Enquanto o país bate recordes de produção e exportação de grãos, cursos d'água são contaminados, animais entram em listas de extinção e uma área do tamanho do Estado de Alagoas é desmatada, anualmente, no Cerrado.
Iberê Thenório* – Especial para a Carta Maior
SÃO PAULO - Considerado, até a década de 1980, um local de solos pobres e vegetação minguada, o Cerrado vem ganhando importância para dois grupos de interesses distintos. De um lado, os biólogos, pesquisadores e ecologistas, que anunciam descobertas atrás de descobertas sobre a biodiversidade e importância desse bioma dentro dos ecossistemas brasileiros. Do outro, figuram os expoentes do agronegócio, representados principalmente pelos sojicultores que, depois de descobrirem a potencialidade da exploração agrícola da região, vêem o Cerrado como terra vazia a ser conquistada. O que está longe da realidade.
Na queda de braço entre os dois grupos, o poder econômico tem levado vantagem. Segundo o relatório "Estimativas de perda da área do Cerrado brasileiro", lançado pela ONG Conservação Internacional em julho de 2004, o total de soja plantada no Cerrado subiu de 45 mil quilômetros quadrados, em 1995, para 100 mil km² em 2002. A área corresponde ao território do estado de Pernambuco, e significa 5% da área total do Cerrado, que abrange 2 milhões de km².
A expansão da agricultura foi possibilitada pelo uso de fertilizantes e de técnicas de correção de solo, enquanto a vegetação pouco densa e o relevo plano permitiram a rápida ocupação. Diferentemente da Amazônia, onde, após a derrubada a floresta, há um período de utilização da terra pela pecuária, o Cerrado pode ser utilizado pela agricultura em menos de um ano após o desmate. "No Cerrado, a ocupação é muito mais rápida, pois a vegetação não oferece empecilhos. O cara coloca um trator e já sai derrubando", conta o zoólogo e pesquisador da Universidade de Brasília, Guarino Colli.
Uma estimativa realizada em 1998 pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) apontou que restam apenas 34,22% das áreas nativas remanescentes do Cerrado. Considerando os números atuais de desmatamento - cerca de 26 mil km² ao ano - e as áreas protegidas (2,2% em unidades de conservação e 2,3% em terras indígenas), a Conservação Internacional estima que o bioma deixe de existir até o ano de 2030.
Apesar da previsão assustadora, há perspectivas ainda piores para o ritmo de destruição. Hoje, o cultivo da soja padece do alto custo do transporte, com rodovias precárias para o escoamento da produção. A pavimentação da rodovia BR-163 (Cuiabá-Santarém), contudo, pode baratear o transporte e tornar mais lucrativo o cultivo do grão, estimulando a abertura de novas áreas de plantio no Cerrado.
Para Sergio Schlesinger, do Fórum Brasileiro de Organizações Não-governamentais (Fbons), o cultivo de monoculturas, como a soja e a cana, é incompatível com a conservação do bioma. "Pela sua natureza, [essas monoculturas] são altamente destruidoras. Uma colheitadeira de soja, por exemplo, só trabalha em grandes áreas devastadas." Sérgio destaca, ainda, que o pequeno produtor sofre mais com a destruição do meio ambiente e por isso tende a cuidar melhor dele. "As famílias que viviam da agricultura familiar, da silvicultura, estão sendo expulsas. A poluição do solo e das águas obriga as pessoas vizinhas às grande plantações a se mudarem. O grande proprietário não mora no local. Mora na cidade. É um empresário."
De acordo com a bióloga Rosane Bastos, integrante da Rede Cerrado - um grupo de organizações que se juntou para criar projetos de preservação do bioma, há dois pesos e duas medidas no momento de aplicar a legislação ambiental. Enquanto os grandes produtores realizam grandes desmatamentos sem serem incomodados, os pequenos são cobrados por qualquer mudança mínima no ambiente. "Hoje, a lei é muito cobrada do pequeno, que não pode derrubar uma árvore."
As investigações da Polícia Federal corroboram com a afirmação da bióloga. Em junho de 2005, um conjunto de ações batizado de Operação Curupira prendeu o então secretário estadual do Meio Ambiente do Mato Grosso, Moacir Pires, acusado de envolvimento num esquema de extração ilegal de madeira. A descoberta do esquema levou à extinção da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fema), órgão que fiscalizava a derrubada de matas no estado. Pires fora nomeado por Blairo Maggi, governador do Mato Grosso, que já foi chamado de "Rei da Soja", devido às grandes plantações de sua família.
Sinais de exaustão
Não são poucos os indícios de que já se passou da hora de ter uma discussão séria sobre uma exploração racional do Cerrado. Além dos dados da alta destruição da vegetação nativa, a perda do solo e a invasão de vegetais estranhos ao bioma dão sinais de que não é apenas o desmatamento que pode causar perdas irreversíveis à região, inclusive com prejuízos para os fazendeiros que fazem uso dela.
A rápida degradação do solo é um exemplo disso. De acordo relatório da Conservação Internacional, o plantio tradicional da soja, como é feito no Cerrado, causa a perda de cerca de 25 toneladas de solo por hectare ao ano. Caso fossem aplicadas técnicas de conservação, como a aragem mínima, o número poderia ser reduzido a 3 toneladas por ano. Para Rosane Bastos, a improdutividade pode impulsionar a destruição de outros ecossistemas: "se os grandes produtores ficarem sem solo, vão subir para a Amazônia", prevê.
Problema semelhante acontece com a pecuária. Metade dos pastos plantados - cerca de 250.000 km² - estão degradados, com pouca cobertura vegetal, plantas não comestíveis e cupinzeiros. Com alimentação escassa, cai o número máximo de animais por hectare, aumentando a área total voltada à pecuária.
