem seus trabalhadores, pagando salários baixíssimos e, em alguns casos, submetendo-os inclusive a condições de escravidão moderna, como denuncia Benitez. "Estamos falando de trabalhadores que estão detidos contra sua vontade, com guardas armados que os vigiam 24 horas por dia, e recebem entre 20 e 40 dólares por semana. Se um deles escapa e é resgatado, o patrão o reprime em frente dos outros para que sirva como exemplo." É o caso do guatemalteco Cruz Salucio Perez, 21 anos. Deixou a cidade de Concepción Huista, no departamento de Huehuetenango, rumo aos EUA "com um sonho de alcançar uma vida melhor".
O jovem contou ao Brasil de Fato que acorda todos os dias às 4 horas da manhã para trabalhar. Ao chegar à plantação, começa a exploração. "O patrão te entrega um balde e a primeira coisa que diz é: 'quero tomate limpo, quero um bom tamanho'. Temos que fazer o que eles pedem, se você não cumpre, não te dão trabalho no dia seguinte", afirma. Sempre com a preocupação na produtividade, os agricultores param apenas por dois minutos para almoçar. Mas tamanho esforço está muito longe de ser recompensado. "Não temos benefícios nem seguro médico. Há maus-tratos, baixos salários. Não temos direito de nos organizar."
Perez conta que, trabalhando seis dias por semana, um agricultor ganha algo em torno de 300 dólares, insuficientes para comprar comida, pagar o aluguel e mandar uma parte para a família no país de origem. Cobra-se pelo aluguel de um quarto 200 dólares, semanalmente. "Temos que buscar outras cinco pessoas para dividir o espaço.
Vivemos todos amontoados." Para Lucas Benitez, do CIW, enquanto o McDonald's seguir comprando apenas de grandes fazendeiros, "que são os menos interessados em ver mudanças nas vidas dos trabalhadores", não pode assegurar que seus tomates não sejam colhidos por meio de exploração e escravidão.
abril 18, 2006
Cientista brasileiro analisa o impacto do aquecimento global
São José dos Campos (SP), 17 de Abril de 2006
Para a agricultura, em quase todo o Brasil, haverá perdas em quase todas as culturas. O Programa Internacional da Geosfera-Biosfera (International Geosphere-Biosphere Program - IGBP), considerado um dos mais importantes no universo científico, tem pela primeira vez como presidente um pesquisador oriundo de um país em desenvolvimento. Trata-se do brasileiro Carlos Nobre, PhD em Meteorologia pelo MIT-Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA) e cientista de carreira do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Formado no Instituto de Tecnologia de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos (SP), foi fundador e diretor por 12 anos do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) – um dos principais órgãos de pesquisa em meteorologia das Américas – ligado ao Inpe. Os resultados dos estudos de Nobre se notabilizaram, transformando-o numa referência mundial sobre as alterações climáticas na América do Sul, principalmente na Amazônia. O IGBP lidera a Parceria da Ciência do Sistema Terrestre (Earth System Science Partnership-ESSP), que envolve quatro grandes programas de estudos de mudanças ambientais na Terra.
Nesta entrevista exclusiva à Gazeta Mercantil, o cientista opina sobre várias questões ligadas às mudanças climáticas.
Atraso nas pesquisas
Como em todos os países ainda em desenvolvimento, estamos ainda na fase que a comunidade científica tem que acelerar suas pesquisas sobre os impactos das mudanças globais sobre a economia, a sociedade e os recursos naturais. Já há sinais positivos que isto venha a fazer parte da agenda de desenvolvimento do País, mais ainda é muito incipiente. O Brasil é o país mais atrasado nos estudos sobre esses impactos entre as nações em desenvolvimento.
Mudanças na Amazônia
Na Amazônia não se tem ainda um cenário muito definido. Há uma ligeira tendência a secar. É bom desmistificar, que mesmo ao longo do tempo a Amazônia nunca se tornará um deserto no sentido meteorológico, ou seja, com pouca chuva. Isto não existe em nenhum cenário pesquisado. O que pode acontecer com o uso errado da terra é o surgimento de uma degradação tão acentuada que a região fique com uma aparência neste sentido. Isso em geografia se chama ‘estado de desertificação’, referindo-se a um solo muito degradado. Mas não há nada que indique que se extinga a vegetação de grande porte por falta de chuva.
