Palestras sobre Alimentação “VIVA” no I Congresso Vegetariano Brasileiro e Latino Americano realizado em agosto de 2006 na cidade de São Paulo.
A alimentação “VIVA” constitui-se na ingestão de alimentos do Reino Vegetal crus, sendo que as sementes são utilizadas em processo de germinação. As irmãs Branco, a Dra. Maria Luiza e a Prof. Ana Branco tem demonstrado, de maneira prática e construtiva e através de um processo de convivência interdisciplinar muito sensível e peculiar, que a alimentação “VIVA” é capaz de transmutar a doença em saúde, a tristeza em alegria e o desamparo em esperança.
Cerca de 10 anos de práticas direcionadas à promoção desta maneira de se alimentar trouxeram inúmeras experiências comoventes aos participantes-alunos dos trabalhos liderados pelas irmãs:
“Não é somente uma forma de se alimentar sem o uso do fogo, a alimentação “VIVA” acaba por tornar-se mais que isso, ao plantarmos nossas sementes, ao vê-las brotando e crescendo, participamos de um processo que antes não participávamos e isso muda todo o contexto. A nossa visão acaba por tornar-se mais ampla e entramos em contato com a Natureza de uma nova maneira, mais contemplativa”, disse uma das voluntárias do ‘Biochip’ que após as palestras, servia um taça de conteúdo verde aos participantes.
“Não contém água, são verduras e ervas batidas com maçã e sementes germinadas, gostou? É doce e purifica até nossa alma”, completou outra voluntária.
Abaixo um resumo das palestras:
Leia a palestra da Dra. Maria Luiza Branco aqui.
Prof. Ana Branco: Apresentação da pesquisa ‘Convivência com o BioChip’
Docente do Departamento de Artes e Design da PUC-Rio, a Prof. Ana Branco coordena o ‘Grupo Aberto de Estudo, Pesquisa e Desenho com Modelos Vivos’, oferecendo assim, à comunidade, uma experiência de investigação através dos sentidos, das informações contidas nos alimentos oferecidos pelo Reino Vegetal. O trabalho da Prof. Branco, feito de maneira criativa e com o objetivo de sensibilizar, é pioneiro no país em relação à alimentação vegetariana crua elaborada em conjunto a sementes germinadas. Junto ao estudo, a Professora disponibiliza no Campus da Universidade, uma exposição das técnicas e resultados dos estudos, chamada Feira do Desenho Vivo.
“Vou distribuir uma semente para que a gente possa fazer uma ponte orgânica” inicia assim, a palestra da Prof. Branco oferecendo a cada um dos participantes um pequeno punhado de sementes de trigo.
“O que nós vamos fazer com isso? Vamos fazer uma comunicação não verbal, vamos ter uma possibilidade de conversar com o maior sensor do nosso corpo que são as mãos. É um órgão com o maior número de terminais nervosos e com isso nós vamos liberar um pouco a conversa que nós temos com a razão e com a lógica, daí essas sementes vão fazer parte da nossa conversa, ou seja, daquilo que a gente estiver pensando, por que vamos estar falando da coisa mais antiga do mundo, que são sementes”, conclui a Prof. Branco.
“...venho desenvolvendo essa pesquisa há 12 anos no meu corpo e atualmente o grupo está bem ampliado e muita gente está vivenciando no próprio corpo que é a regeneração a partir da convivência com o Biochip, e o que é o Biochip? Ele é tudo que está vivo na Terra, que é capaz de conter informação e com isso a gente tendo acesso a essas informações, principalmente na hora em que a gente se alimenta, esse chip vivo de informação vai fazendo transformações radicais, transformações no nosso modo de viver, pensar, de organizar pensamento, as relações sociais e conseqüentemente a cura. A cura que é a reconexão com o céu e a Terra”, diz.
“O computador tem uma coisa chamada ‘Chip’, que é a menor embalagem de informações, e essa menor embalagem para que ela armazene informação, contém silício dentro de molécula de água. Se eu pego esse chip do computador, coloco dentro de uma panela, ascendo o fogo embaixo e ele ferve, a primeira coisa que se rompe é a molécula de água que armazena o silício. Depois então, eu pego o chip, volto com ele para o computador, e mesmo que eu seque ele todinho, volto com ele para o computador e o que acontece? Não tem mais informação alguma. À exemplo da vida, o chip dos computadores é feito imitando a vida, como sempre. As informações são armazenadas dentro de silício. E dentro de tudo que é semente, de tudo que é fruta, hortaliça, de tudo que é areia, pedra e de tudo que está vivo na Terra, contém silício”, segue a Prof.
“Portanto a possibilidade da trama, de uma teia de comunicação em toda a volta de uma mesa, em toda a Terra, entre os seres, é possível e ela acontece de forma física. É possível existir a comunicação, ela não é só no nível subjetivo, apesar da gente não enxergar, ela existe. Fenômenos como ressonância mórfica, estudos como o de Lyall Watson, dizem o seguinte: macacos começam a lavar batatas numa determinada parte do planeta e imediatamente outros macacos em outra parte do planeta também começam a lavar raízes antes de comer. Então, a gente começa a ver que a comunicação existe, é possível, e está acontecendo e vem acontecendo e sempre aconteceu... agora estamos experimentando a Biodiversidade da Terra, usando esse chip “VIVO” de informação que são as sementes potencializando o valor nutritivo delas pela germinação”, diz.