Para aumentar o pasto, plantaram-se capins estrangeiros, que ressecam e transformam-se em um combustível altamente inflamável. Apesar do ecossistema do Cerrado ser adaptado a queimadas anuais, a combustão desse capim causa um fogo de temperatura mais alta que as usuais, matando as plantas nativas.
Patinho feio
Apesar de ocupar 21% do território brasileiro, o Cerrado acabou ficando de lado na discussão da necessidade de preservação ambiental. Estudiosos do bioma afirmam que o desprezo pode ter acontecido por causa da cobertura vegetal mais rarefeita e a concorrência com outros biomas exuberantes, como a Amazônia e a Mata Atlântica. "Isso começa desde a comunidade internacional. Um estrangeiro, em geral, não sabe nem que o Cerrado existe", aponta Guarino Colli.
Um dos grandes sintomas do abandono do ecossistema é o número de Unidades de Conservação. Atualmente, apenas 2,2% do bioma estão protegidos pelo governo. Somando-se às áreas particulares, como as Reservas Particulares do Patrimônio Natural, o número alcança 4,4%.
De acordo com Fabiana Aquino, pesquisadora da Embrapa Cerrados, com poucas áreas de proteção, muitas espécies de animais e vegetais que ocorrem somente em alguns lugares do Cerrado correm o risco de desaparecer rapidamente. "Estima-se que 20% das espécies ameaçadas ou endêmicas não ocorram nas áreas legalmente protegidas. Ou seja, é necessário que outras áreas fora das Unidades de Conservação sejam preservadas para que, a fauna e flora do Cerrado persistam em longo prazo", alerta.
O baixo número de UCs também impede a ocorrência de Corredores de Biodiversidade - redes de parques, reservas e áreas privadas próximas uma das outras que impedem o isolamento das florestas, garantindo a sobrevivência do maior número de espécies e o equilíbrio dos ecossistemas. Grandes predadores, como a onça, dependem de áreas como essas para viver.
Não bastasse a pequena área destinada à proteção ambiental no Cerrado, o governador do Tocantins, Marcelo Miranda (PSDB), aprovou em abril de 2005 uma lei que reduz em 81% o território da Área de Proteção Ambiental da Ilha do Bananal/Cantão. A reserva tinha 1,7 milhões de hectares, que seriam diminuídos para cerca de 185 mil.
Na época, Miranda alegou que a redução atendia a pedidos de comunidades da região, que ficaram com seu sustento comprometido. O Ministério Público Federal (MPF) do Tocantins, contudo, entendeu que o intuito da lei era favorecer o agronegócio, e seria prejudicial ao meio ambiente. Com uma ação impetrada na Justiça Federal, o MPF conseguiu impedir que a legislação entrasse em vigor.
Outros planos
Na última quarta-feira, uma comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de projeto de emenda constitucional (PEC) que dá ao Cerrado e a Caatinga o status de patrimônio nacional. A medida agora precisa passar pelo plenário da casa e pelo Senado e, se aprovada, permitirá que se criem regras de proteção para esses ecossistemas em locais que estão fora de unidades de conservação. Regras semelhantes existem para Amazônia, onde só é permitido desmatar 20% das propriedades. No Cerrado, a conta é inversa: 80% da cobertura vegetal pode ser retirada. A PEC estava emperrada há 11 anos, quando foi proposta pelos deputados Gervásio Oliveira (PMDB-AP) e Pedro Wilson (PT-GO).
Para a Rosane Bastos, o projeto de desenvolvimento que conta com o Cerrado apenas como terra a ser explorada é o que determina a sua destruição. "A visão do Cerrado como um celeiro do Brasil tem determinado essa falta de políticas e essa ação predatória da soja, cana, milho, algodão e pecuária". Guarino Colli concorda com a colega, e destaca os olhos mais voltados à balança comercial do que ao meio ambiente: "O Brasil depende muito da exportação de grãos. Por isso, o governo não está nem aí para o que acontece com o Cerrado".
Valorização tardia
O ritmo acelerado de destruição do ecossistema fez com que estudiosos e organizações voltassem os olhos para o segundo maior bioma brasileiro. Hoje, o Cerrado ocupa o posto de savana que tem mais biodiversidade no mundo, à frente até mesmo das suas equivalentes africanas.
De acordo com uma classificação elaborada pela Conservação Internacional, o Cerrado é um dos 34 hotspots mundiais, como são identificadas as regiões naturais mais biodiversas e ameaçadas do planeta, ou seja, local rico em espécies endêmicas (que só ocorrem na região) e elevado grau de ameaça. O Fundo Mundial para a Vida Silvestre (WWF) o classifica como uma das ecorregiões mais importantes do planeta.
Enquanto se descobre a biodiversidade, números da Fundação Biodiversitas mostram que até 2003 havia pelo menos 65 espécies animais que dependiam do bioma e estavam em risco de extinção. Entre elas figuram o Lobo Guará, a Jaguatirica, a Ariranha, o Tatu Canastra e o Tamanduá Bandeira. A principal causa da morte desses animais é a perda do seu habitat natural. Apesar do número alto, Colli afirma que ele é subdimensionado. "O Cerrado está mal representado nas listas de espécies de extinção Ainda temos um conhecimento restrito sobre a distribuição das espécies no Cerrado", explica.
Os recursos hídricos do Cerrado são outra questão preocupante para os pesquisadores. Hoje, a região já padece da contaminação dos rios, causada principalmente pelo alto uso de agrotóxicos e insumos agrícolas para a correção dos solos pobres e ácidos. Como o Cerrado é um grande centro dispersor de água para as três principais bacias brasileiras (Tocantins-Amazônica, Paranaíba-Paraná e São Francisco), os problemas ambientais que o afetam podem desencadear efeitos negativos por quase todo o país.
* Iberê Thenório integra a ONG Repórter Brasil
agosto 31, 2006
Declaración Paraguay contra Conferencia sobre Soja Responsable
Los movimientos indígenas, campesinos, urbanos y organizaciones sociales del Paraguay, así como otros movimientos, grupos y ciudadanos solidarios que se adhieren a esta Declaración, rechazamos el modelo económico exportador de materia prima de los monocultivos de soja, basado en el uso masivo de biocidas y tóxicos, y en la introducción del peligro de los transgénicos.
La Segunda Conferencia sobre Soja Responsable (antes llamada Sustentable) se realizará en un hotel de lujo el Yacht y Golf Club, desde el 31 de agosto al 2 de setiembre.
Su supuesta meta: 'la definición de una producción, procesamiento y comercio responsable con criterios que atiendan los aspectos económicos, ambientales y sociales. Esta conferencia 'participativa' estará integrada por ONGs como WWF, Solidaridad, Guyra Paraguay e IDEA, quienes compartirán la mesa con empresas multi-nacionales como Unilever, Grupo Andre Maggi, Bancos como el ABN-AMRO y Gremios como CAPECO, CAP y AAPRESID.
Lee la Declaración de los movimientos en contra del modelo de agronegocios propuesto por estos grupos. ¡SUMATE Y FIRMA!
Declaración: El Modelo de Desarrollo Irresponsable, Insustentable y Antidemocrático en el Paraguay actual
El papel de la Megaproducción de soja en la destrucción de los territorios del agua, de las comunidades y de los ecosistemas del Paraguay.
Los movimientos indígenas, campesinos, urbanos y organizaciones sociales del Paraguay, así como otros movimientos, grupos y ciudadanos solidarios que se adhieren a esta Declaración, rechazamos el modelo económico exportador de materia prima de los monocultivos de soja, basado en el uso masivo de biocidas y tóxicos, y en la introducción del peligro de los transgénicos. Este modelo es responsable por la expoliación del patrimonio natural y cultural; la expulsión de la población local y la concentración del poder sobre los procesos de decisión en las economías nacionales y sobre los territorios ocupados por la soja, poniendo en grave riesgo la misma soberanía de los Estados nacionales, de sus pueblos y comunidades.
La producción de soja a gran escala es inevitablemente insustentable y responde claramente a un modelo agroindustrial antidemocrático, excluyente; irresponsable, egoísta y concentrador de beneficios. El mismo Presidente de la República del Paraguay, a pesar de no haber tomado acción alguna para modificar esta situación, ha declarado recientemente: “América Latina no necesita esta clase de modelo económico.”[1]
La expansión de los “desiertos verdes” que son todos los monocultivos como los de soja, pasturas y árboles exóticos, promueve una agricultura con máquinas, sin campesinos, sin gente. Todos los monocultivos son destructores de los ecosistemas en que se instalan; genera pobreza; desempleo; excluyen y expulsan a la población local; dañan la salud de las comunidades y del ambiente; destruyen la diversidad natural y de la producción; envenenan el agua y los suelos productivos y comprometen gravemente la seguridad y la soberanía alimentaria de la población de los países donde se instalan.
La llamada “producción responsable” de soja a gran escala es una falacia, una expresión demagógica usada para esconder los intereses del sector empresarial aliado con las corporaciones transnacionales frente al creciente estado de conciencia ciudadana sobre alternativas económicas nacionales y regionales en decidido proceso de construcción, basadas en la democracia, la participación, la inclusión y la sustentabilidad social, política, económica y ambiental.
En el Paraguay: ¿Dónde está el cobro de responsabilidad por la contaminación ambiental ya causada por los más de 20 millones de litros de químicos vertidos cada año sólo en territorio paraguayo?; ¿por la destrucción de arroyos, ríos, manantiales y humedales?; ¿por la expulsión de casi cien mil campesinos por año de sus moradas y tierras productivas?; ¿por el asesinato de más de 100 dirigentes campesinos?; ¿por el etnocidio de comunidades y pueblos indígenas?; ¿por la imputación de más de 2.000 campesinos a causa de su legítima resistencia a este sistema predador? NO hay megaproducción de monocultivos de soja posible sin estos efectos y daños.
El concepto de “sustentabilidad” aplicado a los monocultivos de soja nos entrampa en un discurso conservacionista y conservador desarrollado recientemente por algunos sectores en Europa, y ahora en la región latinoamericana, frente a las perspectivas de demanda mundial de soja para asegurar forraje a la producción de animales en Europa y China (se espera un aumento del 60% hasta alcanzar unas 300 millones de toneladas por año en el 2020, lo que supondría una ocupación de alrededor 1,5 millones de km2, equivalentes a casi la mitad de la superficie de la Cuenca del Plata, y destruiría otros 220 mil Km2 de bosques y sabanas, además de lo ya destruido).
La iniciativa de la Mesa Redonda de Soja Responsable no cuestiona al modelo agroexportador, a los sistemas de megaproducción dependientes del uso de biocidas ni a las compañías transnacionales productoras de semillas transgénicas y de agroquímicos, como Monsanto, Pioneer, Syngenta, Dupont, y Cargill entre otras. Tampoco cuestiona las operaciones de las Instituciones Financieras Internacionales y Bancos de “Desarrollo” que promueven las economías basadas en los monocultivos; la agroexportación y la insustentabilidad.
El modelo agroexportador, para asegurar su continuidad, ha generado e impulsado procesos de criminalización de la lucha social y se ha ocupado de promover la criminalización de la misma pobreza. El modelo sojero viola sistemáticamente las leyes laborales, las leyes sociales y las leyes ambientales en su implantación. Es opuesto a las conquistas de los derechos humanos fundamentales, especialmente de los derechos económicos, sociales, culturales y ambientales. Es incompatible con un Estado de pleno derecho.