Sul e Sudeste
Esse é um enorme debate. É muito difícil responder. A maioria dos cenários mostra a diminuição das chuvas na Amazônia, mas apresenta um aumento de chuvas no Sul e no Sudeste. Não dá para ser conclusivo ainda.
Aquecimento global
Fui o primeiro cientista da área a dizer que esse fenômeno já está acontecendo e não é mais algo do futuro. Não estou falando das alterações locais, mas das globais. Eu também disse que as observações das mudanças climáticas globais seriam tão avassaladoras que teríamos um ‘paper’ nas revistas científicas por semana. Disse isto muito tempo atrás e é o que ocorre hoje.
O furacão brasileiro
Sobre o Catarina, posso e tenho de dizer que foi o maior erro do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos ( Cptec) dos últimos anos, inclusive em dimensão. E o pior não foi o erro da previsão, mas o fato de não se desculpar perante a sociedade brasileira. Aquilo foi um furacão, sim. Não há mais dúvida. Erraram porque nunca houve nada parecido e foi uma lição para o Cptec. Três centros de furacão do mundo, dos Estados Unidos, da Inglaterra e do Canadá, alertaram o Cptec, Brasília, o Instituto Nacional de Meteorologia ( Inmet) e a Marinha que se tratava de um furacão. Somente a Marinha acreditou e interditou a área costeira e, por isso, apenas duas pequenas embarcações sem sistema de comunicação afundaram e sete pessoas morreram.
Fenômenos raros
Em todos os relatórios desde o início da década de 90 apareciam a expressão ‘esperem surpresas’. Esse fenômeno de aquecimento global é muito lento, mas ele acontece todos os dias. A probabilidade de haver condições para um novo Catarina vai aumentar, principalmente com a subida das temperaturas do oceano. Porém nunca chegaremos, por exemplo, ao que ocorre no Caribe.
Fronteira agrícola
Os grãos, que são a grande fonte de alimentação da sociedade moderna, diminuem sua produção com temperaturas mais altas. A produção da soja brasileira por hectare é menor que a norte-americana, mas aqui plantamos o ano inteiro e lá não. Mas as pesquisas preliminares da Embrapa não mostram uma situação muito confortável para o Brasil. Os estudos mostram que há dois efeitos competindo e conflitantes. Um deles é o efeito negativo quanto à temperatura mais elevada. Por outro lado, a quantidade maior de gás carbônico na atmosfera pode ser positiva. Os pouquíssimos estudos no Brasil indicam que na soja o efeito do CO² compensa o aumento da temperatura, mas isto somente no Sul. Para o restante do território haverá uma queda de produção. Para a agricultura, em quase todo o Brasil, haverá perdas para quase todas as culturas.
Júlio Ottoboni
(www.ecodebate.com.br) Fonte - Gazeta Mercantil/Caderno A - 17/04/2006
Para a agricultura, em quase todo o Brasil, haverá perdas em quase todas as culturas. O Programa Internacional da Geosfera-Biosfera (International Geosphere-Biosphere Program - IGBP), considerado um dos mais importantes no universo científico, tem pela primeira vez como presidente um pesquisador oriundo de um país em desenvolvimento. Trata-se do brasileiro Carlos Nobre, PhD em Meteorologia pelo MIT-Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA) e cientista de carreira do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Formado no Instituto de Tecnologia de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos (SP), foi fundador e diretor por 12 anos do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) – um dos principais órgãos de pesquisa em meteorologia das Américas – ligado ao Inpe. Os resultados dos estudos de Nobre se notabilizaram, transformando-o numa referência mundial sobre as alterações climáticas na América do Sul, principalmente na Amazônia. O IGBP lidera a Parceria da Ciência do Sistema Terrestre (Earth System Science Partnership-ESSP), que envolve quatro grandes programas de estudos de mudanças ambientais na Terra.
Nesta entrevista exclusiva à Gazeta Mercantil, o cientista opina sobre várias questões ligadas às mudanças climáticas.
