junho 28, 2007
Vegetarianismo a favor do meio ambiente
Algumas pessoas se tornam vegetariana pela libertação animal e outras em busca da boa saúde, mas há um motivo muito importante que deve ser considerado por todos: a ação impactante que a pecuária tem sobre o meio ambiente. Em entrevista a ÉPOCA Online, o biólogo e ativista Sérgio Greif explicou um pouco mais sobre o assunto.
Impacto ambiental de uma dieta centrada na carne
A pecuária representa uma das atividades humanas mais impactantes para o meio ambiente, consumindo grandes quantidades de água, grãos, combustíveis fósseis, pesticidas e drogas. Esta atividade é também a principal causa por trás da destruição das florestas tropicais e outras áreas naturais, além de grande responsável por outros impactos ambientais, como a extinção de espécies, erosão do solo, escassez e contaminação de águas, desertificação, poluição orgânica e efeito estufa.
CONTAMINAÇÃO A pecuária consome grandes quantidades de recursos, gerando resíduos e gases que contaminam o solo, a água e o ar
Destruição da flora e fauna natural
A maior parte do gado brasileiro é criada pelo sistema extensivo, onde os animais permanecem soltos no campo, ocupando vastas áreas. Neste sistema, considerado pouco produtivo, cada cabeça de gado necessita de um hectare (10.000 m²) de terra para engordar. O Brasil possui o maior rebanho comercial do mundo (mais de 200 milhões de cabeças), que necessita de uma área de pastagem de, no mínimo, 2 milhões de km² para ser sustentado. Esta área equivale a um quarto do território nacional. Estas pastagens eram anteriormente áreas naturais como cerrados, florestas tropicais, entre outros.
Quando ambientes naturais são destruídos para a formação de pastos ocorre a perda de biodiversidade na área: a maior parte dos animais e plantas nativos desaparecem do local, sendo substituídos por forrageiras invasoras e gado. A remoção da cobertura vegetal original transforma completamente o ambiente, tornando-o impróprio para sustentar a maior parte das espécies que antes ali viviam. Ainda, as raras espécies que se adaptam às novas condições tendem a ser eliminadas pelos fazendeiros, uma vez que entram em competição com o gado ou passam a predá-lo devido a ausência de suas presas naturais. Há também várias doenças, como a raiva, o antraz, a toxoplasmose e a febre maculosa, que são transmitidas do gado para os animais silvestres e vice-versa, o que freqüentemente resulta na eliminação dos animais silvestres.
A remoção da cobertura vegetal original para formar pastos não apenas compromete a biodiversidade, como também interrompe o equilíbrio e a reciclagem natural de nutrientes, como o que estamos observando no caso da Floresta Amazônica. Locais no planeta onde a atividade de pastoreio é mais antiga são testemunhas de que o homem de fato transforma florestas em desertos. O super-pastoreamento destrói toda a possibilidade de rebrotamento e crescimento vegetal. Além disso, quando o gado pisoteia massivamente o solo, este é compactado. Isto torna a absorção da água dificultada, além de possibilitar o arraste de material superficial pelo vento e pela água, resultando em processos erosivos.
Poluição do meio ambiente
A pecuária também é uma das mais importantes fontes de poluição do meio ambiente. Ela consome grandes quantidades de recursos, gerando resíduos e gases que contaminam o solo, a água e o ar. A produção de excrementos animais ultrapassa em muito a produção de excrementos das grandes cidades. Este excremento na maior parte das vezes não pode ser empregado na agricultura e não é direcionado para nenhuma estação de tratamento de esgotos, sendo inadequadamente disposto no ambiente. No meio ambiente, estes excrementos colocam em risco a saúde pública, estando associados à disseminação de coliformes fecais, proliferação de insetos e problemas de saúde como alergias, hepatite, canceres e outras doenças. Em alguns municípios catarinenses a suinocultura é responsável por mais de 65% da emissão de poluentes. A contaminação das águas superficiais por coliformes fecais em algumas regiões do Sul do Brasil chega a 85% das fontes naturais de abastecimento.
FAUNA Quando ambientes naturais são destruídos para a formação de pastos, a maior parte dos animais desaparecem do local
Mesmo em países desenvolvidos, onde a abundância de recursos permite um manejo mais adequando e melhor infra-estrutura, a insustentabilidade da pecuária torna impossível o controle efetivo da poluição. Por exemplo, países europeus como a Holanda, Inglaterra, Dinamarca, Alemanha, Bélgica e França apresentam problemas ambientais ocasionados pela pecuária muito mais graves do que os nossos. Os Estados Unidos já possuem áreas com níveis de contaminação alarmantes.
A pecuária e a água
A pecuária implica também um uso ineficiente da água. Cerca de 70% da água doce captada pelo homem dos rios, lagos e depósitos subterrâneos é destinada para uso agrícola, sendo que os 30% restantes são utilizados para as demais atividades, como consumo doméstico, atividade industrial, geração de energia, recreação e abastecimento. No Brasil, são necessários em média 2 mil litros de água para produzir cada quilo de soja. Por outro lado, para produzir cada quilo de carne bovina são necessários cerca de 43 mil litros de água. Nesse cálculo entram não só a água que os animais bebem, cerca de 50 litros/dia, mas também a água utilizada na produção de seu alimento.
O pecuarista não paga pela água que utiliza nem para os dejetos que o abatedouro gera. No preço da carne não estão contabilizados nestes custos, nem os prejuízos ao meio ambiente causados pela criação de animais. Todos estes custos são subsidiados pelo governo. Isto significa que o contribuinte arca com todos, para lucro exclusivo do setor pecuário.
Vegetarianismo contra a fome no mundo
Se compararmos nossa atual produção agrícola com a população humana hoje existente, veremos que não há motivos para a fome no mundo. Não há déficit na produção, pelo contrário, são produzidas cerca de 1,5 quadrilhões de calorias a mais do que seria necessário para sustentar nossa população. A fome só existe porque cerca de 25% dos grãos cultivados no mundo são utilizados na alimentação do gado. Mesmo o fato de que este gado será posteriormente utilizado para alimentar seres humanos não é justificativa, visto que a produção de carne representa um uso ineficiente dos grãos. Os grãos são utilizados de forma mais eficiente quando consumidos diretamente por seres humanos
Vegetarianismo preservando florestas e áreas naturais
Caso o vegetarianismo fosse uma situação generalizada dentro de nossa espécie, seriam necessárias menos áreas de cultivo para sustentar nossa população. Muitas áreas naturais jamais precisariam ser tocadas e desta forma haveria uma maior preservação ambiental. Não haveria a situação de desperdício de recursos hídricos, pois seriam adotadas para cultivo apenas áreas próprias para agricultura, sem quase nenhuma necessidade de irrigação. A captação de água ocorreria basicamente para atender às cidades e às industrias, portanto haveria menor incidência de secas.
junho 15, 2007
Aqueça seu coração, não o planeta. Seja vegetariano!
Rio de Janeiro 12 de junho de 2007
Prezado(a) Senhor(a),
Sociedade Vegetariana Brasileira - grupo Rio de Janeiro, Vegan Staff, FBAV , Projeto de Proteção aos Bovinos, Veddas e SOS Felinos, gostaríamos de convidá-los a participar da manifestação pacífica " Aqueça seu coração, não o planeta. Seja vegetariano!", a ser realizada no dia 01 de Julho na praia de Ipanema, com concentração na praia do Arpoador às 9 horas, aproveitando-se a chamada do evento "Live Earth" que acontecerá na semana seguinte como maneira de conscientizar a população mundial sobre a ameaça do Aquecimento Global para a humanidade.
É consenso no mundo científico atual que as atividades humanas desde o século XIX são as maiores responsáveis pela emissão de gases do efeito estufa, resultando nas mudanças climáticas denominadas como Aquecimento Global.
Nós, vegetarianos, também sabemos que um dos maiores emissores de tais gases é o consumo e produção de animais para alimentação humana. Cerca de 18% dos gases do efeito estufa são originários da produção de animais, número superior ao emitido pelo setor de transportes.
Estudos recentes reconhecidos pela ONU e FAO demonstram que a alimentação humana atual é uma das principais causas de degradação e poluição ambientais, como também co-responsável por grande parte das doenças que afetam a população nos dias de hoje.