El interés de las naciones y de los pueblos obliga a defender los derechos de las comunidades a una vida sana y soberana, con garantías de plena vigencia de los derechos humanos fundamentales y del pleno ejercicio de soberanía sobre los territorios, sobre los alimentos, sobre la propia cultura y sobre la economía.
Repudiamos la realización en el Paraguay de esta segunda Mesa Redonda de Soja “Responsable” ya que la consideramos una afrenta a las miserias causadas a todo un pueblo.
NOTAS COMPLEMENTARIAS DE INTERÉS:
1. El establecimiento de un mercado de “servidumbres de conservación” está basado en los llamados “Principios de Basilea” sobre producción responsable de soja, que permiten el cultivo de soja en tierras deforestadas después de 1994, siempre y cuando la deforestación haya sido compensada con una “afectación a la biodiversidad” (que podría asumir la forma de contribución financiera a las mismas organizaciones que promueven la adopción de estos principios). Los movimientos sociales, por el contrario, temen que estas afectaciones a la biodiversidad lleven a una mayor concentración de la tenencia de la tierra y desvíen la atención de los otros problemas ambientales y sociales creados por la expansión a gran escala de monocultivos como la soja.
2. Más de 24.000.000 litros de agrotóxicos son empleados en cultivos de soja en el Paraguay cada año. Los agrotóxicos contaminan el agua, el aire y el suelo, atentando contra la biodiversidad existente. Entre los plaguicidas usados en la producción de soja, se encuentran algunos situados dentro de la “franja roja”, o sea, considerados como “sumamente peligrosos” y “muy peligrosos”, según la clasificación de la Resolución 295/03 del Ministerio de Agricultura y Ganadería. Entre estos se encuentran el Paraquat, contra el cual no existe antídoto para casos de intoxicación, el Gramoxone, el Metamidofos, que tiene la capacidad de reducir el número de espermatozoides y la viabilidad de los mismos en varones expuestos al él y el Endosulfan, catalogado como teratogénico (capaz de ocasionar malformaciones en niños recién nacidos cuyas madres hayan tenido contactos sucesivos con el producto) por la Agencia de Protección Ambiental de los Estados Unidos –EPA.
3. En el caso concreto de la soja transgénica, debe agregarse que la soja RR viene acompañada de la introducción de un potente herbicida que es utilizado sin que se tomen las mínimas normas de precaución. Por otro lado, la modificación genética de las semillas utilizadas tiene efectos aún desconocidos, pero amenazantes, sobre el germoplasma nativo y la salud de las personas. Se estima que al menos 95% de la producción de soja en el Paraguay es transgénica y por causa de la contaminación genética y la pertinencia de la ilegalidad, es imposible garantizar la producción no transgénica de soja en el Paraguay.
4. El área de siembra de granos y pasturas a gran escala (no sólo en el Paraguay sino en todo el Cono Sur sudamericano) coincide casi completamente con la extensión del acuífero Guaraní, lo que significa que la ya escasa cobertura boscosa de esta área de importancia estratégica para la región, continuará siendo rápidamente destruida incluyendo zonas de extrema importancia como las áreas de recarga del acuífero, lo que resultará en aguas subterráneas contaminadas por el uso de los agrotóxicos utilizados.
5. Proponemos la creación de un nuevo modelo de gestión de país, que promueva la sustentabilidad y la soberanía de las comunidades, aprovechando las oportunidades que las características del territorio presentan para la producción de bienes realmente sanos y competitivos; promoviendo la desconcentración del poder sobre la tierra y la producción, con una distribución equitativa de la tierra que elimine la exclusión, la expulsión y el éxodo forzado, a través de una revisión de la tenencia legal de tierras y de un ordenamiento territorial que regule y limite la producción agrícola extensiva
6. Exigimos el respeto a los derechos humanos fundamentales, que incluye el respeto al derecho a modos de producción propios y vida rural sustentables. La producción natural, ecológica y orgánica es posible, y no se debe desmeritar su posibilidad, ni su rentabilidad. Sus ganancias están al alcance de pequeños productores a diferencia de los monocultivos cuya ganancia se concentra en unos pocos productores. www.ecoportal.net
[1] Presidente Nicanor Duarte Frutos de Paraguay, en un discurso público en Coronel Oviedo, 26 de julio 2006.
Firma la declaración abajo para fortalecer nuestro grito denunciando el modelo exportador de monocultivos y el gatoverdismo de los empresarios transnationales agro alimentarios.
Para adherirse a la declaracion envie un mensaje a ortega@baseis.org.py
El documento está firmado por la MCNOC (Mesa Coordinadora Nacional de Organizaciones Campesinas), la FNC (Federación Nacional Campesina), la ONAC (Organización Nacional Campesina), la CNOCIP (Central Nacional de Organizaciones Campesinas Indígenas y Populares), la CONAMURI (Coordinadora Nacional de Organizaciones de Mujeres Rurales e Indígenas), las organizaciones BASE IS, SOBREVIVENCIA-Amigos de la Tierra Paraguay, todas de Paraguay; las organizaciones internacionales GFC (Coalición Mundial por los Bosques, Global Forest Coalition) y A SEED Europa, y sigue siendo suscripta por otras. Envia tu adhesion.
La Segunda Conferencia sobre Soja Responsable (antes llamada Sustentable) se realizará en un hotel de lujo el Yacht y Golf Club, desde el 31 de agosto al 2 de setiembre.