A prof. Branco continua sua apresentação agora com imagens comparando o modelo de alimentação atual com a alimentação “VIVA”: “... plantando-se a semente de trigo, ela vai virar uma plantinha, vai dar um pendão, e enquanto ela está enraizada na terra ela é de Ph alcalino. Um equilíbrio eletroquímico do corpo como nós quando nascemos. A gente nasce com Ph alcalino, assim como todos os vegetais ligados à terra. O estado ótimo de multiplicação celular ocorre em ambiente alcalino. Essa semente então é embalada em embalagens de supermercado, depois a gente pulveriza ela e então ela é embalada como farinha, até aqui ela contém silício dentro de molécula de água. Depois eu faço um pãosinho maravilhoso, mesmo que seja com trigo integral que eu mesma, plantei, colhi, moí, e ascendo um fogo aqui e rompo com a molécula de água e o silício não pode mais ser acessado. A gente come então o amor, o amor de quem fez, mas a informação a gente não tem ainda pois comprometemos a informação pelo cozimento”.
“Com isso essa comida que usamos permite que a gente sobreviva num limite sem usar todas as nossas potencialidades. Principalmente acidificando nosso sangue. A acidificação do sangue é gerada por uma comida ácida que viemos comendo, daí, a quantidade de possibilidade de acentuar a acidez. Amido com proteína, a grande dose de acidez que a gente precisa tanto. Pão com queijo, batata com os derivados do leite... essa acidez no sangue não teria problema nenhum se ela não gerasse estruturas viciantes. O que é isso? Você cada vez quer doses mais fortes dessa acidez. E essas estruturas viciantes são as que viciam nosso organismo e o corpo fica dependente dessa estrutura, daí, estamos todos dependentes. Nós nos viciamos na comida ácida e por isso a abstinência de uma comida ácida é a mesma do álcool, das drogas pesadas é a mesma. São crises de abstinência. O seu organismo precisa, principalmente da acrilamida gerada pelo cozimento do amido. Já se sabe, a OMS vem anunciando devagarsinho, a questão da acrilamida, que é cancerígena.”
“Como professora de desenho, digo que os alunos comprometidos com essa acidez continuam desenhando objetos de guerra, mesmo que sejam geladeiras, congeladores enormes, para congelar um monte de pães, e assim a gente vai desnaturando cada vez mais o alimento. O microondas, em que a gente desnatura a essência das sementes... essa continua sendo uma técnica de guerra... 500 anos antes de Cristo os tratados Hipocráticos já vem mostrando os processos de germinação, 3500 anos antes de Cristo os povos nômades da Ásia já viviam fazendo o trabalho de germinação, então esse trabalho de revitalização pela alcalinização é o mesmo trabalho que a agricultra orgânica faz no solo. Como se regenera um solo ácido? Revitalizando ele com folhas e sementes, que é o trabalho que viemos fazendo no nosso corpo”.
“Nosso intestino é alcalino, e para se defender da acidez, ele reveste cerca de um cm de fezes secas a toda volta para poder não ficar mudando o Ph toda hora. E com isso a gente carrega de 5 a 7 kg de fezes secas todos os dias. O intestino se defende dessa forma e a gente já sabe que o intestino pensa, tem neurônios”, complementa.
A Prof. continua a apresentação posicionando que, o cozimento dos alimentos veio em função das guerras, onde os escravos na frente de batalham não recebiam os alimentos frescos e tinham que cozinha-los para melhor o gosto e odor. Numa visão cartesiana, quantificamos os nutrientes, em doses, vitaminas e etc. “Em nenhuma dessas doses, em nada desses argumentos, sustentam a poesia que o ser humano é capaz de viver”, diz.
Lembrando a hipótese Gaia, a prof. Ana conta que a grande quantidade de oxigênio sendo liberada pelas plantas, deixando o planeta extremamente sensível à combustão, fez com que Gaia (o planeta Terra) se reorganizasse, fazendo surgir a cor complementar. “O vermelho é a cor complementar ao verde, e corresponde ao sangue de vários animais, inclusive o nosso”. A professora mostra uma foto de uma aluna sorrindo ao colher suas beterrabas, mostra o encantamento pelo outro Reino complementar ao nosso, e do qual fomos originários e dependentes por completo.
Assim, a professora encerra: “o alimento cozido perde a energia vital, sendo o que nos alimenta é: Beleza, encantamento e energia vital... quanto mais bôbo, este estágio de encantamento que nos faz sorrir, mais perto das crianças a gente fica. Enquanto se desenha recuperamos o encantamento, a alegria de viver. A busca pelas cores é a busca pelas informações na Biodiversidade, transmutações biológicas a baixa energia. Acabamos identificando que você é capaz de produzir tudo que você precisa a partir do encantamento de oferecer à divindade que primeiro mora dentro de você”.
Por Clarissa Taguchi
Setembro de 2006.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário