Reportagem: Agência Chasque por Raquel Casiraghi
Porto Alegre (RS) - Empresas de celulose também são responsáveis pelo
aumento da temperatura do planeta. A afirmação é do ativista norte-americano
Julian Drix, da organização Maré Crescente, que combate o aquecimento
global. Para ele, três argumentos colocam as empresas entre as principais
causadoras do problema ambiental:
"Primeiro, para plantar eucalipto, eles destroem completamente a Mata
Atlântica. Segundo, os agrotóxicos que eles usam. Os agrotóxicos são
baseados em petróleo, que são a maior fonte de aquecimento global. E também
o processo para produzir o papel precisa muita energia e tem muitas emissões
de carbono. Estas grandes indústrias e os latifúndios são a fonte do
aquecimento global", afirma.
De acordo com o norte-americano, estas e outras empresas poluidoras usam o
mercado de crédito de carbono e a propaganda para melhorarem suas imagens,
sem atacarem o verdadeiro problema.
"Grandes empresas de petróleo, de carvão mineral, de outras coisas estão
"lavando" suas imagens, por comprarem créditos de carbono que vem de
plantações daqui ou de outros países do sul. Tem uma coisa nos Estados
Unidos que se chama US CAP, que é um grupo de grandes empresas que dizem que
estão fazendo algum coisa contra o aquecimento global, para buscar
alternativas de energia, mas são as mesmas empresas que são o problema",
declarou.
Entre as empresas que devem utilizar o crédito de carbono como propaganda de
preservação do meio ambiente, o ativista destaca o banco Bradesco, a
multinacional de petróleo Exxon Mobil e as empresas de celulose Aracruz e
Stora Enso. Somente no Rio Grande do Sul, Aracruz e Stora Enso detêm cerca
de 150 mil hectares plantados de pínus e eucalipto.
Julian Drix esteve no Brasil pesquisando para a produção de um filme sobre a
monocultura de eucalipto, produção de celulose e o aquecimento global, que
deverá ser realizado ainda este ano.
fevereiro 08, 2008
Caminhada energética
08/02/2008
Agência FAPESP – Acabou a bateria do celular, do tocador MP3 ou do GPS? Que tal recarregar aparelhos eletrônicos sem precisar voltar para casa, usar uma tomada e esperar? Melhor ainda: que tal fazer isso no meio da rua, enquanto caminha e usa energia gerada pelos próprios movimentos do corpo?
A novidade está descrita na edição desta sexta-feira (8/2) da revista Science. Um grupo de cientistas de laboratórios nos Estados Unidos e Canadá desenvolveu um dispositivo para ser instalado nas pernas e que gera eletricidade enquanto o usuário caminha.
Da mesma forma que os automóveis híbridos acumulam energia dissipada ao pisar nos freios – e a “reciclam” para uso no deslocamento do veículo –, o dispositivo armazena parte da energia cinética dos movimentos das pernas.
Instalados nas duas pernas, os equipamentos geram 5 watts de eletricidade durante caminhadas leves. Energia suficiente para fazer funcionar dez celulares simultaneamente ou os laptops de baixo custo que estão sendo testados em países em desenvolvimento. Ao correr, a energia produzida chegou a 54 watts.
“O fato é que há muita energia disponível em vários locais do corpo humano e que pode ser convertida em eletricidade. O joelho, por exemplo, é um dos melhores pontos”, disse Arthur Kuo, da Universidade de Michigan, um dos autores do estudo.
Os pesquisadores testaram dispositivos em seis voluntários. Cada aparelho era composto por um pequeno motor montado em um chassi de alumínio, com gerador, correias, potenciômetros e conectores. Somados às bandas de borracha para fixar na perna, resultaram em um peso de 1,6 quilo cada um.
“O objetivo era demonstrar o conceito. O protótipo é desajeitado e pesado e afeta o modo de andar, mas esperamos melhorá-lo de modo que seja mais fácil de usar e mais eficiente na geração de energia”, disse Kuo.
Segundo os pesquisadores, além de servir como fonte de eletricidade em locais remotos, a tecnologia tem potencial para ser empregada no funcionamento de próteses robotizadas. Outros usos estariam em bombas de insulina implantadas ou para diminuir o fardo de soldados, que não precisariam carregar pesadas baterias de modo a operar dispositivos eletrônicos cada vez mais comuns em campos de combate.
O artigo Biomechanical energy harvesting: generating electricity during walking with minimal user effort, de J.M. Donelan e outros, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org.
Agência FAPESP – Acabou a bateria do celular, do tocador MP3 ou do GPS? Que tal recarregar aparelhos eletrônicos sem precisar voltar para casa, usar uma tomada e esperar? Melhor ainda: que tal fazer isso no meio da rua, enquanto caminha e usa energia gerada pelos próprios movimentos do corpo?
A novidade está descrita na edição desta sexta-feira (8/2) da revista Science. Um grupo de cientistas de laboratórios nos Estados Unidos e Canadá desenvolveu um dispositivo para ser instalado nas pernas e que gera eletricidade enquanto o usuário caminha.
Da mesma forma que os automóveis híbridos acumulam energia dissipada ao pisar nos freios – e a “reciclam” para uso no deslocamento do veículo –, o dispositivo armazena parte da energia cinética dos movimentos das pernas.
Instalados nas duas pernas, os equipamentos geram 5 watts de eletricidade durante caminhadas leves. Energia suficiente para fazer funcionar dez celulares simultaneamente ou os laptops de baixo custo que estão sendo testados em países em desenvolvimento. Ao correr, a energia produzida chegou a 54 watts.
“O fato é que há muita energia disponível em vários locais do corpo humano e que pode ser convertida em eletricidade. O joelho, por exemplo, é um dos melhores pontos”, disse Arthur Kuo, da Universidade de Michigan, um dos autores do estudo.
Os pesquisadores testaram dispositivos em seis voluntários. Cada aparelho era composto por um pequeno motor montado em um chassi de alumínio, com gerador, correias, potenciômetros e conectores. Somados às bandas de borracha para fixar na perna, resultaram em um peso de 1,6 quilo cada um.
“O objetivo era demonstrar o conceito. O protótipo é desajeitado e pesado e afeta o modo de andar, mas esperamos melhorá-lo de modo que seja mais fácil de usar e mais eficiente na geração de energia”, disse Kuo.
Segundo os pesquisadores, além de servir como fonte de eletricidade em locais remotos, a tecnologia tem potencial para ser empregada no funcionamento de próteses robotizadas. Outros usos estariam em bombas de insulina implantadas ou para diminuir o fardo de soldados, que não precisariam carregar pesadas baterias de modo a operar dispositivos eletrônicos cada vez mais comuns em campos de combate.
O artigo Biomechanical energy harvesting: generating electricity during walking with minimal user effort, de J.M. Donelan e outros, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org.
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