Su supuesta meta: 'la definición de una producción, procesamiento y comercio responsable con criterios que atiendan los aspectos económicos, ambientales y sociales. Esta conferencia 'participativa' estará integrada por ONGs como WWF, Solidaridad, Guyra Paraguay e IDEA, quienes compartirán la mesa con empresas multi-nacionales como Unilever, Grupo Andre Maggi, Bancos como el ABN-AMRO y Gremios como CAPECO, CAP y AAPRESID.
Lee la Declaración de los movimientos en contra del modelo de agronegocios propuesto por estos grupos. ¡SUMATE Y FIRMA!
Declaración: El Modelo de Desarrollo Irresponsable, Insustentable y Antidemocrático en el Paraguay actual
El papel de la Megaproducción de soja en la destrucción de los territorios del agua, de las comunidades y de los ecosistemas del Paraguay.
Los movimientos indígenas, campesinos, urbanos y organizaciones sociales del Paraguay, así como otros movimientos, grupos y ciudadanos solidarios que se adhieren a esta Declaración, rechazamos el modelo económico exportador de materia prima de los monocultivos de soja, basado en el uso masivo de biocidas y tóxicos, y en la introducción del peligro de los transgénicos. Este modelo es responsable por la expoliación del patrimonio natural y cultural; la expulsión de la población local y la concentración del poder sobre los procesos de decisión en las economías nacionales y sobre los territorios ocupados por la soja, poniendo en grave riesgo la misma soberanía de los Estados nacionales, de sus pueblos y comunidades.
La producción de soja a gran escala es inevitablemente insustentable y responde claramente a un modelo agroindustrial antidemocrático, excluyente; irresponsable, egoísta y concentrador de beneficios. El mismo Presidente de la República del Paraguay, a pesar de no haber tomado acción alguna para modificar esta situación, ha declarado recientemente: “América Latina no necesita esta clase de modelo económico.”[1]
La expansión de los “desiertos verdes” que son todos los monocultivos como los de soja, pasturas y árboles exóticos, promueve una agricultura con máquinas, sin campesinos, sin gente. Todos los monocultivos son destructores de los ecosistemas en que se instalan; genera pobreza; desempleo; excluyen y expulsan a la población local; dañan la salud de las comunidades y del ambiente; destruyen la diversidad natural y de la producción; envenenan el agua y los suelos productivos y comprometen gravemente la seguridad y la soberanía alimentaria de la población de los países donde se instalan.
La llamada “producción responsable” de soja a gran escala es una falacia, una expresión demagógica usada para esconder los intereses del sector empresarial aliado con las corporaciones transnacionales frente al creciente estado de conciencia ciudadana sobre alternativas económicas nacionales y regionales en decidido proceso de construcción, basadas en la democracia, la participación, la inclusión y la sustentabilidad social, política, económica y ambiental.
En el Paraguay: ¿Dónde está el cobro de responsabilidad por la contaminación ambiental ya causada por los más de 20 millones de litros de químicos vertidos cada año sólo en territorio paraguayo?; ¿por la destrucción de arroyos, ríos, manantiales y humedales?; ¿por la expulsión de casi cien mil campesinos por año de sus moradas y tierras productivas?; ¿por el asesinato de más de 100 dirigentes campesinos?; ¿por el etnocidio de comunidades y pueblos indígenas?; ¿por la imputación de más de 2.000 campesinos a causa de su legítima resistencia a este sistema predador? NO hay megaproducción de monocultivos de soja posible sin estos efectos y daños.
El concepto de “sustentabilidad” aplicado a los monocultivos de soja nos entrampa en un discurso conservacionista y conservador desarrollado recientemente por algunos sectores en Europa, y ahora en la región latinoamericana, frente a las perspectivas de demanda mundial de soja para asegurar forraje a la producción de animales en Europa y China (se espera un aumento del 60% hasta alcanzar unas 300 millones de toneladas por año en el 2020, lo que supondría una ocupación de alrededor 1,5 millones de km2, equivalentes a casi la mitad de la superficie de la Cuenca del Plata, y destruiría otros 220 mil Km2 de bosques y sabanas, además de lo ya destruido).
La iniciativa de la Mesa Redonda de Soja Responsable no cuestiona al modelo agroexportador, a los sistemas de megaproducción dependientes del uso de biocidas ni a las compañías transnacionales productoras de semillas transgénicas y de agroquímicos, como Monsanto, Pioneer, Syngenta, Dupont, y Cargill entre otras. Tampoco cuestiona las operaciones de las Instituciones Financieras Internacionales y Bancos de “Desarrollo” que promueven las economías basadas en los monocultivos; la agroexportación y la insustentabilidad.
El modelo agroexportador, para asegurar su continuidad, ha generado e impulsado procesos de criminalización de la lucha social y se ha ocupado de promover la criminalización de la misma pobreza. El modelo sojero viola sistemáticamente las leyes laborales, las leyes sociales y las leyes ambientales en su implantación. Es opuesto a las conquistas de los derechos humanos fundamentales, especialmente de los derechos económicos, sociales, culturales y ambientales. Es incompatible con un Estado de pleno derecho.
El interés de las naciones y de los pueblos obliga a defender los derechos de las comunidades a una vida sana y soberana, con garantías de plena vigencia de los derechos humanos fundamentales y del pleno ejercicio de soberanía sobre los territorios, sobre los alimentos, sobre la propia cultura y sobre la economía.
Repudiamos la realización en el Paraguay de esta segunda Mesa Redonda de Soja “Responsable” ya que la consideramos una afrenta a las miserias causadas a todo un pueblo.