Atraso nas pesquisas
Como em todos os países ainda em desenvolvimento, estamos ainda na fase que a comunidade científica tem que acelerar suas pesquisas sobre os impactos das mudanças globais sobre a economia, a sociedade e os recursos naturais. Já há sinais positivos que isto venha a fazer parte da agenda de desenvolvimento do País, mais ainda é muito incipiente. O Brasil é o país mais atrasado nos estudos sobre esses impactos entre as nações em desenvolvimento.
Mudanças na Amazônia
Na Amazônia não se tem ainda um cenário muito definido. Há uma ligeira tendência a secar. É bom desmistificar, que mesmo ao longo do tempo a Amazônia nunca se tornará um deserto no sentido meteorológico, ou seja, com pouca chuva. Isto não existe em nenhum cenário pesquisado. O que pode acontecer com o uso errado da terra é o surgimento de uma degradação tão acentuada que a região fique com uma aparência neste sentido. Isso em geografia se chama ‘estado de desertificação’, referindo-se a um solo muito degradado. Mas não há nada que indique que se extinga a vegetação de grande porte por falta de chuva.
Sul e Sudeste
Esse é um enorme debate. É muito difícil responder. A maioria dos cenários mostra a diminuição das chuvas na Amazônia, mas apresenta um aumento de chuvas no Sul e no Sudeste. Não dá para ser conclusivo ainda.
Aquecimento global
Fui o primeiro cientista da área a dizer que esse fenômeno já está acontecendo e não é mais algo do futuro. Não estou falando das alterações locais, mas das globais. Eu também disse que as observações das mudanças climáticas globais seriam tão avassaladoras que teríamos um ‘paper’ nas revistas científicas por semana. Disse isto muito tempo atrás e é o que ocorre hoje.
O furacão brasileiro
Sobre o Catarina, posso e tenho de dizer que foi o maior erro do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos ( Cptec) dos últimos anos, inclusive em dimensão. E o pior não foi o erro da previsão, mas o fato de não se desculpar perante a sociedade brasileira. Aquilo foi um furacão, sim. Não há mais dúvida. Erraram porque nunca houve nada parecido e foi uma lição para o Cptec. Três centros de furacão do mundo, dos Estados Unidos, da Inglaterra e do Canadá, alertaram o Cptec, Brasília, o Instituto Nacional de Meteorologia ( Inmet) e a Marinha que se tratava de um furacão. Somente a Marinha acreditou e interditou a área costeira e, por isso, apenas duas pequenas embarcações sem sistema de comunicação afundaram e sete pessoas morreram.
Fenômenos raros
Em todos os relatórios desde o início da década de 90 apareciam a expressão ‘esperem surpresas’. Esse fenômeno de aquecimento global é muito lento, mas ele acontece todos os dias. A probabilidade de haver condições para um novo Catarina vai aumentar, principalmente com a subida das temperaturas do oceano. Porém nunca chegaremos, por exemplo, ao que ocorre no Caribe.
Fronteira agrícola
Os grãos, que são a grande fonte de alimentação da sociedade moderna, diminuem sua produção com temperaturas mais altas. A produção da soja brasileira por hectare é menor que a norte-americana, mas aqui plantamos o ano inteiro e lá não. Mas as pesquisas preliminares da Embrapa não mostram uma situação muito confortável para o Brasil. Os estudos mostram que há dois efeitos competindo e conflitantes. Um deles é o efeito negativo quanto à temperatura mais elevada. Por outro lado, a quantidade maior de gás carbônico na atmosfera pode ser positiva. Os pouquíssimos estudos no Brasil indicam que na soja o efeito do CO² compensa o aumento da temperatura, mas isto somente no Sul. Para o restante do território haverá uma queda de produção. Para a agricultura, em quase todo o Brasil, haverá perdas para quase todas as culturas.
Júlio Ottoboni
(www.ecodebate.com.br) Fonte - Gazeta Mercantil/Caderno A - 17/04/2006
abril 07, 2006
Soja é principal vetor do desmatamento, diz pesquisa do Greenpeace
Greenpeace lança simultaneamente no Brasil, na Europa e nos EUA estudo que aponta a expansão da soja como principal culpada pelo desmatamento da Amazônia. Campanha da ONG quer constranger empresas européias a não comprar, e consumidores a não comerem alimentos derivasdos da soja amazônica. McDonald’s foi alvo principal.
