Reportagem: Agência Chasque por Raquel Casiraghi
Porto Alegre (RS) - Empresas de celulose também são responsáveis pelo
aumento da temperatura do planeta. A afirmação é do ativista norte-americano
Julian Drix, da organização Maré Crescente, que combate o aquecimento
global. Para ele, três argumentos colocam as empresas entre as principais
causadoras do problema ambiental:
"Primeiro, para plantar eucalipto, eles destroem completamente a Mata
Atlântica. Segundo, os agrotóxicos que eles usam. Os agrotóxicos são
baseados em petróleo, que são a maior fonte de aquecimento global. E também
o processo para produzir o papel precisa muita energia e tem muitas emissões
de carbono. Estas grandes indústrias e os latifúndios são a fonte do
aquecimento global", afirma.
De acordo com o norte-americano, estas e outras empresas poluidoras usam o
mercado de crédito de carbono e a propaganda para melhorarem suas imagens,
sem atacarem o verdadeiro problema.
"Grandes empresas de petróleo, de carvão mineral, de outras coisas estão
"lavando" suas imagens, por comprarem créditos de carbono que vem de
plantações daqui ou de outros países do sul. Tem uma coisa nos Estados
Unidos que se chama US CAP, que é um grupo de grandes empresas que dizem que
estão fazendo algum coisa contra o aquecimento global, para buscar
alternativas de energia, mas são as mesmas empresas que são o problema",
declarou.
Entre as empresas que devem utilizar o crédito de carbono como propaganda de
preservação do meio ambiente, o ativista destaca o banco Bradesco, a
multinacional de petróleo Exxon Mobil e as empresas de celulose Aracruz e
Stora Enso. Somente no Rio Grande do Sul, Aracruz e Stora Enso detêm cerca
de 150 mil hectares plantados de pínus e eucalipto.
Julian Drix esteve no Brasil pesquisando para a produção de um filme sobre a
monocultura de eucalipto, produção de celulose e o aquecimento global, que
deverá ser realizado ainda este ano.
fevereiro 08, 2008
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