NOTAS COMPLEMENTARIAS DE INTERÉS:
1. El establecimiento de un mercado de “servidumbres de conservación” está basado en los llamados “Principios de Basilea” sobre producción responsable de soja, que permiten el cultivo de soja en tierras deforestadas después de 1994, siempre y cuando la deforestación haya sido compensada con una “afectación a la biodiversidad” (que podría asumir la forma de contribución financiera a las mismas organizaciones que promueven la adopción de estos principios). Los movimientos sociales, por el contrario, temen que estas afectaciones a la biodiversidad lleven a una mayor concentración de la tenencia de la tierra y desvíen la atención de los otros problemas ambientales y sociales creados por la expansión a gran escala de monocultivos como la soja.
2. Más de 24.000.000 litros de agrotóxicos son empleados en cultivos de soja en el Paraguay cada año. Los agrotóxicos contaminan el agua, el aire y el suelo, atentando contra la biodiversidad existente. Entre los plaguicidas usados en la producción de soja, se encuentran algunos situados dentro de la “franja roja”, o sea, considerados como “sumamente peligrosos” y “muy peligrosos”, según la clasificación de la Resolución 295/03 del Ministerio de Agricultura y Ganadería. Entre estos se encuentran el Paraquat, contra el cual no existe antídoto para casos de intoxicación, el Gramoxone, el Metamidofos, que tiene la capacidad de reducir el número de espermatozoides y la viabilidad de los mismos en varones expuestos al él y el Endosulfan, catalogado como teratogénico (capaz de ocasionar malformaciones en niños recién nacidos cuyas madres hayan tenido contactos sucesivos con el producto) por la Agencia de Protección Ambiental de los Estados Unidos –EPA.
3. En el caso concreto de la soja transgénica, debe agregarse que la soja RR viene acompañada de la introducción de un potente herbicida que es utilizado sin que se tomen las mínimas normas de precaución. Por otro lado, la modificación genética de las semillas utilizadas tiene efectos aún desconocidos, pero amenazantes, sobre el germoplasma nativo y la salud de las personas. Se estima que al menos 95% de la producción de soja en el Paraguay es transgénica y por causa de la contaminación genética y la pertinencia de la ilegalidad, es imposible garantizar la producción no transgénica de soja en el Paraguay.
4. El área de siembra de granos y pasturas a gran escala (no sólo en el Paraguay sino en todo el Cono Sur sudamericano) coincide casi completamente con la extensión del acuífero Guaraní, lo que significa que la ya escasa cobertura boscosa de esta área de importancia estratégica para la región, continuará siendo rápidamente destruida incluyendo zonas de extrema importancia como las áreas de recarga del acuífero, lo que resultará en aguas subterráneas contaminadas por el uso de los agrotóxicos utilizados.
5. Proponemos la creación de un nuevo modelo de gestión de país, que promueva la sustentabilidad y la soberanía de las comunidades, aprovechando las oportunidades que las características del territorio presentan para la producción de bienes realmente sanos y competitivos; promoviendo la desconcentración del poder sobre la tierra y la producción, con una distribución equitativa de la tierra que elimine la exclusión, la expulsión y el éxodo forzado, a través de una revisión de la tenencia legal de tierras y de un ordenamiento territorial que regule y limite la producción agrícola extensiva
6. Exigimos el respeto a los derechos humanos fundamentales, que incluye el respeto al derecho a modos de producción propios y vida rural sustentables. La producción natural, ecológica y orgánica es posible, y no se debe desmeritar su posibilidad, ni su rentabilidad. Sus ganancias están al alcance de pequeños productores a diferencia de los monocultivos cuya ganancia se concentra en unos pocos productores. www.ecoportal.net
[1] Presidente Nicanor Duarte Frutos de Paraguay, en un discurso público en Coronel Oviedo, 26 de julio 2006.
Firma la declaración abajo para fortalecer nuestro grito denunciando el modelo exportador de monocultivos y el gatoverdismo de los empresarios transnationales agro alimentarios.
Para adherirse a la declaracion envie un mensaje a ortega@baseis.org.py
El documento está firmado por la MCNOC (Mesa Coordinadora Nacional de Organizaciones Campesinas), la FNC (Federación Nacional Campesina), la ONAC (Organización Nacional Campesina), la CNOCIP (Central Nacional de Organizaciones Campesinas Indígenas y Populares), la CONAMURI (Coordinadora Nacional de Organizaciones de Mujeres Rurales e Indígenas), las organizaciones BASE IS, SOBREVIVENCIA-Amigos de la Tierra Paraguay, todas de Paraguay; las organizaciones internacionales GFC (Coalición Mundial por los Bosques, Global Forest Coalition) y A SEED Europa, y sigue siendo suscripta por otras. Envia tu adhesion.
agosto 19, 2006
Brasil: FAO evalúa programa “Hambre Cero”
17 de agosto, 2006 La Organización de las Naciones Unidas para la Agricultura y la Alimentación (FAO) envió un equipo especial a Brasil para hacer un balance del programa “Hambre Cero” a tres años y medio de su inicio.
Tras la evaluación, la FAO listó una serie de conclusiones que considera relevantes para los países que están implementando políticas de seguridad alimentaria y lucha contra el hambre.
En esta lista, el organismo de la ONU subrayó que el crecimiento agrícola basado en el dinamismo del sector empresarial no reduce automáticamente el hambre, sino que puede llegar exacerbarla.
“El crecimiento económico tampoco resulta en una reducción proporcional de la pobreza y el hambre, debido a la desigualdad existente en la distribución del ingreso y la riqueza. La erradicación del hambre sólo puede ser alcanzada por medio de programas específicos que aborden directamente las causas subyacentes del hambre y la pobreza”, puntualizó la FAO.
Asimismo, señaló que para adoptar la erradicación del hambre como un objetivo nacional, se requiere de un compromiso político fuerte y sostenido –idealmente multipartidista-, que cuente con un amplio apoyo popular.
Agregó que también es necesario plasmar este compromiso en leyes y políticas públicas, para garantizar su continuidad, independientemente de quien este al frente del gobierno.