Gostaríamos de chamar o maior número possível de amigos e colegas vegetarianos, assim como aqueles simpatizantes e sensíveis ao movimento pelos direitos animais para que, juntos, mostremos à sociedade que uma mudança nas nossas escolhas alimentares é uma maneira efetiva e transformadora para melhorarmos a vida do planeta Terra.
Local: Arpoador
Dia: 01 de julho
Hora: 9 h em ponto
Anotem na agenda! Imprimam em papel reciclado ou repassem a amigos!!
Uma cultura alimentar baseada no vegetarianismo é uma grande e importante arma no combate ao aquecimento global. Ao respeitarmos a vida dos animais, contribuímos para a conservação de nossas florestas, solos e mananciais, e para o nascimento de uma sociedade mais sadia, pacífica e em equilíbrio com seu planeta.
Aqueça seu coração, não o planeta.
Seja vegetariano!
Contato: biavegan@yahoo.com.br, thaisalpimenta@gmail.com (21) 8111 1719 clarissatag@gmail.com (21) 9391 1407
junho 10, 2007
Biocombustível já eleva preço de alimentos, diz ONU
Segundo o estudo, os gastos globais com a importação de alimentos devem crescer 5% e atingir um valor recorde de US$ 400 bilhões neste ano
SÃO PAULO - Um estudo divulgado pela FAO - o órgão das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação - nesta quinta-feira sugere que a crescente demanda por biocombustíveis pode estar levando a uma alta dos preços internacionais de alguns alimentos. Segundo o estudo, os gastos globais com a importação de alimentos devem crescer 5% e atingir um valor recorde de US$ 400 bilhões neste ano. A alta é puxada pelos preços de importação de grãos e óleos vegetais, usados em grande escala na produção de biocombustíveis - sobretudo nos derivados de milho.
Ainda de acordo com a FAO, o aumento dos gastos com as importações desses produtos em 2007 chegará a 13% em relação a 2006. “Observando esse dado vemos claramente que a demanda por biocombustíveis é o maior responsável pela subida dos preços (dos alimentos), apesar de ser impossível dizer exatamente qual a porcentagem de culpa atribuída a esse fator”, afirmou à BBC Brasil Abdolreza Abbassian, um dos autores do estudo.
Etanol
Só nos Estados Unidos, estima-se que, no período entre 2007 e 2008, serão necessárias 86 milhões de toneladas de milho para a produção de etanol. Isso representaria 60% a mais (30 milhões de toneladas) do que o total utilizado no período anterior e uma quantidade superior ao volume total de milho exportado em todo o mundo, estimado em 82 milhões de toneladas.
“O milho é a principal matéria-prima utilizada na alimentação animal. Um aumento em seu preço se traduz em aumento nos custos de criação de animais e em um conseqüente aumento nos preços de produtos derivados de animais”, explicou Abbassian.
Para o consumidor final, o resultado mais visível será o encarecimento da carne, de produtos lácteos e dos óleos vegetais, que já começam a ser observados. De acordo com a FAO, o preço da carne subiu 7,6% em março passado em relação ao mesmo mês em 2006 e o preço dos produtos lácteos aumentou 46% desde novembro passado.
No caso do frango, os preços das exportações do Brasil e dos Estados Unidos, que juntos respondem por 70% do comércio mundial, subiram em março passado 14% e 20%, respectivamente, em relação à média de 2006.
Mas parte desse comportamento “se deve também a fatores como o clima”, disse Abbassian. De acordo com o especialista, o açúcar é o único produto que ainda não corre risco de subir de preço, apesar de o Brasil, maior produtor mundial, continuar destinando cada vez maiores quantidades de cana para a produção de etanol.
“A produção brasileira ainda é maior que a demanda. Mas isso vai mudar a partir do momento em que as nações desenvolvidas decidirem liberalizar o mercado de etanol e eliminarem as tarifas sobre o álcool brasileiro.”
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junho 05, 2007
Homem já 'come' quase metade da Terra
Modelo de desenvolvimento esgota recursos do planeta e ameaça biodiversidade.