Verena Glass - Carta Maior
SÃO PAULO – A Campanha Internacional de Florestas do Greenpeace lançou nesta quinta (6), de forma simultânea na Europa, nos EUA e no Brasil, um relatório resultante de três anos de investigação que aponta não mais a indústria madeireira, velha vilã do desmatamento, mas a expansão da soja como principal vetor da destruição da floresta amazônica no Brasil.
O estudo, que incluiu várias expedições ao arco do desmatamento – região que se estende do sul do Pará ao norte do Mato Grosso, incluindo áreas do Tocantins, Maranhão e Rondônia -, entrevistas com comunidades afetadas e análise de imagens de satélite, avançou para além do registro da devastação e dos impactos sócio-ambientais. Com o objetivo de cobrir todos os aspectos da cadeia da soja da Amazônia, foram colhidos dados sobre exportação, comercialização e processamento da soja, incluindo o monitoramento de navios para o mercado internacional e o destino final do produto, os alimentos consumidos pela população européia.
Segundo a ONG, o relatório, que, no Brasil, se concentra na ação de três das maiores multinacionais do agronegócio - Archer Daniels Midland (ADM), Bunge Corporation e Cargill -, traz “o retrato de uma indústria vigorosa e devastadora, e inclui novas evidências da responsabilidade das empresas norte-americanas e do papel involuntário de consumidores europeus na destruição da floresta, na grilagem de terras, expulsão de comunidades locais e uso de trabalho escravo na Amazônia”.
Na Europa, o estudo se concentrou no sistema de compra, distribuição e processamento da soja, e nas empresas envolvidas nesta cadeia.
AVANÇOS DA SOJA
O avanço da soja sobre a floresta amazônica, depois de ter tomado e destruído praticamente todo o cerrado do Centroeste brasileiro, teve um boom a partir de 2003, quando o mal da vaca louca na Europa multiplicou a demanda pelo grão para alimentação animal. Campeão nacional de produção de soja, o Mato Grosso, depois das áreas de cerrado, pôs abaixo grande parte da floresta amazônica do seu território, tornando-se também o campeão de desmatamento e queimadas (48% do total) em 2003.
Outro ponto focal do avanço da soja é o entorno das rodovias que permitem o escoamento da produção, como a BR 163, que liga Cuiabá, no MT, a Santarém, no PA, e que deve ser completamente asfaltada num futuro próximo, segundo promessas do Governo Federal.
“Oitenta e cinco por cento de todo o desmatamento ocorre nos 50 quilômetros de cada lado das rodovias. Nos últimos anos, a produção de soja ao longo da parte pavimentada da BR-163 saltou de 2,4 mil hectares em 2002 para mais de 44 mil hectares em 2005 – um crescimento de quase 20 vezes em três anos. Os grandes desmatamentos terminam junto com o asfaltamento da estrada, ao sul da divisa com o estado do Pará. Tanto a Cargill quanto a Bunge têm comprado soja de fazendas localizadas na área de influência da BR-163. Pior: Cargill, ADM e Bunge são parceiras no financiamento do projeto de US$ 175 milhões para pavimentar o restante da estrada, acelerando o acesso ao novo porto graneleiro construído ilegalmente pela Cargill em Santarém”, afirma o relatório do Greenpeace.
Também de acordo com o estudo da ONG, “uma segunda rodovia da soja, construída ilegalmente, se estende por 120 quilômetros, saindo da cidade de Feliz Natal, no Mato Grosso, até terminar de forma abrupta na fronteira oeste do Parque Indígena do Xingu. Tanto a Cargill quanto a Bunge construíram silos com capacidade para armazenar 60 toneladas de grãos nesta ‘estrada para lugar nenhum’. Além disso, oferecem crédito e mercado garantido para qualquer fazenda já desmatada na região.Nos dois últimos anos, mais de 40 mil hectares de soja foram produzidos perto desta estrada e o Greenpeace descobriu outros 99,2 mil hectares para venda na internet. Documentos mostram que tanto a Cargill quanto a Bunge estão comprando soja destas novas áreas. Análise das imagens de satélite mostram que os impactos da rodovia da soja devem se estender por mais de 1 milhão de hectares de florestas da região. Este número contabiliza apenas os impactos diretos do desmatamento. Os impactos indiretos produzidos por grandes quantidades de produtos químicos e pelo crescimento populacional devem ser ainda maiores”.