La FAO resaltó también la importancia de ampliar lo más pronto posible la capacidad de producción o adquisición de alimentos por parte de la población que padece inseguridad alimentaría y, al mismo tiempo, de establecer instituciones, políticas y programas que enfrenten las causas complejas de su vulnerabilidad.
Otra punto destacado es la coordinación efectiva de los recursos públicos y su canalización mediante una agencia pública líder.
Por otra parte, la FAO indicó que la sociedad civil, al igual que el sector privado, puede jugar un papel vital en el diseño y la implementación de los programas a través de su involucramiento en la creación de instituciones que fortalezcan las relaciones entre el gobierno y la sociedad civil a nivel nacional y local.
Añadió que se requiere de inversiones sustanciales en un sistema de administración de los programas implementados, incluyendo un catastro único que permita identificar a los beneficiarios, garantizar la transparencia en el manejo de los recursos, y perfeccionar el proceso de selección de los beneficiarios.
Por último, la FAO sostuvo que los programas de seguridad alimentaria y reducción de la pobreza a gran escala pueden ser fiscalmente sostenibles, aún en países con un menor desarrollo económico que Brasil. “Existe cada vez más evidencia de que los principales componentes de “Hambre Cero” están comenzando a generar beneficios económicos y que, por lo tanto, no deberían considerarse sólo como beneficencia, sino también como inversiones viables”, puntualizó.
Tras la evaluación, la FAO listó una serie de conclusiones que considera relevantes para los países que están implementando políticas de seguridad alimentaria y lucha contra el hambre.
En esta lista, el organismo de la ONU subrayó que el crecimiento agrícola basado en el dinamismo del sector empresarial no reduce automáticamente el hambre, sino que puede llegar exacerbarla.
“El crecimiento económico tampoco resulta en una reducción proporcional de la pobreza y el hambre, debido a la desigualdad existente en la distribución del ingreso y la riqueza. La erradicación del hambre sólo puede ser alcanzada por medio de programas específicos que aborden directamente las causas subyacentes del hambre y la pobreza”, puntualizó la FAO.
Asimismo, señaló que para adoptar la erradicación del hambre como un objetivo nacional, se requiere de un compromiso político fuerte y sostenido –idealmente multipartidista-, que cuente con un amplio apoyo popular.
Agregó que también es necesario plasmar este compromiso en leyes y políticas públicas, para garantizar su continuidad, independientemente de quien este al frente del gobierno.
La FAO resaltó también la importancia de ampliar lo más pronto posible la capacidad de producción o adquisición de alimentos por parte de la población que padece inseguridad alimentaría y, al mismo tiempo, de establecer instituciones, políticas y programas que enfrenten las causas complejas de su vulnerabilidad.
Otra punto destacado es la coordinación efectiva de los recursos públicos y su canalización mediante una agencia pública líder.
Por otra parte, la FAO indicó que la sociedad civil, al igual que el sector privado, puede jugar un papel vital en el diseño y la implementación de los programas a través de su involucramiento en la creación de instituciones que fortalezcan las relaciones entre el gobierno y la sociedad civil a nivel nacional y local.
Añadió que se requiere de inversiones sustanciales en un sistema de administración de los programas implementados, incluyendo un catastro único que permita identificar a los beneficiarios, garantizar la transparencia en el manejo de los recursos, y perfeccionar el proceso de selección de los beneficiarios.
Por último, la FAO sostuvo que los programas de seguridad alimentaria y reducción de la pobreza a gran escala pueden ser fiscalmente sostenibles, aún en países con un menor desarrollo económico que Brasil. “Existe cada vez más evidencia de que los principales componentes de “Hambre Cero” están comenzando a generar beneficios económicos y que, por lo tanto, no deberían considerarse sólo como beneficencia, sino también como inversiones viables”, puntualizó.
Monsanto to Buy Delta & Pine Land for $1.5 Billion
- Bloomberg, Aug. 15, 2006 http://www.bloomberg.com/
Monsanto Co., the world's biggest developer of genetically modified corn and soybeans, agreed to buy cottonseed maker Delta & Pine Land Co. for $1.5 billion, ending a six-year dispute that started when their last merger accord failed.
Investors in Scott, Mississippi-based Delta & Pine Land will get $42 a share, 16 percent above yesterday's closing share price. Cash and debt will be used to finance the deal, St. Louis-based Monsanto said today in a statement.
Monsanto Chief Executive Officer Hugh Grant said the seed industry has become "much more competitive,'' making the transaction possible. Monsanto abandoned its 1998 accord on concern U.S. antitrust regulators would impose stiff conditions to approve the deal. When it collapsed, Delta & Pine sued, saying the cancellation cost investors $1 billion.
The acquisition by Monsanto "makes a lot strategic sense,'' Gulley & Associates analyst Mark Gulley said. "In cotton they were very small. This gives them a market share that you are accustomed to a leader having in a major row crop.'' He recommends buying Monsanto shares.
Shares of Monsanto rose 34 cents to $45.41 at 3:01 p.m. in New York Stock Exchange composite trading. They have climbed 40 percent from a year ago. Delta & Pine Land surged $3.79, or 11 percent, to $40.03. Before today, the stock had jumped 58 percent this year.
Market Share Drops
Delta & Pine CEO Thomas Jagodinski said his company has 50 percent of U.S. cottonseed sales, down from a peak of almost 80 percent. Monsanto licenses its technologies to rival seed companies, which should help win U.S. antitrust approval, Grant said on a separate call.
Monsanto would pay Delta & Pine Land as much as $600 million should antitrust regulators block the transaction, Jagodinksi said. Cottonseed competition is intensifying amid sales gains by Bayer AG's Fibermax seed and new technologies companies including Dow Chemical Co., Jagodinski said. Bayer has 20 percent to 30 percent of U.S. sales, he said.