Reinaldo José Lopes Do G1, em São Paulo
Há pouco para comemorar no Dia Mundial do Meio Ambiente, apesar dos esforços de pesquisa e conscientização que marcaram as últimas décadas. Retórica à parte, o chamado desenvolvimento sustentável continua distante da prática: de fato, as estimativas mais recentes indicam que a humanidade nunca viveu de forma menos sustentável. As mais de 6 bilhões de pessoas monopolizam hoje 45% de toda a matéria viva produzida em terra firme - e nada indica que essa taxa esteja parando de crescer.
O cálculo, feito por pesquisadores como o americano Paul Ehrlich, da Universidade Stanford, e Stuart Pimm, da Universidade Duke (ambas nos Estados Unidos), é o mais abrangente possível. Os estudos se baseiam numa medição da produtividade primária - a massa viva produzida pelas plantas a cada ano. As plantas usam a luz solar e o gás carbônico do ar para produzir seu próprio alimento e, assim, construir seu organismo. (É o processo conhecido como fotossíntese.) Todos os animais dependem direta ou indiretamente das plantas para viver; por isso, a produtividade delas dá uma medida clara do funcionamento de um determinado ambiente.
Os cientistas costumam comparar esse processo ao rendimento de juros em um banco: as plantas que estão fazendo fotossíntese já têm sua própria massa (o equivalente ao dinheiro investido) e passam a aumentá-la. Examinando fatores como a área plantada com alimentos no mundo, as fatias de terra destinadas a pastos e as regiões florestais que são exploradas comercialmente ou para subsistência, os pesquisadores chegaram à conclusão de que a humanidade se apropria de 45% da produtividade primária da Terra. Ou seja, o homem gasta quase metade do "rendimento em juros" das formas de vida terrestres. Números parecidos são encontrados nos rios e mares do planeta.
O número já é impressionante por si só, mas o grande problema é que as enormes demandas por matérias-primas e energia das sociedades modernas podem muito bem fazer com que a humanidade gaste todos os rendimentos da Terra e ainda por cima entre no cheque especial, por assim dizer. Na verdade, isso só não aconteceu ainda porque a maior parte das pessoas não tem o mesmo padrão de consumo que o do cidadão médio dos Estados Unidos, por exemplo. Se, por um passe de mágica, todos os 6 bilhões de seres humanos pudessem consumir bens no mesmo patamar dos americanos, só a produtividade primária de cinco Terras poderia saciá-los.
É claro que o avanço tecnológico tem permitido sustentar cada vez mais gente de forma cada vez mais eficiente, mas não há o menor sinal de que uma solução tecnológica, sozinha, será capaz de evitar uma catástrofe caso o padrão mundial de consumo continue a crescer no ritmo atual. O correto seria evitar o crescimento dos padrões de consumo.
À primeira vista isso pode parecer absurdo num mundo com tantos milhões de famintos e pobres, mas a voracidade humana, mesmo quando bem-intencionada, pode ser um tiro pela culatra. Quando se usa em excesso a produtividade primária de um ambiente - um pasto com bois além da conta, por exemplo -, a tendência é que surjam fenômenos como a desertificação e o empobrecimento do solo. Mais que isso: os cientistas estão descobrindo que os ecossistemas naturais - como florestas ou savanas, não utilizados para o plantio ou a criação de animais - são prestadores de serviços quase inestimáveis, sem os quais a pobreza extrema ou mesmo desastres são inevitáveis.
Serviços essenciais ameaçados
São os chamados serviços ambientais, um conceito relativamente novo, mas que define de forma clara por que a destruição completa de ecossistemas representa um risco para as sociedades humanas.
A parcela mais óbvia dos serviços ambientais é a do consumo humano direto - na forma de madeira florestal ou de frutos do mar, por exemplo, os quais são esmagadoramente oriundos de ambientes selvagens, e não da aqüicultura. Mas os serviços ambientais vão muito além disso. Praticamente nenhum lavoura humana é capaz de sobreviver sem a ação dos insetos polinizadores, como as abelhas (muitas delas de espécies selvagens), sem os quais as plantas não podem produzir fruto.