PASSIVO SOCIAL
Paralelamente ao estudo, o Greenpeace também realizou um documentário focado no impacto social da expansão da soja, principalmente na região Sul do Pará, onde, após a construção ilegal do porto graneleiro da Cargill em Santarém, e a promessa de asfaltamento da BR 163, o assédio de sojicultores sobre as comunidades locais, tradicionais e indígenas tem levado a recordes de conflitos de terra e assassinatos de trabalhadores rurais.
Na maioria dos casos, mostra o documentário, ocorre a expulsão – consentida ou violenta – dos pequenos agricultores de suas terras, incorporadas às fazendas de soja. Ao venderem seus sítios, com os recursos da transação os agricultores passam a viver nas periferias dos centros urbanos, como Santarém, aprofundando rapidamente o processo de favelização destas áreas. Mas também são cada vez mais comuns os ataques às famílias que se negam a vender, com ameaças de morte e destruição das casas.
No estudo, outro exemplo do passivo social da sojicultur apontado pelo Greenpeace são casos como o da Fazenda Membeca, no Mato Grosso, que, desde 2003, “tem promovido o desmatamento ilegal de mais de 8 mil hectares de florestas da Terra Indígena Manoki, e continua a desmatar novas áreas para expandir sua plantação de soja. Tanto a Cargill quanto a Bunge instalaram silos em Brasnorte e têm comprado soja da Fazenda Membeca”.
Fruto de uma parceria com a ONG Repórter Brasil, especializada na temática do trabalho escravo no país, o estudo do Greenpeace relata também os casos das fazendas Roncador, onde foram libertado, entre 1998 e 2004, 215 trabalhadores escravos, Vale do Rio Verde, onde os agentes federais encontraram 263 trabalhadores escravos em junho de 2005, Vó Gercy e Tupy Barão, todas no MT. Segundo as duas ONGs, as multinacionais Cargill e ADM continuaram comprando a produção destas fazendas mesmo depois do indiciamento por prática de trabalho escravo.
“COMENDO A AMAZÔNIA”
Ao mesmo tempo em que divulgou o relatório, chamado de “Comendo a Amazônia (eating up the Amazon)”, em vários países europeus e nos EUA, o Greenpeace lançou uma campanha na Europa que visa constranger as empresas que compram a soja da região, bem como a população que consome alimentos derivados. Segundo a ONG, isto não seria complicado, já que a rota da exportação é basicamente Santarém-Holanda, de onde ocorre a distribuição para o resto do continente.
A campanha exige que as empresas envolvidas no comércio de alimentos e ração animal devem garantir que não estão usando soja da Amazônia, e que grandes traders, incluindo a Cargill, ADM e Bunge, parem de comprar soja produzida na Amazônia e assinem o Pacto Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo. Também demanda que os bancos deixem de financiar empresas envolvidas no comércio de soja da Amazônia, e que os governos europeus apóiem as políticas públicas brasileiras de implementação de unidades de conservação na região.
Em relação aos consumidores, o Greenpeace investiu com sua conhecida criatividade contra a rede McDonald’s, cujos produtos de frango, principalmente na Inglaterra, são produzidos a partir da avicultura da empresa Sun Valley, concessionária da Cargill. No país, segundo a ONG, dezenas de frangos de dois metros de altura invadiram várias lanchonetes da rede e se acorrentaram às cadeiras. Na Alemanha, ativistas vestidos de Ronald McDonald’s segurando motosserras, protestaram nas lojas e na frente da sede européia do departamento de assuntos ambientais do McDonald’s.
“O McDonald’s está estimulando um comércio que está destruindo a Amazônia. A Floresta esta sendo derrubada para o plantio de soja que alimenta os animais da Europa. Toda vez que você dá uma mordida num Chicken McNugget, você pode estar mordendo um pedaço da Amazônia”, afirmou Pat Vendetti, coordenador do Greenpeace em Londres.
