agosto 08, 2007

Fusão colossal

Agência FAPESP – Um dos maiores espetáculos espaciais já registrados acontece a cerca de 5 bilhões de anos-luz da Terra. Quatro galáxias estão se chocando umas com as outras e arremessando bilhões de estrelas como resultado das gigantescas colisões.

As galáxias foram observadas por astrônomos com a ajuda do telescópio espacial Spitzer, da Nasa, a agência espacial norte-americana, e do telescópio Wiyn, parceria entre as universidades de Indiana, Wisconsin e Yale com o Observatório Astronômico Nacional, nos Estados Unidos.

Segundo os astrônomos envolvidos, as quatro eventualmente se fundirão em uma única e colossal galáxia, cerca de dez vezes maior do que a Via Láctea. O registro das colisões, de acordo com os cientistas, fornece um olhar inédito e valioso a respeito de como se forma a maioria das galáxias massivas no Universo.

“A maioria das fusões de galáxias já observadas se parece com o choque de automóveis pequenos, mas o que temos aqui é algo como quatro enormes caminhões carregados de areia, batendo uns nos outros e jogando areia para tudo quanto é lugar”, disse Kenneth Rines, do Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica, e um dos autores da descoberta, que será publicada futuramente pela revista Astrophysical Journal Letters.

Colisões, ou fusões, entre galáxias são comuns. A gravidade faz com que galáxias que estejam próximas se enrosquem e ultimamente se reúnam após alguns milhões de anos. A própria Via Láctea se fundirá com a galáxia de Andrômeda em estimados 5 bilhões de anos.

A fusão quádrupla foi descoberta durante a análise de um distante agrupamento de galáxias, conhecido como CL0958+4702. O Spitzer e o Wiyn primeiramente identificaram uma emissão luminosa incomum, na forma de um leque, a partir de quatro galáxias elípticas.

“As imagens feitas pelo telescópio Wiyn mostram que as quatro galáxias têm centros bem definidos e que se mantiveram durante a fusão, de forma parecida com a qual gemas de ovos continuam juntas por mais tempo do que as claras quando mexidas em uma vasilha”, disse Jeffrey Rines, chefe do Departamento de Astronomia de Yale, outro dos autores do estudo. “Quando a fusão se completar, o resultado será uma das maiores galáxias no Universo.”

Mais informações: www.spitzer.caltech.edu/spitzer

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