Todas as florestas também funcionam como sistemas de produção de água, alterando o clima de forma a garantir chuvas constantes (a "transpiração" das próprias árvores garante a umidade e a formação de nuvens em suas vizinhanças) e mantendo os cursos dos rios sem assoreamento. Desastres como enchentes e desabamentos de terra também são muito mais freqüentes em locais que perderam sua vegetação original.
Há indícios de que, quanto maior a diversidade de espécies de um ambiente, melhores e mais robustos são os serviços ambientais que ele presta.
"A biodiversidade não é o embrulho bonitinho dos ecossistemas -- ela é um enorme motor de produtividade", explicou ao G1 o biólogo Stephen R. Palumbi, da Universidade Stanford, nos Estados Unidos. "Assim como qualquer fazendeiro precisa saber como e por que uma planta cresce depressa, nós precisamos saber como tirar o máximo dos ecossistemas sem destruí-los. Deveríamos ter como regra máxima dar apoio à diversidade natural de um ecossistema -- nem que seja pela razão puramente egoísta de querer que ele produza mais para nós."
A grande vantagem é que ambientes naturais saudáveis produzem serviços de graça - serviços os quais seria extremamente custoso obter por meios humanos. Mas é justamente esse risco que a humanidade está correndo graças a uma iminente onda de extinções a qual, se nada for feito, deve atingir a Terra. A Sexta Extinção, como tem sido chamada (em referência a outros cinco grandes eventos do tipo que varreram o planeta no passado), tem potencial para ser tão severa quanto a que destruiu os dinossauros há 65 milhões de anos, se nada for feito.
Nesse caso, o agravamento do aquecimento global tem tudo para interagir de forma nefasta com a retirada ativa dos ambientes naturais. Assim como o uso desenfreado dos recursos naturais pelo homem, a mudança climática pode interferir em todas as relações complexas entre as espécies que mantêm os ecossistemas funcionando.
Um exemplo disso é o aquecimento das águas marinhas geladas do Ártico e da Antártica. Ao contrário do que se poderia imaginar, a água marinha fria é excelente para a vida, porque ela permite que os nutrientes do fundo do oceano se misturem por igual em todas as profundidades. Com isso, as algas microscópicas proliferam (ou seja, há alta produtividade primária), e todos os outros seres vivos, dos camarões aos elefantes marinhos ou ursos polares, também se multiplicam.
No entanto, quando a água esquenta, as camadas do oceano ficam paradas e não se misturam. O plâncton morre, e sem ele todas as outras formas de vida passam fome e tendem a desaparecer. E é claro que a indústria pesqueira humana também é duramente afetada.
junho 04, 2007
Global warming 'is three times faster than worst predictions'
Published: 03 June 2007
Global warming is accelerating three times more quickly than feared, a series of startling, authoritative studies has revealed.
They have found that emissions of carbon dioxide have been rising at thrice the rate in the 1990s. The Arctic ice cap is melting three times as fast - and the seas are rising twice as rapidly - as had been predicted.
News of the studies - which are bound to lead to calls for even tougher anti-pollution measures than have yet been contemplated - comes as the leaders of the world's most powerful nations prepare for the most crucial meeting yet on tackling climate change.
The issue will be top of the agenda of the G8 summit which opens in the German Baltic resort of Heiligendamm on Wednesday, placing unprecedented pressure on President George Bush finally to agree to international measures.
Tony Blair flies to Berlin today to prepare for the summit with its host, Angela Merkel, the German chancellor. They will discuss how to tackle President Bush, who last week called for action to deal with climate change, which his critics suggested was instead a way of delaying international agreements.
Yesterday, there were violent clashes in the city harbour of Rostock between police and demonstrators, during a largely peaceful march of tens of thousands of people protesting against the summit.
The study, published by the US National Academy of Sciences, shows that carbon dioxide emissions have been increasing by about 3 per cent a year during this decade, compared with 1.1 per cent a year in the 1990s.
The significance is that this is much faster than even the highest scenario outlined in this year's massive reports by the Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) - and suggests that their dire forecasts of devastating harvests, dwindling water supplies, melting ice and loss of species are likely to be understating the threat facing the world.