Verena Glass - Carta Maior
SÃO PAULO – A Campanha Internacional de Florestas do Greenpeace lançou nesta quinta (6), de forma simultânea na Europa, nos EUA e no Brasil, um relatório resultante de três anos de investigação que aponta não mais a indústria madeireira, velha vilã do desmatamento, mas a expansão da soja como principal vetor da destruição da floresta amazônica no Brasil.
O estudo, que incluiu várias expedições ao arco do desmatamento – região que se estende do sul do Pará ao norte do Mato Grosso, incluindo áreas do Tocantins, Maranhão e Rondônia -, entrevistas com comunidades afetadas e análise de imagens de satélite, avançou para além do registro da devastação e dos impactos sócio-ambientais. Com o objetivo de cobrir todos os aspectos da cadeia da soja da Amazônia, foram colhidos dados sobre exportação, comercialização e processamento da soja, incluindo o monitoramento de navios para o mercado internacional e o destino final do produto, os alimentos consumidos pela população européia.
Segundo a ONG, o relatório, que, no Brasil, se concentra na ação de três das maiores multinacionais do agronegócio - Archer Daniels Midland (ADM), Bunge Corporation e Cargill -, traz “o retrato de uma indústria vigorosa e devastadora, e inclui novas evidências da responsabilidade das empresas norte-americanas e do papel involuntário de consumidores europeus na destruição da floresta, na grilagem de terras, expulsão de comunidades locais e uso de trabalho escravo na Amazônia”.
Na Europa, o estudo se concentrou no sistema de compra, distribuição e processamento da soja, e nas empresas envolvidas nesta cadeia.
AVANÇOS DA SOJA
O avanço da soja sobre a floresta amazônica, depois de ter tomado e destruído praticamente todo o cerrado do Centroeste brasileiro, teve um boom a partir de 2003, quando o mal da vaca louca na Europa multiplicou a demanda pelo grão para alimentação animal. Campeão nacional de produção de soja, o Mato Grosso, depois das áreas de cerrado, pôs abaixo grande parte da floresta amazônica do seu território, tornando-se também o campeão de desmatamento e queimadas (48% do total) em 2003.
Outro ponto focal do avanço da soja é o entorno das rodovias que permitem o escoamento da produção, como a BR 163, que liga Cuiabá, no MT, a Santarém, no PA, e que deve ser completamente asfaltada num futuro próximo, segundo promessas do Governo Federal.
“Oitenta e cinco por cento de todo o desmatamento ocorre nos 50 quilômetros de cada lado das rodovias. Nos últimos anos, a produção de soja ao longo da parte pavimentada da BR-163 saltou de 2,4 mil hectares em 2002 para mais de 44 mil hectares em 2005 – um crescimento de quase 20 vezes em três anos. Os grandes desmatamentos terminam junto com o asfaltamento da estrada, ao sul da divisa com o estado do Pará. Tanto a Cargill quanto a Bunge têm comprado soja de fazendas localizadas na área de influência da BR-163. Pior: Cargill, ADM e Bunge são parceiras no financiamento do projeto de US$ 175 milhões para pavimentar o restante da estrada, acelerando o acesso ao novo porto graneleiro construído ilegalmente pela Cargill em Santarém”, afirma o relatório do Greenpeace.
Também de acordo com o estudo da ONG, “uma segunda rodovia da soja, construída ilegalmente, se estende por 120 quilômetros, saindo da cidade de Feliz Natal, no Mato Grosso, até terminar de forma abrupta na fronteira oeste do Parque Indígena do Xingu. Tanto a Cargill quanto a Bunge construíram silos com capacidade para armazenar 60 toneladas de grãos nesta ‘estrada para lugar nenhum’. Além disso, oferecem crédito e mercado garantido para qualquer fazenda já desmatada na região.Nos dois últimos anos, mais de 40 mil hectares de soja foram produzidos perto desta estrada e o Greenpeace descobriu outros 99,2 mil hectares para venda na internet. Documentos mostram que tanto a Cargill quanto a Bunge estão comprando soja destas novas áreas. Análise das imagens de satélite mostram que os impactos da rodovia da soja devem se estender por mais de 1 milhão de hectares de florestas da região. Este número contabiliza apenas os impactos diretos do desmatamento. Os impactos indiretos produzidos por grandes quantidades de produtos químicos e pelo crescimento populacional devem ser ainda maiores”.
