fevereiro 20, 2007

Cronologia sobre o aquecimento global

Da AFP, via Terra Notícias

Confira a cronologia dos principais acontecimentos sobre aquecimento global e mudança climática:

1827: o cientista francês Jean-Baptiste Fourier é o primeiro a considerar o "efeito estufa", o fenômeno no qual os gases atmosféricos prendem a energia solar, elevando a temperatura da superfície terrestre, em vez de permitir que o calor volte para o espaço.

1896: o químico sueco Svante Arrhenius culpa a queima de combustíveis fósseis (petróleo, gás e carvão) pela produção de dióxido de carbono (CO2).

1958: o cientista americano Charles David Keeling detecta a elevação anual de CO2 atmosférico com o aumento do uso dos combustíveis fósseis no pós-guerra.
Anos 70: cientistas europeus e americanos identificam outros gases (clorofluorcarbonos, metano e óxido nitroso) como gases de efeito estufa.

1979: um relatório marco da Academia Nacional de Ciências americana vincula o efeito estufa à mudança climática e alerta que "uma política de esperar para ver pode significar esperar até que seja tarde demais".

1988: o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês) é criado sob os auspícios da ONU. Referência para a criação de um consenso científico sobre a medição e a análise do aquecimento global, o IPCC é encarregado de publicar atualizações regulares sobre o estado de conhecimento a respeito do tema.

1990: o primeiro relatório de avaliação do IPCC diz que os níveis de gases de efeito estufa produzidos pelo homem estão aumentando na atmosfera e prevê que estes causarão o aquecimento global.

1992: criação da Convenção Marco das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (UNFCCC, na sigla em inglês) durante a Cúpula do Rio, que também pede cortes voluntários nas emissões de gases de efeito estufa.

1995: o segundo relatório de avaliação do IPCC diz que os níveis de gases de efeito estufa ainda estão aumentando, e acrescenta: "o conjunto de evidências sugere uma discernível influência humana no clima global".

1997: os países do UNFCCC assinam o Protocolo de Kioto, que exige que os países industrializados reduzam as emissões de seis gases de efeito estufa em 5,2% para a meta 2008-2012, em comparação com os níveis de 1990. O protocolo é um "programa marco". O estabelecimento de seus complexos regulamentos legais é deixado para negociações futuras.

2000: os anos 1990 são considerados a década mais quente já registrada.

2001: o terceiro relatório do IPCC declara como incontestável a evidência de aquecimento global causado pelo homem, embora os efeitos sobre o clima sejam difíceis de detalhar. O documento prevê que, em 2100, a temperatura atmosférica global terá aumentado entre 1,4°C e 5,8°C e os níveis dos mares, entre 0,09 e 0,88 metro, dependendo da quantidade de emissões de gases de efeito estufa. Os Estados Unidos, o maior emissor individual de gases de efeito estufa, abandonam Kioto. O presidente americano, George W. Bush, questiona o consenso científico sobre o aquecimento global e diz que o pacto é injusto e caro demais para a economia americana. Em novembro, os signatários do Protocolo de Kioto, com exceção dos Estados Unidos, dão seu aval aos regulamentos do tratado.

2002: a pressão dos Estados Unidos força a saída do presidente do IPCC, Robert Watson, um dos cientistas líderes no alerta sobre a mudança climática.

2004: a Rússia ratifica o Protocolo de Kioto. Sua aprovação é necessária para transformar o esboço do pacto em um tratado internacional sob a aritmética de suas cláusulas de ratificação. A Agência Internacional de Energia (AIE) declara a China como o segundo maior poluidor de carbono do mundo, devido ao aumento do uso de combustíveis fósseis.

2005: em 16 de fevereiro, o Protocolo de Kioto entra em vigor. No dia 29 de agosto, o furacão Katrina devasta a costa do Golfo americana, gerando especulações de que a temporada excepcional de tempestades tropicais foi provocada pelo aquecimento global.

2006: novos estudos sugerem que a mudança climática já está em andamento, com a perda de gelo nos Alpes, na Europa, o derretimento da cobertura de gelo na Groenlândia e no Pólo Norte e a retração do subsolo permanentemente congelado na Sibéria. A Califórnia anuncia planos para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa aos níveis de 1990 até 2020 e processa seis empresas automobilísticas por sua contribuição para o aquecimento global. Um relatório britânico escrito pelo ex-economista do Banco Mundial, Nicholas Stern, diz que a mudança climática custará até 20% do PIB global se nada for feito.

2007: em 4 de janeiro, cientistas britânicos anunciam que 2007 será o ano mais quente já registrado em todo o mundo. Em 17 de janeiro, o Boletim de Cientistas Atômicos adianta em dois minutos o Relógio do Apocalipse, que agora marca cinco minutos para a meia-noite, citando a mudança climática como um risco tão grande para a humanidade quanto a proliferação nuclear. No dia 2 de fevereiro, o IPCC publica o primeiro de três volumes de seu quarto relatório de avaliação, que conclui com 90% de certeza que o aquecimento global foi causado pela ação humana. E que a temperatura da Terra aumentará, até o final do século XXI, entre 1,8°C e 4°C.

AFP

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