Como uma semente recém plantada, o I Encontro de Educação para a Vida permitiu à comunidade junto a seus participantes, uma imersão em novas possibilidades no entendimento e concepção da Saúde, sendo ela humana com também ambiental. Promovido pelo NUPCTIS, da Vice-Diretoria de Pesquisa do Instituto Fernandes Figueira (IFF/FioCruz), teve como uma das principais responsáveis a Dra. Sueli Rezende Cunha*, coordenadora do NUPCTIS. Com os olhos marejados pela emoção representada por lágrimas, a Dra. Sueli Cunha concedeu entrevista exclusiva à Revista Consciência.Net.
CN: Como foi a construção do I Encontro de Educação para a Vida?
SC: Na verdade o encontro é uma resposta inovadora aos antigos enfrentamentos da saúde pública brasileira. Os últimos 11 anos com o adoecimento de crianças e famílias, assim como dos profissionais ligados à área hospitalar, apontaram a necessidade de redirecionar-se as ações e redimensionar-se os modelos assistenciais.
A inversão de modelos, do modelo hospitalocêntico para a promoção da saúde, vem sendo discutida nas políticas públicas de saúde. O adoecimento do entorno social e o comprometimento do meio ambiente, se mostraram ao longo dos anos de pesquisa, como fatores pertinentes, se não determinantes do agravamento da situação da saúde. As crianças e mulheres são as mais atingidas.
Esta consciência fez com que o NUPCTIS-IFF-FIOCRUZ se envolvesse nas políticas de inovação e na tentativa de buscar saídas socialmente justas para esta realidade. Esta compreensão trouxe a coragem e a ousadia de buscar novos rumos, novos filosofias e teorias que fortalecessem iniciativas futuras.
Desta forma, hoje, o NUPCTIS trabalha articulando três grandes áreas de ação: pesquisar-ensinar-cuidar. Assim, com o amadurecimento, nasce o I Encontro de Educação para Vida.
CN: Quais as expectativas relacionadas ao I Encontro?
SC: O I Encontro foi todo construído para atender ao diagnóstico de saúde, realizado-se no campus da FioCruz Mata Atlântica, na Colônia Juliano Moreira em Jacarepaguá. Ele buscou dar respostas à comunidade local e construir junto à comunidade, as bases para o desdobramento de ações de Promoção da Saúde.
O objetivo é aglutinar parceiros de diversas áreas, para fortalecer iniciativas locais de sustentabilidade, participação social e empoderamento dos atores envolvidos no processo de gerar soluções.
É importante destacar que a filosofia motriz do I Encontro é dar expressão às bases espirituais e éticas de valorização da vida. Para nós, a vida é o valor supremo em todas as suas formas de expressão. Ficando-se mais claro pela frase: TUDO O QUE VIVE PULSA E TUDO QUE PULSA JÁ CONTÉM EM SI A FORÇA PARA FORMAR O FUTURO. Essa premissa é a grande virtude a ser ensinada nas bases desta CIENCIA NOVA.
CN: Qual a proposta do NUPCTIS?
SC: É a promoção a Saúde através de ações inovadoras. A pesquisa cientifica é sua principal ferramenta, a Educação para Vida seu principal canal de expressão, onde se agrega os resultados das pesquisas produzidas. Sua grande finalidade é irrigar com estes conceitos novos a ciência e a tecnologia para criar possibilidades de gerar INOVAÇÕES, que teriam o papel de fazer avançar a consciência das pessoas e o avanço da justiça social.
CN: Como se dará o trabalho do NUPCTIS após o I Encontro?
SC: A continuidade do trabalho do NUPCTIS é articular as políticas de Promoção da Saúde e de Ciência, Tecnologia e Inovação vigentes no país e assim fortalecer as ações que se desdobram a partir demanda apresentada pelos conferencistas do I Encontro de Educação para Vida. Nossos convidados convocaram a ciência a dar respostas às necessidades humanas e do planeta que precisam de socorro. Portanto a idéia é essa: precisamos de aliados.
A próxima iniciativa é produzir o vídeo do I Encontro de Educação para Vida para expandir a divulgação das idéias, e a segunda iniciativa é organizar a Semana Nacional de tecnologia junto aos parceiros e representantes das instituições que estiveram presentes no encontro. É importante manter uma rede de diálogo efetiva do NUPCTIS com a sociedade em geral, e com os interessados em efetivar esta realidade nova para prática do bem comum.
Por Clarissa Taguchi, idealizadora da Cia. Ecológica e editora de Ecologia da Revista Consciência.Net.
*Dra. Sueli Rezende Cunha, coordenadora do NUPCTIS, da Vice-Diretoria de Pesquisa do
Instituto Fernandes Figueira. Contatos: Tel.: 2552-8393, email: nupctis@iff.fiocruz.br
setembro 14, 2006
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