The study found that nearly three-quarters of the growth in emissions came from developing countries, with a particularly rapid rise in China. The country, however, will resist being blamed for the problem, pointing out that its people on average still contribute only about a sixth of the carbon dioxide emitted by each American. And, the study shows, developed countries, with less than a sixth of the world's people, still contribute more than two-thirds of total emissions of the greenhouse gas.
On the ground, a study by the University of California's National Snow and Ice Data Center shows that Arctic ice has declined by 7.8 per cent a decade over the past 50 years, compared with an average estimate by IPCC computer models of 2.5 per cent.
In yesterday's clashes, masked protesters hurled flagpoles, stones and bottles and attacked with sticks forcing police to retreat. The police said they were suffering "massive assaults" and that the situation was "very chaotic". They put the size of the demonstration at 25,000; organisers said it was 80,000.
Further reading: Go to pnas.org/cgi/doi/10.1073/pnas.0700609104
junho 02, 2007
Biocombustíveis não precisam nos deixar famintos
Biofuels need not leave us hungry
A UE deve derrubar tarifas sobre etanol para evitar falta de cereais
O rei milho destronou o rei carvão como uma das grandes forças na política dos EUA. O resultado é que não há uma política sensata sobre o etanol, que subitamente se tornou o atalho favorito de todo mundo para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e o vício americano em petróleo importado. Na verdade, as propriedades do etanol são exageradas e as conseqüências da corrida à produção de etanol, subestimadas. Isso não apenas está impelindo a demanda por terras agrícolas escassas como também faz aumentar o preço dos alimentos nos EUA e na Europa.
A Comissão Européia pediu que os biocombustíveis substituam 10% do petróleo até 2020. Mas a maior produção de biocombustíveis já provocou um coro de queixas dos fabricantes de macarrão italiano, cerveja alemã, tortilhas mexicanas e carne de gado alimentado a milho nos EUA. Os conglomerados alimentícios emitiram uma série de advertências sobre lucros, mas as companhias de energia tradicionais ainda não sentiram o apuro. Como explicar esse paradoxo?
O principal motivo é que a atual estratégia pró-etanol favorece o desperdício. O combustível baseado em milho dos EUA exige a plantação de extensas áreas de terra para substituir uma fração do petróleo utilizado nos carros. Além disso, o etanol é apenas um pouco menos poluente do que a reversão total ao óleo. A energia necessária para transformar cereais em combustível poderia teoricamente vir de outras fontes renováveis como a eólica ou solar. Mas na maioria dos casos as refinarias de biocombustíveis usam óleo ou carvão, o que causa ainda mais poluição.
As atuais opções cultivadas na União Européia não são muito melhores. Colza e beterraba são preferíveis ao milho, mas ainda exigem muita energia e terra. Avanços tecnológicos ainda poderão transformar capim, lascas de madeira e outras formas de matéria orgânica em alternativas rentáveis e ambientalmente seguras, mas já existem opções melhores.
A principal delas é a cana-de-açúcar, que contém muito mais energia utilizável que a beterraba. O problema da cana é que os climas europeus em geral são inóspitos ao seu cultivo. Outras regiões, principalmente o Brasil e alguns países da América Central, oferecem ambientes mais naturais.
Poderá haver um problema de escala mesmo no Brasil. Enquanto a terra arável ainda é abundante e uma melhor gestão agrária pode ir longe, a maior produção de etanol poderá em última instância significar menos floresta tropical. Os benefícios de emitir menos carbono na atmosfera poderiam ser contrabalançados pelos custos de se eliminar um redutor natural de carbono, sem falar no valor dessas florestas para a biodiversidade.
Permitir o uso de combustível baseado em cana nos carros americanos e europeus exigiria reduzir as tarifas de importação do etanol. Enquanto o milho reinar nos EUA - e Iowa, no coração do cinturão do milho, saiu na frente na corrida para escolher o próximo presidente-, é improvável que isso aconteça.
O maior obstáculo à adoção generalizada do etanol nos EUA é a indústria de etanol americana. De sua parte, a UE deveria seguir a liderança sueca e derrubar suas tarifas agora, antes que seja tarde.