The Delta & Pine Land acquisition will "modestly'' boost earnings after one year, Chief Financial Officer Terrell Crews said on the Monsanto call. Delta & Pine Land had sales of $411.4 million in the nine months ended May 31, up 21 percent from a year earlier.
Monsanto probably will shed its Stoneville cottonseed business to gain antitrust approval, Grant said. The company acquired Stoneville with its $300 million purchase of Emergent Genetics Inc., which had 12 percent of U.S. cottonseed sales when the deal was announced last year.
'Antitrust Scrutiny'
"Combined U.S. market share of more than 60 percent will likely attract antitrust scrutiny,'' Banc of America Securities analyst Kevin McCarthy said in a report. McCarthy, who rates the shares "neutral,'' said the "valuation appears steep'' at 16.3 times estimated pretax earnings this year.
Monsanto in May 1998 agreed to pay $1.82 billion in stock for Delta & Pine Land. That was a "significantly higher'' earnings multiple than Monsanto is now paying, CEO Jagodinski said. The acquisition would boost Monsanto's sales by 6 percent, Gulley of Gulley & Associates said. Seeds will benefit from Monsanto's gene technology because cotton faces a large variety of pests, he said. "Delta & Pine Land has strong cotton genetics, and we believe Monsanto's leadership in providing the best cotton traits can improve on this already strong base,'' Grant said in the statement.
To enhance Delta & Pine Land seeds, Monsanto plans to increase modifications including Roundup Ready Flex for withstanding Monsanto's weed killer and Bollgard II for resisting the bollworm insect, Grant said on the call.
'Grasp Opportunities' Genetically modified cottonseeds account for 11 percent of about 220 million acres sown with seeds engineered by Monsanto, the company said in June. The companies began negotiations on the merger Aug. 10, and talks concluded last night, Jagodinski said. "You have to grasp opportunities when they are there,'' Grant said.
Monsanto Co., the world's biggest developer of genetically modified corn and soybeans, agreed to buy cottonseed maker Delta & Pine Land Co. for $1.5 billion, ending a six-year dispute that started when their last merger accord failed.
Investors in Scott, Mississippi-based Delta & Pine Land will get $42 a share, 16 percent above yesterday's closing share price. Cash and debt will be used to finance the deal, St. Louis-based Monsanto said today in a statement.
Monsanto Chief Executive Officer Hugh Grant said the seed industry has become "much more competitive,'' making the transaction possible. Monsanto abandoned its 1998 accord on concern U.S. antitrust regulators would impose stiff conditions to approve the deal. When it collapsed, Delta & Pine sued, saying the cancellation cost investors $1 billion.
The acquisition by Monsanto "makes a lot strategic sense,'' Gulley & Associates analyst Mark Gulley said. "In cotton they were very small. This gives them a market share that you are accustomed to a leader having in a major row crop.'' He recommends buying Monsanto shares.
Shares of Monsanto rose 34 cents to $45.41 at 3:01 p.m. in New York Stock Exchange composite trading. They have climbed 40 percent from a year ago. Delta & Pine Land surged $3.79, or 11 percent, to $40.03. Before today, the stock had jumped 58 percent this year.
Market Share Drops
Delta & Pine CEO Thomas Jagodinski said his company has 50 percent of U.S. cottonseed sales, down from a peak of almost 80 percent. Monsanto licenses its technologies to rival seed companies, which should help win U.S. antitrust approval, Grant said on a separate call.
Monsanto would pay Delta & Pine Land as much as $600 million should antitrust regulators block the transaction, Jagodinksi said. Cottonseed competition is intensifying amid sales gains by Bayer AG's Fibermax seed and new technologies companies including Dow Chemical Co., Jagodinski said. Bayer has 20 percent to 30 percent of U.S. sales, he said.
The Delta & Pine Land acquisition will "modestly'' boost earnings after one year, Chief Financial Officer Terrell Crews said on the Monsanto call. Delta & Pine Land had sales of $411.4 million in the nine months ended May 31, up 21 percent from a year earlier.
Monsanto probably will shed its Stoneville cottonseed business to gain antitrust approval, Grant said. The company acquired Stoneville with its $300 million purchase of Emergent Genetics Inc., which had 12 percent of U.S. cottonseed sales when the deal was announced last year.
'Antitrust Scrutiny'
"Combined U.S. market share of more than 60 percent will likely attract antitrust scrutiny,'' Banc of America Securities analyst Kevin McCarthy said in a report. McCarthy, who rates the shares "neutral,'' said the "valuation appears steep'' at 16.3 times estimated pretax earnings this year.
Monsanto in May 1998 agreed to pay $1.82 billion in stock for Delta & Pine Land. That was a "significantly higher'' earnings multiple than Monsanto is now paying, CEO Jagodinski said. The acquisition would boost Monsanto's sales by 6 percent, Gulley of Gulley & Associates said. Seeds will benefit from Monsanto's gene technology because cotton faces a large variety of pests, he said. "Delta & Pine Land has strong cotton genetics, and we believe Monsanto's leadership in providing the best cotton traits can improve on this already strong base,'' Grant said in the statement.
To enhance Delta & Pine Land seeds, Monsanto plans to increase modifications including Roundup Ready Flex for withstanding Monsanto's weed killer and Bollgard II for resisting the bollworm insect, Grant said on the call.
'Grasp Opportunities' Genetically modified cottonseeds account for 11 percent of about 220 million acres sown with seeds engineered by Monsanto, the company said in June. The companies began negotiations on the merger Aug. 10, and talks concluded last night, Jagodinski said. "You have to grasp opportunities when they are there,'' Grant said.
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