PASSIVO SOCIAL
Paralelamente ao estudo, o Greenpeace também realizou um documentário focado no impacto social da expansão da soja, principalmente na região Sul do Pará, onde, após a construção ilegal do porto graneleiro da Cargill em Santarém, e a promessa de asfaltamento da BR 163, o assédio de sojicultores sobre as comunidades locais, tradicionais e indígenas tem levado a recordes de conflitos de terra e assassinatos de trabalhadores rurais.
Na maioria dos casos, mostra o documentário, ocorre a expulsão – consentida ou violenta – dos pequenos agricultores de suas terras, incorporadas às fazendas de soja. Ao venderem seus sítios, com os recursos da transação os agricultores passam a viver nas periferias dos centros urbanos, como Santarém, aprofundando rapidamente o processo de favelização destas áreas. Mas também são cada vez mais comuns os ataques às famílias que se negam a vender, com ameaças de morte e destruição das casas.
No estudo, outro exemplo do passivo social da sojicultur apontado pelo Greenpeace são casos como o da Fazenda Membeca, no Mato Grosso, que, desde 2003, “tem promovido o desmatamento ilegal de mais de 8 mil hectares de florestas da Terra Indígena Manoki, e continua a desmatar novas áreas para expandir sua plantação de soja. Tanto a Cargill quanto a Bunge instalaram silos em Brasnorte e têm comprado soja da Fazenda Membeca”.
Fruto de uma parceria com a ONG Repórter Brasil, especializada na temática do trabalho escravo no país, o estudo do Greenpeace relata também os casos das fazendas Roncador, onde foram libertado, entre 1998 e 2004, 215 trabalhadores escravos, Vale do Rio Verde, onde os agentes federais encontraram 263 trabalhadores escravos em junho de 2005, Vó Gercy e Tupy Barão, todas no MT. Segundo as duas ONGs, as multinacionais Cargill e ADM continuaram comprando a produção destas fazendas mesmo depois do indiciamento por prática de trabalho escravo.
“COMENDO A AMAZÔNIA”
Ao mesmo tempo em que divulgou o relatório, chamado de “Comendo a Amazônia (eating up the Amazon)”, em vários países europeus e nos EUA, o Greenpeace lançou uma campanha na Europa que visa constranger as empresas que compram a soja da região, bem como a população que consome alimentos derivados. Segundo a ONG, isto não seria complicado, já que a rota da exportação é basicamente Santarém-Holanda, de onde ocorre a distribuição para o resto do continente.
A campanha exige que as empresas envolvidas no comércio de alimentos e ração animal devem garantir que não estão usando soja da Amazônia, e que grandes traders, incluindo a Cargill, ADM e Bunge, parem de comprar soja produzida na Amazônia e assinem o Pacto Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo. Também demanda que os bancos deixem de financiar empresas envolvidas no comércio de soja da Amazônia, e que os governos europeus apóiem as políticas públicas brasileiras de implementação de unidades de conservação na região.
Em relação aos consumidores, o Greenpeace investiu com sua conhecida criatividade contra a rede McDonald’s, cujos produtos de frango, principalmente na Inglaterra, são produzidos a partir da avicultura da empresa Sun Valley, concessionária da Cargill. No país, segundo a ONG, dezenas de frangos de dois metros de altura invadiram várias lanchonetes da rede e se acorrentaram às cadeiras. Na Alemanha, ativistas vestidos de Ronald McDonald’s segurando motosserras, protestaram nas lojas e na frente da sede européia do departamento de assuntos ambientais do McDonald’s.
“O McDonald’s está estimulando um comércio que está destruindo a Amazônia. A Floresta esta sendo derrubada para o plantio de soja que alimenta os animais da Europa. Toda vez que você dá uma mordida num Chicken McNugget, você pode estar mordendo um pedaço da Amazônia”, afirmou Pat Vendetti, coordenador do Greenpeace em Londres.
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